Seca, Autárquicas, ainda o petróleo e o regresso do Algarve à Primeira Liga marcaram 2017

O ano de 2017 foi de Eleições Autárquicas, mas não foram estas que trouxeram grandes mudanças ao Algarve. Apenas em […]

O ano de 2017 foi de Eleições Autárquicas, mas não foram estas que trouxeram grandes mudanças ao Algarve. Apenas em Vila Real de Santo António houve alteração de presidente da Câmara, com Conceição Cabrita a assumir o lugar de Luís Gomes, que não se podia recandidatar. No entanto, o Algarve conheceu alterações na Saúde, na Educação, na Cultura, nas infraestruturas, com a (quase) conclusão da requalificação da EN125 entre Vila do Bispo e Olhão, e no desporto, com o regresso do Portimonense à Primeira Liga.

A luta contra a exploração de petróleo na região e a boa performance turística transitaram de 2016, os incêndios deram tréguas, mas a região teve de lidar com um novo problema: a seca.

Recorde, através do trabalho do Sul Informação, como foi o ano de 2017, mês a mês:

 

Janeiro

A morte de Mário Soares marcou o início do ano de 2017. O ex-primeiro-ministro e ex-Presidente da República, que tinha uma profunda ligação ao Algarve, onde nasceu Maria Barroso, a sua esposa, faleceu aos 91 anos. Recorde aqui uma conversa com uma das maiores figuras da política em Portugal.

As obras de requalificação da EN125, no troço entre Vila do Bispo e Olhão, pararam no Verão de 2016 e só recomeçaram em Janeiro de 2017, mas pouco…Pedro Marques, ministro do Planeamento e Infraestruturas veio ao Algarve garantir que os trabalhos ficariam prontos até 30 de Junho.

Na Linha do Algarve, o governante, dias mais tarde, garantiu que o processo de eletrificação da ferrovia arrancaria no primeiro mês do ano.

Os candidatos às eleições autárquicas de Outubro começaram a perfilar-se. Em Faro, António Eusébio, do PS, mostrou-se disponível para tentar destronar Rogério Bacalhau.

Os serviços de saúde voltaram a estar na ordem do dia em 2017 e a ARS Algarve anunciou, logo no início do ano, que tinha 11 milhões de euros para investir nos hospitais da região.

No desporto, o mês de Janeiro ficou marcado pela Final Four da Taça da Liga, que se jogou no Estádio Algarve. Benfica, Sporting de Braga, Vitória de Setúbal e Moreirense disputaram o troféu, com a equipa de Moreira de Cónegos a levantar a taça no final.

O incêndio que destruiu parcialmente o Palácio da Fonte da Pipa, em Loulé, também marcou o primeiro mês do ano. O resto de 2017 não trouxe pistas para o futuro daquele espaço.

A ameaça de gripe aviária voltou ao Algarve depois de ter sido encontrada uma garça-real infetada com o vírus, no concelho de Loulé.

 

 

Fevereiro

O mapa de candidatos às Câmaras Municipais do Algarve começou a ficar preenchido e pode recordá-lo aqui.

As obras na EN125 (re)começaram a causar os primeiros inconvenientes e chegou-se a falar no corte da estrada mais importante da região durante seis dias, algo que acabou por não acontecer, optando-se, ao invés, pela circulação alternada.

O que também não terá ajudado aos trabalhos foi a forte chuva no dia 11 de Fevereiro, que causou inundações em Monte Gordo, Tavira e Vila Real de Santo António.

A 19 de Fevereiro, terminava a Volta ao Algarve, com o algarvio Amaro Antunes a vencer a última etapa. No entanto, a Camisola Amarela ficou com Primoz Roglic, da Team Lotto.

Martim Gracias, o primeiro presidente da Câmara de Portimão, pós-25 de Abril, morreu a 20 de Fevereiro e seria o primeiro de uma lista de notáveis algarvios que faleceram em 2017.

As poeiras vieram do Norte de África e provocaram uma chuva de lama no dia 23, que “pintou” de castanho carros de Barlavento a Sotavento.

