A época balnear de 2018 vai começar com uma praia de Monte Gordo renovada. Depois da construção de um passadiço, com uma extensão de três quilómetros, inaugurado em Julho, esta quarta-feira começaram a ser demolidos os 19 antigos apoios de praia, que serão substituídos por novos, até ao próximo Verão.
Esta quarta-feira foi «um dia histórico e, para os concessionários, representa uma vida nova. Esperamos que, em Maio, já todos tenham os apoios de praia construídos, para dar uma nova vida a esta praia», disse Conceição Cabrita, presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, no arranque das demolições, que marcam o início da 2ª fase de requalificação da praia de Monte Gordo.
Este projeto, que faz parte do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Vilamoura – VRSA e que envolve, além da Câmara vilarrealense, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Capitania do Porto de VRSA, pretende fazer «um ordenamento, quer em termos ambientais, quer em termos de ocupação turística. Há que melhorar a qualidade da praia, para que o cordão dunar volte a ser restabelecido», acrescentou Conceição Cabrita.
Sebastião Teixeira, presidente da APA Algarve, lembrou que o POOC foi publicado em 2005 e que «temos vindo a executar o plano devagarinho, porque implica muita concertação. Na praia de Monte Gordo, estamos no semestre final e a ideia é requalificar globalmente o litoral do Algarve».
O responsável pela APA realçou a importância da demolição dos antigos apoios de praia, uma vez que «foram construídos sobre o cordão dunar e arrasaram as dunas por completo. Estes trabalhos têm a ver com requalificação dos apoios de praia, mas a grande obra é de defesa costeira. Pretende-se tirar as estruturas em betão das dunas, sendo depois reconstruídas sobrelevadas».
Segundo Sebastião Teixeira isto permite que os cordões dunares de «toda a área daqui [junto ao Casino] até ao calçadão, sejam naturalmente repostos, depois de retirados os apoios de praia. Vamos deixar a natureza fazer o seu trabalho de reconstrução, que estimamos que demorem entre 5 e 10 anos».
Os processos de demolição nem sempre são pacíficos, mas esta foi uma exceção. Pedro da Palma, capitão do porto de VRSA, destacou que «a requalificação fazia falta e, desde o início, quer utentes da praia, quer os concessionários, que foram parceiros incondicionais, perceberam isso. Toda esta renovação tem sido pacífica e tem tido aceitação».
Paulo Calvinho é proprietário de um dos apoios de praia que será demolido e sócio de outro. Para o empresário, «há que mudar e evoluir para melhor. Tivemos o apoio da Câmara e da APA, que facilitou a mudança. Esperamos que continue assim e esperamos que a praia tenha mais qualidade».
O proprietário diz que «já se nota, com o passadiço, o aumento de pessoas que aqui passa», ainda assim, assume que «haverá um ou outro [concessionário] que não estará tão satisfeito, mas não se pode agradar a gregos e a troianos».
Conceição Cabrita explicou que «todos os concessionários, que sempre pagaram as licenças, e têm tudo em ordem, mantêm os seus espaços».
A requalificação da praia de Monte Gordo, juntando as duas fases (construção do passadiço e demolição e construção dos apoios de praia) representa um investimento total de dez milhões de euros.
O passadiço custou um milhão de euros aos cofres da autarquia, sendo que a construção dos novos espaços de apoio e restauração será custeada pelos concessionários.
As obras de demolição chegaram a estar previstas para Fevereiro, mas Câmara de VRSA, APA, Capitania e concessionários chegaram a um entendimento para adiá-las para depois do Verão, indo ao encontro das pretensões dos proprietários dos estabelecimentos.
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