Centro de Arqueologia Náutica do Alentejo Litoral desvenda segredos subaquáticos do Sado

O projeto de investigação científica e académica que irá proceder à exploração do património cultural subaquático do rio Sado deu […]

O projeto de investigação científica e académica que irá proceder à exploração do património cultural subaquático do rio Sado deu esta quarta-feira, dia 7, um importante passo, com a assinatura do contrato de comodato entre o Município de Alcácer do Sal e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, que estabelece na Ameira a sede do CANAL – Centro de Arqueologia Náutica do Alentejo Litoral.

Na cerimónia, que teve lugar nas instalações do CANAL, marcaram presença, entre outros, a secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, a presidente da Assembleia Municipal de Alcácer, o Comandante do Porto de Setúbal e a diretora regional de Cultura do Alentejo.

“É uma honra imensa assinar este contrato junto a este nosso rio de culturas”, referiu o presidente da Câmara Vítor Proença, no início da sua intervenção, na qual salientou o interesse do município na preservação da sua história.

“É a memória que nos projeta para o futuro, por isso a assinatura deste contrato tem uma carga simbólica muito grande”, acrescentou, dizendo ainda, relativamente às instalações onde irá funcionar o Centro, que tinha “a expetativa de ali poder albergar um projeto como este, extraordinariamente interessante”, que abrirá “portas imensas com o trabalho que já está a ser desenvolvido”.

Alexandre Monteiro, responsável pelo projeto, manifestou a sua satisfação ao ver esta obra crescer, frisando que o rio tem “um manancial imenso, com um potencial enorme histórico-arqueológico”. “Temos os parceiros indicados para este projeto. Conseguiremos fazer o rio falar e contar a sua história”, disse.

Também o diretor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Francisco Caramelo, enalteceu a ligação da faculdade “a este ilustre e esclarecido município, que reconhece a importância do seu património” e sublinhou a vontade da Universidade Nova em “estreitar relações e fazer do património algo com valor”.

A secretária de Estado Maria Fernanda Rollo frisou, no seu discurso, “a responsabilidade de todos de olhar pelo património, biodiversidade e riqueza do imenso conhecimento transmitido pelos nossos antepassados”.

Para a governante, o projeto do CANAL pode mesmo ajudar no combate ao insucesso escolar, num mundo em que muitas das profissões atuais vão desaparecer e é um risco não prosseguir os estudos até ao ensino superior.

“Imaginei esta coisa fantástica, neste cenário mágico de Alcácer, e acompanhei a visão do Dr. Alexandre. É preciso coragem e acreditar e temos aqui pessoas com vontade” de ajudar e inovar, concluiu.

Em setembro de 2015, Câmara Municipal, Instituto de Arqueologia e Paleociências e Instituto de História Contemporânea da FCSH/UNL firmaram um protocolo de cooperação para investigar o património subaquático, entre a cidade e a feitoria fenícia de Abul, nascendo assim o projeto do Centro de Arqueologia Náutica do Alentejo Litoral.

O CANAL propõe-se a: localizar, identificar e caracterizar naufrágios ou outras estruturas submersas na zona; determinar a natureza histórico-arqueológica da paisagem cultural marítimo-fluvial da região; desenvolver o potencial turístico-arqueológico do território; formar os participantes em arqueologia fluvial e subaquática, através da implementação de projetos internacionais de arqueologia náutica; sensibilizar a população para a importância da memória ligada ao Sado e a necessária preservação do seu património flúvio-marítimo; realização de “escolas de verão” para estudantes de arqueologia, mergulhadores e pescadores.

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