A Saúde conheceu mudanças com a substituição do presidente da ARS Algarve: Paulo Morgado substituiu Moura Reis.

Fevereiro é o mês do Carnaval e se, em Loulé, houve uma “Grande Geringonça” em 2017, em Alte houve… Maria Leal.

 

 

Março

A tomada de posse administrativa das últimas casas, para demolição, na Ilha da Culatra, terminou no início de Março. Depois da luta infrutífera dos ilhéus, estes ficaram à espera de um milagre da Nossa Senhora de Fátima.

2017 voltou a ser um ano negro nas estradas algarvias e a 3 de Março, em Estômbar, uma colisão entre dois automóveis, na EN125, provocou um morto e dois feridos. No dia 16, uma colisão perto da Kadoc, na fronteira entre os concelhos de Albufeira e Loulé, feriu seis pessoas.

Em Tavira, Macário Correia acusou colegas da administração da Fundação Irene Rolo de se servirem da IPSS para benefício próprio, numa publicação no Facebook, e demitiu-se do cargo de presidente. A Segurança Social abriu uma auditoria à instituição dias depois.  Ainda não se sabe qual o resultado dessa auditoria.

O Presidente da República visitou o Algarve a 19 de Março, com a exploração de petróleo na ordem do dia. Marcelo Rebelo de Sousa, perante os manifestantes, reafirmou que «há muito mais hipóteses de chegarmos à lua, do que de haver o petróleo no Algarve», numa alusão a uma frase que proferiu, um ano antes, na sua primeira visita oficial à região.

Com as Eleições Autárquicas no horizonte, em Portimão, PSD e CDS-PP procuravam entender-se para formar uma coligação para derrotar Isilda Gomes, do PS, na corrida à Câmara Municipal. O fumo branco sobre o candidato, José Pedro Caçorino, militante dos centristas, surgiu a 20 de Março.

O estado da Saúde no Algarve continuou a preocupar. A Comissão Parlamentar de Saúde visitou a região em Março e os deputados ouviram as mesmas queixas que tinham escutado um ano e meio antes, quando também tinham visitado os hospitais algarvios. Dias depois, surgia o anúncio do presidente da ARS Algarve que o Centro Hospitalar do Algarve (CHA) iria dar lugar ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).

A 23 de Março, nevou em Monchique durante a tarde, mas os flocos não chegaram para pintar a Fóia com um manto branco.

Os contrabandistas voltaram a Alcoutim a 26 de Março, para um festival que ligou Sanlúcar de Guadiana à vila algarvia, através de uma ponte pedonal, e que até deixou contente o ministro das Finanças.

A loja IKEA em Loulé abriu as suas portas a 30 de Março mas, a uma semana da inauguração, a morte de uma funcionária ensombrou a abertura do espaço comercial.

 

 

Abril

O mês de Abril começou com uma guerra aberta entre a Câmara de Lagoa e a Comissão Vitivinícola do Algarve. Tudo porque o município lagoense registou a marca “Lagoa Capital dos Vinhos do Algarve” o que, para a CVA, foi uma «proclamação unilateral do título», colidindo com a marca “Vinhos do Algarve”.

2017 foi um ano em que projetos algarvios viram o seu sucesso reconhecido no estrangeiro. A 12 de Abril, a unidade de Turismo Rural «Casa Modesta», em Quatrim do Sul, Moncarapacho, venceu o Prémio do Júri nos prémios internacionais de arquitetura Architizer A+Awards, na categoria de Hotels & Resorts.

A mudança do festival BPM para a Praia da Rocha, em Portimão, depois de o evento ter sido banido do México, após um tiroteio, foi conhecida também no quarto mês do ano. O festival viria a realizar-se em Setembro, sem incidentes de maior.

A 18 de Abril, arrancaram as demolições na Ilha do Farol, depois da tomada de posse administrativa, por parte da Sociedade Polis, em Março.

O mau tempo regressou ao Algarve a 21 de Abril e obrigou a adiar os treinos livres do Grande Prémio de Motonáutica, em Portimão. Em Faro, os ventos fortes também fizeram estragos, destruindo o pontão do Centro Náutico.

