Roturas no adutor Funcho-Alcantarilha vão ser reparadas «em breve»

O adutor Funcho-Alcantarilha, que tem «diversas roturas», vai começar a ser reparado «em breve» pelas Águas do Algarve. As obras […]

Barragem do Funcho

O adutor Funcho-Alcantarilha, que tem «diversas roturas», vai começar a ser reparado «em breve» pelas Águas do Algarve. As obras devem ficar concluídas no início de 2019. A garantia foi dada pelo Ministério do Ambiente, numa resposta ao deputado do PCP Paulo Sá, eleito pelo círculo do Algarve.

As questões sobre o adutor que liga a Barragem do Funcho à Estação de Tratamento de Água (ETA) de Alcantarilha foram levantadas depois de, a 26 de Junho, uma delegação do PCP ter visitado as estações de tratamento de água de Alcantarilha e de Tavira e de se ter reunido com o Conselho de Administração das Águas do Algarve.

De acordo com o deputado Paulo Sá, «nessa reunião, a delegação do PCP foi informada, em particular, que o adutor Funcho-Alcantarilha, com 12 quilómetros de extensão, que liga a Barragem do Funcho à ETA de Alcantarilha, tem diversas ruturas» e que, «numa delas, a perda contabilizada de água é de 6 milhões de metros cúbicos por ano, quase 10% do volume anual de água transportado por esse adutor. Noutras ruturas, as perdas não estão contabilizadas».

Segundo os comunistas, «esta situação já se arrasta há vários anos, sem que a Agência Portuguesa do Ambiente, a quem compete a manutenção do adutor Funcho-Alcantarilha, faça as necessárias reparações».

O Ministério do Ambiente esclarece sobre o atraso na intervenção que «o adutor Funcho-Alcantarilha comporta características específicas que condicionam a realização de intervenções que obriguem à interrupção da sua utilização. Dada a sua extensão e diâmetro, a identificação das áreas de reparação, a sua desativação, com esvaziamento dos troços a intervir, e a sua reativação, com enchimento e pressurização, são operações demoradas e de grande complexidade».

O Governo acrescenta que «este adutor é o único meio de transporte da água que abastece a Estação de Tratamento de Água (ETA) de Alcantarilha, a partir da qual é garantida a distribuição, em alta, da água para abastecimento público do Barlavento Algarvio. A origem da água transportada foi, entre 2000 e 2012, a albufeira do Funcho e, após Junho de 2012, a albufeira de Odelouca, sendo o único utilizador desta infraestrutura a empresa Águas do Algarve, S.A».

Paulo Sá

A tutela explica que «pela conjugação destas circunstâncias, as intervenções programadas no adutor só podem ocorrer em época baixa e fora dos períodos de pico de consumos, mediante uma preparação e programação muito rigorosa, sob pena de condicionar o abastecimento público em metade do território do Algarve».

Já sobre a estimativa do volume de água das fugas identificadas, o ministério diz que este é «cerca de dez vezes inferior ao valor invocado de 6 milhões, desconhecendo-se a origem de tal valor. Acresce que esta água é restituída à rede hidrográfica da bacia do Arade, não tendo condicionado, em momento algum, as disponibilidades de água para o abastecimento público ou para rega».

No entanto, de acordo com o Ministério do Ambiente, «a empresa Águas do Algarve tem agora as condições para promover a necessária intervenção, que será iniciada em breve, com termo de conclusão no início de 2019».

Nas perguntas enviadas ao Governo, o deputado Paulo Sá lembrou que, em Outubro de 2014, a Associação de Regantes e Beneficiários de Silves, Lagoa e Portimão solicitou à Agência Portuguesa do Ambiente a autorização para efetuar a ligação do sistema de distribuição de água do Aproveitamento Hidroagrícola de Silves, Lagoa e Portimão ao adutor Funcho-Alcantarilha, «sem que esta ligação tenha sido ainda autorizada».

O Governo esclareceu, quanto a este ponto, que a «tomada de decisão quanto à eventual ligação do sistema de rega ao adutor está dependente da posição da Comissão Europeia, considerando as implicações que a ligação acarreta no processo de aprovação, a que foi sujeita a construção da barragem de Odelouca. Em resposta à diligência efetuada por este Ministério, a Comissão Europeia solicitou recentemente informação complementar para tomada de decisão».

Só depois da «pronúncia da Comissão Europeia e, se a mesma for favorável, é que serão definidas as condições técnicas e financeiras, assim como o modelo de utilização conjunta da infraestrutura», conclui o Ministério do Ambiente.

Comentários

pub