Mar Adentro agita águas em nome da sustentabilidade, desta vez a bordo de barco de pesca de arrasto

Um jantar em terra firme, no Vista Restaurante, do Bela Vista Hotel & SPA (Praia da Rocha, Portimão), foi o arranque […]

Festival Mar Adentro 2017 – Foto: Paulo Barata

Um jantar em terra firme, no Vista Restaurante, do Bela Vista Hotel & SPA (Praia da Rocha, Portimão), foi o arranque para mais um festival Mar Adentro. Mas, no dia seguinte, o almoço foi a bordo do barco do arrasto »Mexilhão», atracado no porto de pesca do Arade.

Nos dias 13 e 14 de Outubro, o Bela Vista Hotel & SPA (Praia da Rocha, Portimão) foi, uma vez mais, o grande palco do Mar Adentro, a iniciativa que a Amuse Bouche organiza desde 2015 em parceria com João Oliveira, chef Executivo do Vista Restaurante, e Pedro Bastos, da Nutrifresco.

À 3ª edição, discutiu-se de novo a sustentabilidade dos oceanos e homenageou-se o mar português, através de um jantar e um almoço com peixes e moluscos mais desconhecidos do grande público — os eternos protagonistas deste evento onde tudo se desenrola ao ritmo das marés.

O arranque deu-se em terra firme, com um jantar no Vista Restaurante. O menu, exclusivamente dedicado às espécies das águas portuguesas, foi pensado pela equipa da casa e por dois convidados especiais, os chefs Vítor Matos (Antiqvvm, 1* Michelin) e Luís Gaspar (Sala de Corte e Chefe Cozinheiro do Ano 2017), que aceitaram o desafio de cozinhar com peixes menos conhecidos.

Os chefs João Oliveira (Vista Restaurante),  Tiago Bonito (Largo do Paço, 1* Michelin) e Vasco Coelho Santos (Euskalduna Studio)
Foto – Paulo Barata

“Já todos tínhamos uma pequena ideia das espécies com que iríamos trabalhar, mas dias antes do Mar Adentro tivemos algumas surpresas”, refere o chef e anfitrião João Oliveira, quando se deparou com o que o mar lhe trouxera.

E o que foi? Sarrajão, lírio dos Açores, carapau negrão, rascasso, salmonete de fundura, peixes que, nas mãos dos três chefs, ganharam reconhecimento. Às mesas do Vista chegaram criações elaboradas e apetecíveis, a provar o potencial destas espécies.

No dia seguinte, veio à tona a temática das pescas industrial e artesanal, numa apresentação que contou com intervenções de Miguel Cunha (Testa e Cunhas), Rita Sá (World Wild Fund) e Pedro Bastos (Nutrifresco).

“Levámos as pessoas para um barco de pesca de arrasto e lançámos o debate. Queríamos falar sobre os tipos de pesca, e, de certa forma, tentar perceber como podemos reaproveitar as toneladas de peixe que todos os dias são desperdiçadas”, esclarece o chef do Vista, que defende a qualidade do peixe português, mas lamenta o facto de algumas espécies estarem inacessíveis.

“Temos peixes mesmo muito bons, mas que, por falta de interesse ou por dificuldades legislativas relacionadas com as quotas de pescas e as vendas nas lotas, não chegam até nós. E depois o que acontece é que muitas espécies, por não serem conhecidas no mercado, não têm valor e não são comercializadas”.

No almoço que se seguiu, e em que estiveram em ação, na cozinha improvisada no barco, os chefs Tiago Bonito (Largo do Paço, 1* Michelin), Vasco Coelho Santos (Euskalduna Studio) e João Oliveira, foram as espécies menos habituais que estiveram no centro das atenções.

 

Conheça aqui o menu do jantar no Vista Restaurante

Conheça aqui o menu do almoço a bordo do «Mexilhão»

 

Fotos: Paulo Barata

 

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