No desporto, o Portimonense garantiu o regresso à Primeira Liga a 23 de Abril. O feito dos comandados de Vítor Oliveira teve direito a festa rija.

 

 


Maio

Os trabalhos de prospeção de hidrocarbonetos na Costa Vicentina foram suspensos pelo tribunal a 4 de Maio, depois de ter sido avaliada uma providência cautelar interposta pelo Município de Odemira. No entanto, como alertou José Alberto Guerreiro, presidente da Câmara, «o facto da providência ter sido aceite não quer dizer que a situação esteja resolvida». E não estava.

Maio foi um mês importante para a cidade romana de Balsa, em Tavira. Enquanto decorriam as primeiras escavações arqueológicas, iniciou-se o processo para a classificação de Balsa como Sítio de Interesse Público e alargar a zona de proteção.

O PS de Olhão esteve “em guerra” durante o mês de Maio. A concelhia não aceitou a recandidatura de António Pina à Câmara de Olhão, tendo a decisão passado para as mãos da Federação do Algarve do partido. No final do mês, Luciano Jesus anunciou a demissão do cargo de presidente do PS/Olhão e mostrou a abertura para encabeçar uma candidatura independente. Acabaria por candidatar-se com o apoio de PSD e CDS.

A EN125 continuou a “ceifar” vidas e, a 14 de Maio, um despiste de mota, na zona de Estômbar, provocou um morto e um ferido grave.

Faro viveu um «dia histórico» a 16 de Maio, depois de ter pago 4,94 milhões de euros para a amortização total do empréstimo contraído no âmbito do Plano de Reequilíbrio Financeiro. Este pagamento permitiu à autarquia «recuperar a autonomia» e avançar para a execução de obras do programa Faro Requalifica.

O Sul Informação também foi premiado em 2017. O jornalista Pedro Lemos foi galardoado com o 2º lugar no Prémio Desporto com Ética para a Imprensa Regional, promovido pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e Associação dos Jornalistas de Desporto (CNID), no âmbito do Plano Nacional de Ética para o Desporto (PNED).

Depois de ter conquistado a promoção em Abril, a 21 de Maio, o Portimonense garantiu também o título de Campeão Nacional da II Liga.

Foi também neste mês que a Câmara de Portimão formalizou a candidatura a Cidade Europeia do Desporto em 2019, mas sem «obras faraónicas».

 

 

Junho

A 5 de Junho, começaram obras na Ponte do Guadiana que, segundo Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infraestruturas, irá ficar «pronta para enfrentar várias décadas», quando os trabalhos ficarem concluídos.

A possibilidade de o Autódromo Internacional do Algarve receber a Fórmula 1 não é de 2017, mas a notícia de o Grande Circo estar perto de vir para Portimão foi dada um pouco por todo o mundo. No entanto, apesar de existirem contactos, esta foi uma «não notícia».

As obras na EN125 continuavam em Junho, mas, em Lagoa, achados arqueológicos obrigaram a parar a construção de uma das novas rotundas.

O Comando Distrital de Faro da PSP conheceu mudanças. Abreu Matos foi exonerado do cargo, algo que não esperava pelo trabalho que desenvolveu, como confessou em entrevista ao Sul Informação.

A 12 de Junho, surgiu o primeiro incêndio florestal de proporções consideráveis, perto de Marmelete, em Monchique. As chamas foram combatidas por bombeiros de todo o Barlavento algarvio e consumiram uma viatura nova dos Bombeiros de Portimão, que os autarcas de Monchique e Portimão ajudaram a substituir.

O fogo também destruiu viaturas em Faro. 40 automóveis da empresa de rent-a-car Zitauto, que estavam estacionados em depósito, no Patacão, foram consumidas pelo fogo num incêndio que feriu também um bombeiro.

O novo presidente do Conselho Geral da Universidade do Algarve foi conhecido em Junho. O empresário Vítor Neto foi o escolhido, num mês em que António Branco anunciou que não se iria recandidatar ao cargo de reitor da academia algarvia.

