Almargem considera «perda irreparável» a morte do naturalista José Rosa Pinto

A Associação Almargem expressou ontem, em comunicado, a sua «profunda tristeza e pesar» pelo falecimento do Coronel José Manuel Rosa […]

Coronel José Rosa Pinto

A Associação Almargem expressou ontem, em comunicado, a sua «profunda tristeza e pesar» pelo falecimento do Coronel José Manuel Rosa Pinto, que considera uma «perda irreparável».

«Militar de formação, botânico por paixão, autodidata, naturalista como gostava de se autointitular, José Manuel Rosa Pinto destacou-se como profundo conhecedor da flora e vegetação do Algarve, à qual dedicou grande parte da sua vida», salienta a associação, com quem Rosa Pinto colaborou.

Ao longo dos anos, acrescenta a Almargem, «granjeou o reconhecimento da comunidade científica e académica, no seio das quais colaborou com vários especialistas nacionais e internacionais, no âmbito de publicações científicas, projetos de investigação e diversas atividades e eventos de divulgação».

«Colaborador assíduo da Universidade do Algarve, onde integrou vários trabalhos de investigação, aí viria a exercer atividade como professor auxiliar convidado, emprestando o seu vasto conhecimento científico de forma abnegada e generosa», acrescenta a nota de pesar da associação ambientalista algarvia.

O reconhecimento público chegaria em 2012, quando foi agraciado com a Medalha de Mérito da Universidade do Algarve, atribuída pela primeira vez por aquela instituição, em cerimónia pública realizada a 12 de Dezembro, por ocasião das comemorações do 33º aniversário da academia.

«Nos últimos anos, por razões de saúde mais afastado do campo, onde se sentia como em casa, José Manuel Rosa Pinto viria a dedicar-se à coleção de mais de 2.500 plantas da flora algarvia que recolheu durante vários anos, a qual viria a oferecer ao Herbário da Universidade do Algarve (ALGU) onde, a partir de 2007, desempenhou funções de curador, a convite da professora Maria Manuela David».

Na Associação Almargem, o Coronel Rosa Pinto, sócio desde 1997, «colaborou em vários projetos científicos, tendo participado igualmente em inúmeras atividades e ações de divulgação do património, sempre de forma empenhada e generosa, mesmo quando a saúde por vezes lhe faltava».

Por esse motivo, a Assembleia Geral da Almargem atribuiu-lhe o título de Sócio Honorário da associação em 21 de Julho de 2011, «num gesto de modesto reconhecimento por todo o trabalho desenvolvido ao longo dos anos em prol do estudo e divulgação da flora algarvia, por vezes com bastante sacrifício pessoal e sempre sem qualquer tipo de contrapartida financeira».

Na sua nota pública, a Associação Almargem «lamenta profundamente a perda irreparável que constitui o desaparecimento do Coronel Rosa Pinto, o qual certamente ficará para a história como um dos maiores botânicos da região, e cujo exemplo de qualidades humanas e legado científico permanecerão indeléveis no conhecimento do património natural do Algarve, mas também na memória de todos os que com ele tiveram o privilégio de privar, quer em trabalho, quer num dos muitos roteiros que guiou com a mestria que se lhe reconhecia».

Por isso, a Almargem presta «a derradeira homenagem ao Homem, ao Botânico, ao Mestre e ao Amigo, endereçando desde já à família e aos amigos as mais sinceras e sentidas condolências, convidando todos os seus admiradores a participar na sua última caminhada».

As cerimónias fúnebres decorrerão a partir da próxima segunda-feira na Igreja dos Capuchos em Faro e o funeral terá lugar na terça-feira, no cemitério de Faro.

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