Francisco Amaral perdeu maioria em Castro Marim, mas venceu «contra dois pesos pesados»

Francisco Amaral foi reeleito presidente da Câmara de Castro Marim pelo PSD, mas perdeu a maioria que detinha e viu […]

Francisco Amaral foi reeleito presidente da Câmara de Castro Marim pelo PSD, mas perdeu a maioria que detinha e viu entrar no executivo José Estevens, antigo edil castro-marinense pelos social-democratas, que entrou em rutura com o partido (e com Francisco Amaral).

Ainda assim, o decano dos autarcas portugueses – «sou o maior dinossauro de todos», comenta, a rir – diz não estar «nada preocupado» e acredita que conseguirá chegar a consensos com a oposição, para bem da população.

Em declarações ao Sul Informação, Francisco Amaral frisou que lutou «contra dois pesos pesados, o PS e a coligação do Dr. José Estevens [CM1 – Castro Marim Primeiro], e, mesmo assim, ganhei». «O CM1 criou uma cisão no eleitorado do PSD e roubou-nos votos. Já o PS perdeu votos em relação a 2103 e teve a pior votação de sempre em Castro Marim», disse.

Isso determinou que o PSD tenha agora os mesmos vereadores que o PS, dois no total, e que o quinto elemento da vereação seja José Estevens, cabeça-de-lista da candidatura independente. Uma conjuntura que não preocupa demasiado Francisco Amaral, que diz ser «um homem de consensos». «Eu sou uma pessoa de bom senso e que busca consensos. Apelo ao bom senso dos meus opositores, para o bem de Castro Marim», disse.

Mas Célia Brito, cabeça-de-lista do PS, que perdeu a eleição para a presidência da Câmara por apenas 32 votos, garante que não serão os socialistas a impedir que «obras estruturantes sejam realizadas». «Se houver alguma proposta da Câmara e que estejam em causa os interesses dos castro-marinenses, não vamos bloquear. No que toca a obras estruturantes, podem contar com o PS», assegurou, em declarações ao Sul Informação.

Já noutras questões, nomeadamente as que são focadas no programa do PS, como «os subsídios dos contratos-programa e a unidade móvel de saúde», que estiveram no centro do debate durante a campanha, os socialistas dizem que não irão facilitar. «Não bloquearemos [a ação do executivo], mas não deixaremos de fazer uma oposição responsável. Agora que o dr. Francisco Amaral não tem maioria, as propostas terão de vir mais lapidadas», avisou Célia Brito.

Estas posições são assumidas na ressaca da votação, mas, pelo menos da parte de Francisco Amaral, há a intenção de se sentar à mesa com os vereadores da oposição, para tentar criar uma plataforma de entendimento. E nem coloca de parte a possibilidade de vir a oferecer um pelouro a um dos vereadores socialistas.

«Vamos conversar com o PS sobre essa possibilidade, sempre numa perspetiva de consenso e não de guerrilha. O que interessa são os interesses da população», disse o presidente da Câmara reeleito.

Já Célia Brito diz não acreditar que haja uma proposta nesse sentido. «A surgir, é algo a pensar, dependendo dos moldes em que seja feita. Mas eu tenho a minha ideologia, não vou aceitar por aceitar», assegurou. Ou seja, terá de ser algo que traga benefícios ao concelho.

Quanto à relação com a terceira força política com assento na Câmara, o candidato independente do CM1, Célia Brito acredita que haverá muitas situações em que estarão de acordo, «tendo em conta aquilo que foi defendido por ambos na campanha».

Mas, também aqui, serão frentes comuns pontuais e apenas em relação a determinados temas. «Não será uma frente bloqueadora, não será algo concertado», garantiu Célia Brito.

 

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