Depois de ter anunciado que estaria disposto para liderar uma candidatura independente à Câmara de Olhão, Luciano Jesus, ex-presidente da concelhia do PS, confirmou que iria concorrer à autarquia com o apoio do PSD, CDS-PP, MPT e PPM.

Cerca de duas toneladas de haxixe foram apreendidas a 24 de Junho, durante uma descarga numa praia junto ao Promontório de Sagres. Na operação da Polícia Judiciária, foram detidas sete pessoas, todas residentes no Barlavento algarvio.

A violência na Oura, em Albufeira, foi notícia, quer em Portugal, quer no estrangeiro, e Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, mostrou-se preocupado com a imagem da região além-fronteiras.

O dia 30 de Junho deveria ter marcado o fim das obras na EN125, mas não foi isso que aconteceu. Os trabalhos não foram concluídos em vários pontos da estrada e ficaram para ser retomados depois de 31 de Agosto.

 

Julho

Logo no primeiro dia do mês, o Sul Informação andou pela EN125 e verificou que, apesar de alguns avanços, as obras ainda estavam longe de terminar.

Os trabalhos nesta estrada, que deveriam ter sido concluídos a 30 de Junho, continuaram por Julho adentro. A meio do mês, o grosso das intervenções estava concluído e já se circulava sem restrições. Na altura, Rui Sousa, administrador executivo da subconcessionária Rotas do Algarve Litoral (RAL), responsável pelas obras na EN125 entre Vila do Bispo e Olhão, afirmou que esta estrada já constituía «verdadeira alternativa à Via do Infante».

Antes do mês acabar, a EN125 voltou a ser notícia. Primeiro, devido a traços contínuos que foram colocados e foram alvo de forte contestação. Mais tarde, porque havia casas situadas junto a esta estrada sem águas nem esgotos, situação que o presidente da Câmara de Loulé imputou à Rotas do Algarve Litoral.

Efetivamente concluídas foram as obras do novo terminal do Aeroporto de Faro, que foi inaugurado a 17 de Julho pelo primeiro-ministro António Costa.

Julho também foi o mês em que a criação do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve foi, finalmente, aprovada em Conselho de Ministros.

Esta aprovação aconteceu no mesmo dia em que Joaquim Ramalho, presidente do Conselho de Administração do então Centro Hospitalar do Algarve, abriu as portas do Hospital de Faro para mostrar alguns dos investimentos que já haviam sido feitos e que ainda se iria fazer.

Foi também neste mês que o Algarve “ganhou” mais um representante no Governo, neste caso Miguel Freitas, que assumiu a pasta de secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural.

Com o aproximar das Autárquicas 2017, foram-se definindo as escolhas dos diferentes partidos. Em Vila do Bispo, o PSD apostou em Afonso Nascimento, que, em 2013, havia sido eleito como vereador pelo PS.

Em Monchique, o assassinato de um taxista, na esplanada de um café, agitou este concelho do interior. A vítima, de 70 anos, foi atingida por dois tiros desferidos por um homem que teria a intenção de acertar noutra pessoa.

Poucos dias depois, Loulé recuperava um dos seus ex-libris, o Café Calcinha, que reabriu após obras de reabilitação, com um novo conceito.

E, como acontece desde há muitos anos, Faro voltou a ser invadida por milhares de motards, que fizeram questão de participar em mais uma Concentração Internacional de Motos do Motoclube de Faro.

 

Agosto

O mês em que muitos decidem rumar ao Algarve para passar férias foi marcado por nova mudança no modelo de gestão dos hospitais algarvio, pelas habituais festas de Verão, mas também por incêndios, que apesar de terem assustado, foram rapidamente dominados, e também por novos projetos.

Foi em Agosto que nasceu oficialmente o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve, que integra não só os hospitais da região, mas também um centro de investigação da Universidade do Algarve e o Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul.

A responsabilidade de administrar esta nova estrutura foi atribuída a uma equipa liderada por Ana Paula Gonçalves, que já havia dirigido o Hospital de Faro, antes da fusão desta unidade de saúde com o Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio.

