Há cada vez mais português com sotaque na Universidade do Algarve

Vieram do outro lado do Atlântico, primeiro 50, depois 115, depois 180. Em 2017/2018, são já cerca de 400 os […]

Vieram do outro lado do Atlântico, primeiro 50, depois 115, depois 180. Em 2017/2018, são já cerca de 400 os estudantes brasileiros que escolheram a Universidade do Algarve para fazer a sua licenciatura completa.

O contigente brasileiro é o mais numeroso entre os alunos internacionais na academia algarvia, sendo que, só no novo ano letivo, mais de 200 novos estudantes deste país se matricularam na Universidade do Algarve.

O número deixa António Branco, reitor da Universidade do Algarve, orgulhoso e causa inveja a outras academias. «Quando refiro estes números a outros colegas, de outras universidades, vejo os olhos deles, olhando para mim, reconhecendo que há aqui indicadores muito bons a este nível», disse o reitor.

Em 2014, foi celebrado um protocolo com o INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o organismo que, no Brasil, regula o acesso ao ensino superior e que permite que os alunos brasileiros possam candidatar-se à UAlg com a nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM, equivalente ao exame nacional português de acesso ao ensino superior). Desde então, o número de estudantes brasileiros não pára de crescer.

Os primeiros chegaram, gostaram da experiência, e esse foi meio caminho andado para que outros viessem para o Algarve.

António Branco

«Acaba por funcionar como um ímane. Esta comunidade foi muito bem acolhida, sentem-se muito bem aqui. Estes jovens passaram uma mensagem muito positiva, porque conhecem muitos outros jovens no Brasil. O facto de os estudantes brasileiros, quando cá chegam, terem uma comunidade grande, muito bem organizada, que já conhece a cidade, a região, a Universidade, ajuda a que se sintam ainda mais em casa», explica o reitor da Universidade do Algarve, que considera que, ter cerca de 400 alunos brasileiros inscritos, «em três anos, é absolutamente extraordinário».

Os alunos brasileiros têm o estatuto de estudante internacional, que se aplica a quem não tem nacionalidade, ou residência, há mais de três anos, na União Europeia.

Cada universidade pode abrir, em cada ano letivo, 20% de vagas para este tipo de estudante e, segundo André Botelheiro, coordenador do Gabinete de Comunicação e Protocolo da Universidade do Algarve, «este ano aproximámo-nos de esgotar as vagas. Tivemos mais de 2000 candidatos, mas nem todos reúnem as condições para serem aceites».

O “peso” dos estudantes brasileiros é maior quando comparado com estudantes de outras nacionalidades. «Falando do primeiro ciclo, de licenciaturas, perto de 99 por cento dos estudantes internacionais [excluindo os programas de mobilidade como o Erasmus] são brasileiros», disse André Botelheiro ao Sul Informação. Há apenas uma aluna chinesa em Biologia e dois alunos cubanos em Engenharia Informática, com o mesmo estatuto de estudante internacional.

Segundo o responsável pela comunicação da Universidade do Algarve, a presença destes alunos brasileiros «traz uma vivência diferente, é um aluno que vem fazer o programa curricular completo. Da experiência e das conversas que vamos tendo, há perspetivas de fixação de novos residentes em Faro e no Algarve. Muitos deles, depois desta experiência, acabam por tentar fixar aqui o seu futuro profissional, ou dar continuidade aos estudos. Temos uma nova realidade e a Universidade do Algarve foi pioneira e tem números muito interessantes em comparação com outras universidades».

 

Número de estudantes Erasmus está perto do limite

Estudantes Erasmus. Foto de arquivo

Não é apenas o interesse dos estudantes brasileiros, que vêm fazer uma licenciatura completa, que tem crescido. Também ao nível de programas de mobilidade, a Universidade do Algarve apresenta bons números e só não cresce mais porque «estamos a atingir o nosso limite», diz André Botelheiro.

De acordo com o responsável pela comunicação da universidade, em 2017/2018 haverá cerca de 500 alunos em programas de mobilidade, do Erasmus, dos quais 253 já chegaram. «É um número que se tem mantido estável. Tem havido um crescimento curto, devido à capacidade de crescimento que é menor. Não podemos ter muito mais alunos de mobilidade sob pena de as turmas duplicarem».

No total, este ano, a Universidade do Algarve terá, incluindo estudantes internacionais, de programas de mobilidade e estudantes de mestrado, «1400 estudantes estrangeiros, com mais de 90 nacionalidades». A mais representada é a brasileira.

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