Tavira aposta forte na sua cultura, património e mobilidade para atrair investimento, anunciou Jorge Botelho

Uma forte aposta nos espaços culturais da cidade, como o velhinho Cineteatro António Pinheiro, a criação de programação cultural e […]

Uma forte aposta nos espaços culturais da cidade, como o velhinho Cineteatro António Pinheiro, a criação de programação cultural e plano de atividades para a salvaguarda da Dieta Mediterrânica, as questões da rede viária, mobilidade e estacionamento gratuito em Tavira e nas freguesias, a construção da nova ponte sobre o Rio Gilão, a defesa ativa de Balsa e o apoio às empresas, são algumas das prioridades de Jorge Botelho, ontem reempossado como presidente da Câmara de Tavira, para o seu terceiro e último mandato.

No seu discurso de posse, Botelho salientou que «os tavirenses pretendem a continuidade do trabalho» feito, uma vez que deram ao PS uma maioria absoluta em todos os órgãos autárquicos do concelho, nas Eleições Autárquicas de 1 de Outubro.

E não será para menos uma vez que, segundo o autarca socialista, «Tavira está melhor. Está reconhecidamente melhor. Está mais reabilitada, tem mais empregos e atividade económica, tem mais visibilidade como destino e projetos de investimento, tem mais turismo e dinâmica empresarial».

Tavira está ainda, sublinhou o edil, «justificadamente associada ao Turismo de qualidade, onde a preservação do património histórico e arquitetónico é uma realidade visível em cada recanto dos centros urbanos, onde a promoção e divulgação da cultura são uma constante, onde o ambiente, as praias, o lazer e a gastronomia são de excelência».

Os quatro anos do mandato 2017/2021 serão de muito trabalho, avisou. Desde logo, porque serão os anos da «descentralização administrativa de competências e de fundos financeiros para a administração local», «o que traz uma responsabilidade acrescida das autarquias e da AMAL, no desempenho de novas competências, entre outras, na área social, educação, saúde, cultura, proteção civil e mobilidade». Haverá também «mais fundos financeiros transferidos pelo poder central».

Falando da AMAL, a Comunidade Intermunicipal do Algarve, da qual Jorge Botelho era, e deverá manter-se, presidente, o autarca tavirense abordou a necessidade do «reforço do trabalho articulado dos Municípios entre si e em parceria com a AMAL, para a concretização e execução de planos e investimentos, com ou sem recurso a fundos europeus». Trata-se de «um processo de trabalho intermunicipal, que devemos olhar como desafio e forma de trabalho articulado para a concretização de muitos projetos na nossa região», defendeu.

Todo o novo executivo da Câmara de Tavira, com o presidente da Assembleia Municipal

Quanto aos projetos para a cidade, Jorge Botelho começou por falar «da concretização da obra de reabilitação do espaço onde nos encontramos», o Cineteatro António Pinheiro, cujo concurso «está lançado e em fase de apreciação de propostas, com financiamento comunitário aprovado». A obra deverá começar já «no início de 2018», para que Tavira possa, «dois anos depois», ter «um Teatro Municipal completamente reabilitado para poder receber espetáculos todo o ano».

Outra aposta será na «reabilitação do espaço cedido à Armação do Artista, a criação de um novo auditório e espaços para artistas e jovens criativos, reabilitando património existente, bem como a requalificação do Jardim do Coreto, da Alagoa e Rua Marcelino Franco, todos no centro histórico da cidade».

No centro das preocupações do novo executivo camarário, estarão ainda as «questões da mobilidade e estacionamento gratuito em Tavira e nas freguesias», para as quais Botelho diz que serão encontradas «novas soluções» ou concretizadas «soluções a aguardar oportunidade».

Nesse âmbito, garantiu, «a nova ponte sobre o Rio Gilão verá a luz do dia».