Nos primeiros dias do mês, dois incêndios, um em Faz Fato, no concelho de Tavira, outro em Lagos, foram notícia. O fogo de Tavira obrigou à mobilização de seis meios aéreos e acabou debelado em poucas horas. Também em Lagos foi possível dominar com rapidez o incêndio que ali lavrou, mas isso não evitou que um troço da A22 fosse encerrado ao trânsito.

A morte do investigador louletano Luís Guerreiro foi outras das notícias que marcaram a atualidade, em Agosto. O, à data da sua morte, presidente da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, de Querença (Loulé), dedicou boa parte da vida à área cultural, legado enaltecido pelos que melhor o conheceram.

Também em Loulé, o empreendimento Quinta da Ombria começou a ser construído, depois de quase três décadas de polémica. Na cerimónia de lançamento da primeira pedra, os responsáveis pelo projeto deixaram garantias de sustentabilidade ambiental e social, duas das principais razões que levaram associações ambientalistas (e não só) a tentar parar este projeto pelos mais diversos meios.

No núcleo dos Hangares da Ilha da Culatra, celebraram-se os cem anos do Centro de Aviação Marítima do Algarve. E ainda há quem se lembre da presença dos pilotos, que ofereciam pães de leite às crianças da ilha, e dos hidroaviões a amarar na Praça Larga.

No dia da cerimónia, os que marcaram presença nos Hangares puderam, não só, assistir ao vivo a uma amaragem, como ficaram a saber em primeira mão que a Marinha Portuguesa pretende reativar a base que mantém na Culatra.

No desporto, o mês foi marcado pela estreia do Portimonense na I Liga, onde regressou esta temporada. A equipa de Portimão até começou o campeonato da melhor forma, com uma vitória sobre o Boavista, mas acabou por mostrar dificuldades na tirada inicial do campeonato, que veio a resolver mais tarde.

Noutra modalidade, o ciclismo, o Algarve esteve em destaque na Volta a Portugal. O algarvio Amaro Antunes foi o segundo da geral e Vicente de Mateos, do Louletano-Hospital de Loulé, garantiu o terceiro lugar nesta prova, que foi ganha pelo espanhol Raúl Alarcón.

E Agosto, no Algarve, não seria o mesmo sem as festas e feiras. Olhão teve o seu Festival do Marisco, a Fatacil animou Lagoa, Loulé vestiu-se de branco, e a região regressou-se ao passado, primeiro na Feira Medieval de Silves e, mais tarde, nos Dias Medievais de Castro Marim.

 

Setembro

O mês que precedeu as eleições autárquicas foi tempo de fazer um raio-x aos concelhos do Algarve. O Sul Informação publicou 16 artigos, um por cada concelho da região, focados numa infografia feita a partir de dados avançados pela Pordata, comentada por uma personalidade local.

Jornalistas, empresários, artistas e dirigentes associativos aceitaram o convite do nosso jornal e ajudaram a fazer o diagnóstico dos seus concelhos.

Entretanto, a região entrou em modo de campanha eleitoral e os diferentes partidos mostraram as cartas que tinham na mão.

O PS e a CDU foram a todas, ou seja, apresentaram candidatos a presidente nos 16 concelhos da região. Já o PSD, não teve, pela primeira vez, cabeças-de-lista para todas as câmaras do Algarve. O CDS apresentou candidatos a 14 Câmaras, enquanto o Bloco de Esquerda foi a votos em 11 concelhos do Algarve.

O PAN, com três candidatos a Câmaras, e o Nós Cidadãos, com dois, aumentaram o leque de escolha dos eleitores. E houve, também, seis candidaturas independentes a Câmaras da região, entre as quais uma baseada no amor.

Em Faro, na reta final de um Verão em que não faltaram turistas, escasseava o alojamento para os estudantes da Universidade do Algarve.

Em Estoi, no mesmo concelho, o problema não foi quem estava de chegada, mas sim a saída do padre da paróquia, transferido para outra localidade, decisão da Diocese que motivou protestos dos paroquianos.

Na Mata do Ludo, entre Faro e Loulé, um incêndio sobressaltou a população e chegou mesmo a obrigar à evacuação de um restaurante. As chamas causaram danos materiais, mas não houve nenhuma vítima a lamentar.

