Cães-guia vão ser dados a dois jovens invisuais no Algarve

Dois cães-guia, que no início do próximo ano vão ser entregues a dois jovens deficientes visuais residentes no Algarve, entraram […]

Créditos: Depositphotos | Foto de arquivo

Dois cães-guia, que no início do próximo ano vão ser entregues a dois jovens deficientes visuais residentes no Algarve, entraram na fase final do seu treino em Inglaterra. 

Karin Holmström Forster, especialista em comportamento canino e treinadora de cães de assistência, e os seus dois cães, iniciaram o seu treino, a 21 de Agosto, em Devon na Inglaterra, com Alan Brooks, um dos mais experientes treinadores britânicos de cães-guia, com vários artigos e livros editados.

Neste período de treino, que terá a duração de 12 semanas, cada cão tem duas sessões de treino diárias. Além desta componente prática, Karin tem de realizar trabalho teórico, composto por leituras de artigos e visualização de vídeos sobre treino de cães-guia e bem estar animal.

Abbe tem 15 meses, é um whippet cruzado com caniche e tem registado «um desempenho tão bom, que está a evoluir no seu treino mais rapidamente do que o previsto», diz a “Pawsitive Dogs”, o nome deste projeto.

Já Fred é um jovem labrador, que iniciou o seu treino com somente sete meses, e que, tendo em conta a sua idade, está a evoluir acima do expetável, apesar de precisar de continuar o seu treino intensivo, após regressar ao Algarve.

«Na sua estadia em Inglaterra, Karin pôde constatar a diferença na integração dos deficientes visuais em Portugal e naquele país».

É que todos os dias se tem podem ver «três a quatro deficientes visuais a circular nas ruas com o apoio da sua bengala, cães-guia ou guias humanos».

«Nas cidades há passadeiras com aviso sonoro e passadeiras com textura que ajudam os deficientes visuais a saber onde têm de atravessar», diz Karin, acrescentando ainda que «o sistema nacional de saúde suporta os custos de tratamento e equipamento necessários», garantindo a autonomia de que precisa.

Ou seja:«ser cego não é sinónimo de ficar confinado a casa».

Com as competências e experiência obtida no seu treino com Alan Brooks, a Pawsitive Dogs Algarve pretende iniciar um projeto de treino de cães-guia no Algarve.

Nas palavras de Karin, «tendo trabalhado toda a minha vida com pessoas, nas áreas da saúde e reabilitação e, mais recentemente, com cães e os seus donos, sinto que o meu maior contributo para a sociedade será dando independência e um amigo a alguém que, de outra forma, poderá não conseguir sair de sua casa».

A sua visão para este projeto tem várias especificidades. «Ao invés de criar cães de uma raça específica, pretendo treinar cães que se encontrem para adoção e que possuem as características necessárias, dando-lhes uma função e um papel que lhes permita ajudar os deficientes motores a conseguirem uma melhor integração na sociedade».

Como treinadora de cães de assistência, «Karin tem a experiência necessária para preparar os cães para realizar ambas as funções: de cães-guia e de cão de assistência que possa alertar para a toma de medicação ou para realização de outras tarefas, por exemplo para apoio a um deficiente motor que se encontre confinado a uma cadeira de rodas».

O objetivo é que sejam treinados seis a oito cães por ano, sendo que, para fazê-lo, a Pawsitive Dogs Algarve procura parceiros que possam tornar realidade «um projeto único na região, que pode ter um enorme impacto na vida de inúmeros deficientes visuais na região e no Sul do país».

Além do apoio financeiro, essencial à sustentabilidade de um projeto desta natureza, a Pawsitive Dogs Algarve procura parceiros na área da medicina veterinária e da farmácia assim como de alimentação animal.

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