Ministra da Administração Interna pede demissão, António Costa já aceitou

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, apresentou o pedido de demissão, que foi aceite pelo primeiro-ministro, anunciou […]

Constança Urbano de Sousa

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, apresentou o pedido de demissão, que foi aceite pelo primeiro-ministro, anunciou hoje o gabinete de António Costa.

A notícia do pedido de demissão da ministra chegou há minutos às redações, através de uma nota do gabinete do primeiro ministro.

O pedido de demissão de Constança Urbano de Sousa surge depois da comunicação ao país, feita ontem à noite pelo Presidente da República.

A partir do Salão Nobre dos Paços do Concelho de Oliveira do Hospital, Marcelo Rebelo de Sousa disse que tem que haver «um novo ciclo que inevitavelmente obrigará o Governo a ponderar o quê, quem, como e quando serve este ciclo», apontando ao primeiro ministro a necessidade de uma remodelação ministerial.

«A ministra da Administração Interna apresentou-me formalmente a demissão em termos que não posso recusar», diz o primeiro-ministro na nota enviada às redações.

No comunicado, António Costa agradece publicamente «a dedicação e empenho com que [a ministra] serviu o País no desempenho das suas funções».

Segundo a Antena1, a ministra Constança Urbano de Sousa, na sua carta, revela que já aquando da tragédia de Pedrógão Grande tinha pedido a demissão, tendo sido o primeiro ministro a insistir com ela para ficar, de modo a arranjar soluções para os problemas da floresta.

«Logo a seguir à tragédia de Pedrógão pedi, insistentemente, que me libertasse das minhas funções e dei-lhe tempo para encontrar quem me substituísse, razão pela qual não pedi, formal e publicamente, a minha demissão», escreve Constança Urbano de Sousa na sua carta.

A ministra diz que o fez «por uma questão de lealdade» e que o primeiro-ministro, na altura, lhe pediu para se manter em funções.

«Pediu-me para me manter em funções, sempre com o argumento que não podemos ir pelo caminho mais fácil, mas sim enfrentar as adversidades, bem como para preparar a reforma do modelo de prevenção e combate a incêndios florestais, conforme viesse a ser proposta pela Comissão técnica Independente», adianta a carta da ministra.

«Manifestou-se sempre a sua confiança, o que naturalmente reconheço e revela a grandeza de carácter que sempre lhe reconheci», acrescenta Constança Urbano de Sousa.

Durante a tragédia deste fim de semana, a ministra ter voltado a solicitar que, logo após o seu período crítico, António Costa aceitasse a cessação de funções, acrescentando: «apesar de esta tragédia ser fruto de múltiplos fatores, considerei que não tinha condições políticas e pessoais para continuar no exercício deste cargo, muito embora contasse com a sua confiança».

«Tendo terminado o período crítico desta tragédia e estando já preparadas as propostas de medidas a discutir no Conselho de Ministros Extraordinário de dia 21 de Outubro, considero que estão esgotadas todas as condições para me manter em funções, pelo que lhe apresento agora formalmente, o meu pedido de demissão, que tem de aceitar, até para preservar a minha dignidade pessoal», conclui a carta assinada por Constança Urbano de Sousa.

 

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