Em Alvor, era apresentado o projeto de um novo hotel do Grupo Pestana, um investimento de 50 milhões que se prevê que crie 300 postos de trabalho.

Na área da saúde, chegava a garantia, da parte da Administração Regional de Saúde do Algarve, de que a região acabaria o ano com mais médicos de família do que no final de 2016.

Também aqueles que têm de fazer o trajeto entre Faro e São Brás de Alportel receberam uma boa notícia, a de que o concurso para a construção de uma rotunda na EN2, junto ao acesso à A22, foi lançado.

Más foram as notícias do aumento dos mortos e feridos graves nas estradas do Algarve, nos primeiros oito meses do ano, e da morte de Joaquim Guerreiro, o criador dos festivais F e MED. Joaquim Guerreiro morreu no mesmo dia em que terminou a quarta edição do Festival F, que atingiu números recorde.

 

Outubro

Logo no primeiro dia de Outubro, os algarvios foram às urnas escolher os seus representantes nos diferentes órgãos autárquicos e o Sul Informação voltou a estar em cima do assunto, com a divulgação dos resultados na hora em que eram oficialmente conhecidos.

As Autárquicas 2017, no Algarve, foram marcadas pela continuidade, já que nenhuma Câmara mudou de cor e apenas houve mudança de presidente em Vila Real de Santo António, onde Luís Gomes já não se podia recandidatar, tendo ganho a até então vice-presidente Conceição Cabrita.

O PS acabou por ser o grande vencedor da noite eleitoral, não só porque manteve as 10 Câmaras que antes tinha, mas também por ter aumentado o número de vereadores, mas não foi o único. PAN e Nós Cidadãos conseguiram eleger, pela primeira vez, um candidato, neste caso, a Assembleias Municipais.

No rescaldo das eleições, o líder do PS/Algarve António Eusébio, que acabou por perder para Rogério Bacalhau na luta pela Câmara de Faro, salientava o «resultado belíssimo» conseguido pelo seu partido. Já David Santos, presidente do PSD/Algarve, esperava «melhores resultados».

Quase todos os que eram presidentes no dia 30 de Setembro viram a sua posição reforçada nas eleições de 1 de Outubro. A exceção foi o social-democrata Francisco Amaral, que apesar de se manter na presidência da Câmara de Castro Marim, perdeu a maioria absoluta, na disputa que manteve com «dois pesos pesados».

Cerca de duas semanas depois, começaram as tomadas de posse dos órgãos autárquicos. E com direito a surpresas. Em Faro, o socialista Luís Graça foi eleito presidente da Assembleia Municipal, quando era esperado que o social-democrata Cristóvão Norte fosse eleito para este cargo. Mas o candidato do PSD não obteve votos de todos os elementos eleitos pelo seu partido para a AM de Faro, o que ditou a sua derrota.

Sem surpresas, decorreu a reeleição de Jorge Botelho como presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve.

Outras eleições que deram que falar foram as para a reitoria da Universidade do Algarve. Houve 12 candidatos ao cargo, muitos dos quais estrangeiros, mas, num primeiro momento, apenas dois foram admitidos pela Comissão Eleitoral, que considerou que Paulo Águas, professor da instituição e na altura vice-reitor, mas do subsistema Politécnico, não era elegível.

Paulo Águas, bem como Pedro Caetano, outro dos candidatos rejeitados, recorreram desta decisão . O Conselho Geral, órgão responsável por eleger o reitor da UAlg, deu razão ao vice-reitor e aceitou a sua candidatura. Já Pedro Caetano ficou de fora.

Em Outubro, regressou à região o “365Algarve”. Na sua segunda edição, o programa cultural que visa dinamizar a região durante a época baixa do turismo apertou a malha, na escolha dos projetos a apoiar, e apostou em eventos âncora.

Ainda no campo da cultura, ficou a saber-se que Mendes Bota foi o vencedor do prémio Maria Veleda, atribuído pela Direção Regional de Cultura do Algarve.

