Há relação entre uma Europa «excecionalmente quente» em Outubro e os fogos severos em Portugal

O mês de Outubro foi mais quente do que o habitual na maior parte da Europa, acaba de anunciar o […]

O mês de Outubro foi mais quente do que o habitual na maior parte da Europa, acaba de anunciar o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Recorrendo a medições de temperatura de superfície do solo obtida por satélite (no inglês Land Surface Temperature – LST), «verificou-se que a anomalia é particularmente pronunciada quando a LST é máxima», ou seja, «durante o dia».

O IPMA acrescenta que a Península Ibérica «apresenta um padrão notável de temperatura máxima, com várias regiões no Noroeste da península onde a LST apresenta anomalias superiores a 7°C».

Durante a noite, também se registaram «valores de LST anómalos, mas não tão elevados». As áreas com valores de LST superiores aos valores médios encontram-se representadas a vermelho, na imagem acima.

A Fração de Cobertura Vegetal observada por satélite (no inglês Fraction of Vegetation Cover, FVC) sobre Portugal evidencia, segundo o IPMA, «o stress térmico a que a vegetação tem estado sujeita, com valores inferiores aos valores médios observados em Outubro na região».

No entanto, «é evidente uma área de grandes dimensões com anomalias elevadas de FVC (< -0,2) nos primeiros 10 dias de Outubro, que corresponde às áreas ardidas dos meses anteriores, enquanto nos últimos 10 dias a destruição da vegetação devido aos incêndios de 15 de Outubro torna-se notória». (ver áreas ardidas no painel inferior direito da imagem acima publicada).

O IPMA explica que «estes resultados apresentam correspondência com os mapas de áreas ardidas fornecidos pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)». As áreas com menos vegetação que o habitual estão representadas a vermelho na imagem acima.

Aquele instituto adianta ainda que a temperatura da superfície do solo é estimada a partir das radiâncias na banda do infravermelho térmico, medidas pelo sensor SEVIRI a bordo do Meteosat Second Generation a cada 15 minutos, em condições de céu limpo.

A LST não corresponde às habituais medições de temperatura do ar feitas na estações meteorológicas, podendo existir diferenças entre as duas temperaturas de vários °C.

A Satellite Application Facility on Land Surface Analysis, um consórcio liderado pelo IPMA e que faz parte integrante do segmento terrestre da EUMETSAT (European Organisation for Meteorological Satellites), disponibiliza aos seus utilizadores estimativas da LST a cada 15 minutos desde 2004.

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