UAlg vai ter Polo Tecnológico e já há empresas ansiosas por ir para lá

A Universidade do Algarve (UAlg) vai ter um Polo Tecnológico focado nas áreas «das energias renováveis e das tecnologias de […]

Crédito: Depositphotos

A Universidade do Algarve (UAlg) vai ter um Polo Tecnológico focado nas áreas «das energias renováveis e das tecnologias de informação e comunicação», em espaços que serão requalificados para o efeito, nos dois campi de Faro da instituição.  Apesar de ainda faltarem alguns passos para tornar esta estrutura uma realidade, interessados em ali se instalar não faltam.

A criação deste Polo Tecnológico será possível com o apoio de Fundos da União Europeia. Para os obter, a UAlg já fez o trabalho de casa – que já recebeu, em parte, o aval das instâncias europeias – estando apenas a aguardar a abertura do aviso para entregar a sua candidatura.

O anúncio foi feito por António Branco, reitor da universidade algarvia, numa entrevista ao Sul Informação e à Rádio Universitária do Algarve RUA FM. Nesta conversa, que pode ouvir na íntegra aqui, o responsável máximo pela universidade algarvia fez um balanço dos quatro anos de mandato, mas também falou do futuro, nomeadamente do projeto do Polo Tecnológico.

«Da parte da UAlg, o trabalho está praticamente concluído. Agora, falta que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve faça sair o aviso, para que nos possamos candidatar. Pelo que sabemos, o plafond de financiamento deste projeto são cerca de 3,5 milhões de euros», revelou.

«O projeto já ultrapassou a primeira fase, a do mapeamento geral, já aceite por Bruxelas. Agora, estamos na segunda fase, que é a identificação dos espaços em que se irá intervir, dos equipamentos que serão adquiridos e dos orçamentos a eles associados», disse.

Segundo o ainda responsável máximo pela academia algarvia, haverá espaços dedicado ao acolhimento de empresas da área tecnológica, tanto na Penha, como nas Gambelas. A decisão de não concentrar tudo num só campus está ligada, disse, à vontade de «aprofundar a paridade» dos dois subsistemas da UAlg, objetivo assumido por António Branco quando se candidatou e que este considera ter atingido.

Trata-se, considerou o reitor, de «um projeto essencial para o desenvolvimento estratégico da Universidade do Algarve e para o aprofundamento da transferência de tecnologia para o setor empresarial».

E já há empresas a tentar marcar um lugar na futura estrutura. «Já temos interessados. Na área do digital, já temos um conjunto muito grande de empresas que só está à espera que este projeto avance para poder vir incubar dentro da instituição, até para criar dinâmicas de ligação com os investigadores, para a criação de negócios e de mais-valias», assegurou.

Este processo, que se espera que termine em breve, começou há alguns anos, quando os diferentes parceiros do projeto do Parque Tecnológico de Faro, associado à UAlg, decidiram que seria mais proveitoso avançar, desde já, com a vertente de Polo Tecnológico, levando-o «para dentro da universidade».

«O Parque Tecnológico, tanto quanto eu sei, é uma ideia que continua de pé. Está previsto para um terreno extenso nas Gambelas, junto ao Campus da UAlg, que vai quase até ao Aeroporto», explicou António Branco.

Mas, ao contrário do Polo Tecnológico, que irá avançar em breve, o Parque tem associada uma logística muito pesada. «Este é um projeto que envolve o Plano Diretor Municipal, bem como encontrar um grande nível de investimento privado, entre outras coisas», acrescentou.

«Quando se percebeu que o Parque Tecnológico era um projeto que dificilmente poderia ser executado no curto prazo, porque envolve questões muito complexas, tanto eu como o engenheiro David Santos, anterior presidente da CCDR do Algarve,  sugerimos, numa reunião dos parceiros deste projeto, que o coração deste Parque – o Polo Tecnológico – tinha de avançar já», recordou.

António Branco explicou que, na altura, houve «uma sintonia total» entre ele e David Santos, até porque «havia verbas no atual Quadro Comunitário de Apoio para esta estrutura, que corriam o risco de não ser aproveitadas».

Além de garantir que não se perdem fundos comunitários destinados à região, trazer esta valência para dentro dos campi da UAlg trará outros ganhos, na visão do ainda reitor da UAlg. «Ao estarem dentro da universidade, estas estruturas são entendidas como algo supra regional, o que é uma vantagem. Desta forma, todos os concelhos olham para o Polo Tecnológico como algo que pode ser seu», considerou.

Apesar deste ser um projeto que envolve verbas avultadas, António Branco garante que é um investimento «perfeitamente sustentável, no âmbito da capacidade orçamental da UAlg, porque uma grande componente da comparticipação é através da imputação de despesas da própria universidade, como salários e outros».

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