As peripécias de uma raposa, na Ilha de Tavira, também foram notícia. O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas bem tentou apanhar o animal, mas sem sucesso. Acabou por ser um casal a conseguir capturar a raposa, que foi acolhida pelo centro de recuperação de animais selvagens RIAS.

Noutra ilha-barreira da Ria Formosa, a da Culatra, a população do núcleo habitacional com o mesmo nome da ilha recebeu a há muito esperada notícia de que poderão legalizar as suas casas.

No desporto, Olhanense, Portimonense e Farense chegaram à 3ª eliminatória da Taça de Portugal, mas só os dois últimos seguiram em frente, já que a turma de Olhão acabou derrotada pelo Benfica, no Estádio Algarve.

O Portimonense também conseguiu chegar à fase de grupos da Taça da Liga, mas logo no primeiro jogo perdeu com o Vitória de Setúbal, comprometendo as aspirações de seguir em frente, num grupo que também contava com o Benfica e com o Sporting de Braga.

 

Novembro

O Algarve foi poupado ao flagelo dos grandes incêndios, em 2017. Apesar de se terem registado mais acendimentos este ano, em relação ao ano passado, a área ardida, no Algarve, diminuiu, e muito, como indicaram os dados divulgados pela Proteção Civil.

Os fogos não foram um problema grave, ao contrário do que aconteceu noutras regiões do país, mas o Algarve não ficou imune aos efeitos da seca prolongada. As maiores dificuldades, como apurou, no terreno, o Sul Informação, vivem-se no Nordeste algarvio, onde agricultores e caprinicultores afirmaram a sua grande preocupação com a falta de chuva e de água disponível.

No litoral, a água que ainda estava armazenada nas barragens da região e a garantia que a água não faltaria nas torneiras, deixavam (quase) todos tranquilos. Fora das barragens, nomeadamente na Ribeira do Vascão, surgiram dúvidas sobre a qualidade da água, com a associação Cumeadas, de Alcoutim, a alertar para uma potencial relação entre a contaminação deste curso de água e a morte de animais.

E foi a pensar na qualidade da água naturalmente disponível no nosso planeta que foi lançada a cátedra UNESCO em Ecohidrologia na Universidade do Algarve, estrutura que vai liderar a luta global para garantir a saúde deste bem essencial.

Em Novembro, a instituição de ensino superior pública do Algarve ganhou não só uma cátedra UNESCO, mas também um novo reitor, Paulo Águas, que venceu uma votação renhida e entrou para a história como o primeiro professor do ensino Politécnico a ocupar a cadeira de Reitor de uma universidade portuguesa.

Paulo Águas sucedeu a António Branco, que fez um balanço dos quatro anos em que dirigiu a UAlg numa entrevista ao Sul Informação e à Rádio Universitária do Algarve. Nesta conversa, o reitor cessante falou do namoro entre a universidade e a região, que ganhou novo fôlego, mas também do Polo Tecnológico que, em breve, será uma realidade.

Apesar de o final do ano se estar a aproximar e das promessas feitas, as obras na EN125, entre Olhão e Vila Real de santo António, continuavam a ser uma miragem. Jorge Botelho, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, salientou o facto de não haver ainda qualquer concurso lançado e vaticinou que as obras só deverão ter início no último trimestre de 2018.

O mesmo Jorge Botelho, mas na condição de presidente da Câmara de Tavira, também anunciou a renaturalização do Pego do Inferno, para evitar a massificação do turismo, neste local,

Em Faro, era lançado o concurso da nova ponte para a Praia de Faro, uma das últimas obras que a Sociedade Polis Ria Formosa vai realizar. Também na capital algarvia, Gil Silva foi escolhido para diretor do Teatro das Figuras.

O Algarve passou a contar com mais dois restaurantes com estrelas Michelin, que se juntaram aos seis da região que já antes mereceram este prestigiante reconhecimento (dois de duas estrelas, quatro de uma).

A morte de Cabrita Neto, que se distinguiu pela sua atividade política – foi Governador Civil e deputado à Assembleia da República, entre outros – também marcou a atualidade de Novembro.