Quanto à dinâmica do cluster do mar, o autarca revelou que a Câmara está já «a trabalhar para que projetos de náutica de recreio sejam uma realidade em Tavira, Cabanas e Santa Luzia», bem como para «a concretização de estrutura portuária para os barcos de pesca em Tavira e para que os cais de embarque de acesso às ilhas sejam todos requalificados e acessíveis».

Os investimentos «significativos» na rede viária, nos próximos quatro anos, destinam-se a «dar condições de acesso e mobilidade às pessoas e proporcionar condições de investimento, na cidade, barrocal e serra». Tudo isso, sublinhou, para fomentar «o aparecimento de propostas de negócio, que crie empregos e respostas às necessidades dos investidores, tanto dos setores mais tradicionais, como dos setores turísticos, associados ao ambiente e à qualidade de vida, aos passeios de bicicleta ou aos caminhantes, apreciadores de uma paisagem mediterrânica».

No que diz respeito à requalificação dos equipamentos desportivos e municipais, «já em 2018 avançará o processo de requalificação total das piscinas municipais», ao mesmo tempo que serão desenvolvidos «os planos para a concretização do complexo desportivo municipal, que incluirá campo de futebol e pista de atletismo».

Sobre uma das bandeiras do concelho, a Dieta Mediterrânica, Jorge Botelho anunciou que o «compromisso» é «ter uma programação cultural e plano de atividades para a salvaguarda da Dieta Mediterrânica». É que, sublinhou, «a nossa cultura e o nosso património dizem-nos respeito».

O presidente da Câmara de Tavira aproveitou ainda o discurso para recordar o «combate forte» que decorreu ao longo do último mandato e que«juntos vencemos»: «falo da luta contra o petróleo no Algarve, cujas concessões de exploração em terra já foi anulada, e, no mar, com a Repsol, rescindidos os contratos, faltando ainda a exploração em frente a Aljezur do consórcio ENI/Galp, que, estou convicto, não irá avançar». Esta foi uma causa que juntou todos, «políticos, associações, empresários, cidadãos interessados».

Mas, avisou, «há mais causas», nomeadamente as que têm a ver com a preservação «do nosso património e a identidade histórica».

Nesse âmbito, Jorge Botelho recordou o caso do sítio arqueológico romano de Balsa, para cuja defesa prometeu contribuir de forma decisiva, «com uma proposta de salvaguarda, que apresentaremos ao Governo, a fim de se ter um plano que a defenda de todas as ameaças, nomeadamente as urbanísticas». E comprometeu-se ainda a «promover o aparecimento de investimentos» que permitam trazer Balsa, «com segurança, à luz do dia».

No que diz respeito à «criação e promoção cultural», que o edil pretende que sejam cada vez mais uma marca de Tavira, anunciou o «destaque» que será dado a Álvaro de Campos e as comemorações dos «nossos 500 anos como cidade, em 2020».
Deste modo, assegurou, Tavira «continuará a assumir-se como um concelho e uma cidade imperdível de visitar, onde é seguro viver e bom para investir e criar empregos».

«Tavira afirma-se como o Centro do Sotavento do Algarve», concluiu o autarca socialista, no seu discurso de posse.
Na cerimónia de ontem ao fim da tarde, tomaram posse todos os elementos do executivo camarário – Jorge Botelho, Ana Martins, José Manuel Guerreiro, João Pedro Rodrigues e Cristina Justo Martins, todos do PS, e ainda Elsa Cordeiro e Rui Domingos, do PSD.

Foram ainda empossados os membros da Assembleia Municipal, em cuja presidência foi reconduzido José Baía, do PS. No entanto, pela primeira vez em 20 anos, a mesa da AM será só constituída por elementos dos socialistas, já que o PSD se recusou a indicar um nome do seu partido para integrar a mesa.

Por outro lado, também em Tavira se cumpriu um minuto de silêncio, em memória das vítimas dos incêndios.

 

Fotos: Câmara Municipal de Tavira

 

Comentários

pub