O Farense e o Portimonense disputaram mais uma eliminatória da Taça de Portugal, mas apenas a turma de Faro conseguiu manter-se na competição. O Farense eliminou o Leixões e seguiu para os oitavos de final. O Portimonense esteve a ganhar ao Porto, no Dragão, até perto do final, mas caiu nos descontos.

 

Dezembro

Com o aproximar do final do ano, as diferentes Câmaras do Algarve apresentaram os seus Orçamentos Municipais. Em Castro Marim, onde Francisco Amaral (PSD) perdeu a maioria absoluta, a proposta de orçamento do executivo foi chumbada pela oposição, rejeição que levou o edil castro-marinense a declarar “guerra” ao PS e a José Estevens, eleito vereador pelo movimento independente “Castro Marim Primeiro”.

E não foi apenas o chumbo do orçamento que mereceu críticas da parte do líder do executivo. Francisco Amaral também viu a oposição a inviabilizar o avanço do projeto da Praia Fluvial de Odeleite, uma das bandeiras que empunhava há anos.

Na Universidade do Algarve, o novo reitor tomou posse com um piscar de olho às empresas da região e avisos ao Governo.

Paulo Águas enviou recados, mas também os recebeu, neste caso dos bolseiros que estão à espera de ser contratados pela Universidade do Algarve, na sequência da lei que visa acabar com a precariedade no setor público. Os investigadores protestaram no dia da tomada de posse do Reitor e denunciaram que amanhã, dia 1 de Janeiro, muitos dos bolseiros vão perder o seu rendimento.

Nos primeiros dias do mês, os estudantes desta instituição escolheram Pedro Ornelas como presidente da Associação Académica para 2018.

A passagem da Tempestade Ana deixou o país e o Algarve em alerta e acabou por deixar a sua marca, apesar de não ter causado danos avultados, na região. Árvores arrancadas e tendas da Feira de Natal de Lagoa pelos ares foram os episódios mais significativos.

Entretanto, surgiam notícias de que os hospitais e Serviços de Urgência Básica do Algarve não tinham médicos escalados em diversos turnos, no mês de Dezembro, mas Ana Paula Gonçalves, presidente do Conselho de Administração do CHUA garantiu que não iriam faltar médicos nas urgências.

Na área cultural, o DiVaM encerrou mais um ciclo anual «de sucesso», com uma iniciativa na Ermida da Guadalupe.

Noutro programa cultural, o “365Algarve”, houve mudanças. Dália Paulo, que, desde 2016, era comissária do programa, aceitou o convite da Câmara de Loulé para ocupar o cargo de Diretora Municipal. Anabela Afonso foi a escolhida para ficar à frente da programação do “365Algarve”.

A nova comissária do programa entrou ao serviço numa altura em que já há números para apresentar, da corrente edição desta iniciativa, que durará até Maio. Até ao dia 19 de Dezembro, já tinham passado por eventos “365” 44 mil pessoas.

Mendes Bota, que se destacou pela sua atividade política, sempre ao serviço do PSD, recebeu o prémio Maria Veleda, como reconhecimento do trabalho que realizou, enquanto Eurodeputado, em prol dos direitos das mulheres.

Em Dezembro, houve mais jogos tanto para a Taça de Portugal, como para a Taça da Liga. O Farense foi aos Açores vencer o Praiense e garantiu a passagem aos quartos de final da competição, que se disputam em Janeiro. O Portimonense empatou com o Benfica na luz, na segunda partida da fase de grupos da Taça da Liga, mas mesmo assim ficou afastado da Final Four (e afastou o Benfica). Haveria de somar novo empate, desta vez com o Braga, num jogo em que ambas as equipas estavam apenas a cumprir calendário.

O ano não acabaria sem nova notícia de um falecimento, neste caso de Hélder Renato Rodrigues, que presidia à concelhia de Portimão do PSD. O militante social-democrata foi vítima de doença súbita.

Entretanto, o ano de 2018 parece chegar com bons augúrios, pelo menos a nível astronómico: é que amanhã, dia 1 de Janeiro, haverá uma superlua.

Comentários

pub