Vítor Aleixo e José Graça trocam acusações por causa da Circular Norte de Loulé

A candidatura socialista à Câmara de Loulé, liderada pelo atual presidente Vítor Aleixo, acusa o PSD e o Bloco de […]

A candidatura socialista à Câmara de Loulé, liderada pelo atual presidente Vítor Aleixo, acusa o PSD e o Bloco de Esquerda locais de tentar «impedir a conclusão» da Circular Norte de Loulé. O candidato social-democrata José Graça responde, acusando a autarquia de não ter construído «um único metro» dessa nova estrada ao longo de quatro anos.

Em comunicado, a candidatura do PS diz que um acordo entre a Câmara e a empresa Infraestruturas de Portugal, que permitiria o avanço da obra, quase foi chumbado em Assembleia Municipal, a 15 de Setembro, devido aos votos contra dos elementos do PSD (houve apenas uma abstenção) e do Bloco de Esquerda.

Os socialistas explicam, no seu comunicado, que «após longos meses de negociação com as Infraestruturas de Portugal, o executivo camarário, liderado pelo Vítor Aleixo, logrou desbloquear a situação relativa à conclusão da obra da Circular Norte».

O acordo alcançado entre a autarquia e a IP «passa pela transferência para a esfera do domínio público municipal da Estrada ER270, com início em Boliqueime (nó de ligação à A22) até ao limite do concelho no sítio da Apra, de forma a possibilitar a realização da 2ª fase da Variante Norte entre a rotunda do Pavilhão e a rotunda do Cilindro na Pedragosa/Barreiras Brancas, por parte do Município».

Apesar dos votos contra do PSD e do BE, a proposta acabou por ser aprovada, «por maioria tangencial, pela Bancada do Partido Socialista e pela deputada da CDU», acrescenta a nota da candidatura de Vítor Aleixo.

Os socialistas dizem que fica assim «aberto o caminho para, nos próximos quatro anos, a cidade de Loulé ver finalmente resolvida uma questão que se arrasta há mais de 18 anos, e que é uma obra estratégica para o aumento da mobilidade e da qualidade de vida de todos aqueles que vivem e trabalham em Loulé».

Segundo o PS, só «a atual situação de equilíbrio das contas municipais permite ao Município assumir a construção e manutenção desta Via, sem que fique em causa a capacidade de investimento futuro em novos equipamentos para o concelho».

Em resposta a este comunicado, o social democrata José Graça, candidato à Câmara Municipal daquele concelho e antigo vice-presidente da autarquia, afirmou que «Vítor Aleixo não conseguiu, em quatro anos, construir um único metro» da Circular Norte.

O candidato da coligação liderada pelo PSD acusa o socialista de ter «a distinta lata e a desfaçatez de vir agora, de forma absolutamente demagógica, e a duas semanas das eleições, culpar o PSD e o Bloco de Esquerda pela sua incapacidade, mais do que evidenciada ao longo de todo este mandato».

A candidatura de José Graça, que acusa o PS e o presidente da Câmara de «nada fazer nos últimos quatro anos para melhorar a vida dos munícipes», diz que os socialistas têm «a memória curta e a suprema arrogância de se apropriar de uma obra que foi para a frente graças à vontade, esforço e sacrifício de todos os louletanos».

É que, recordam os social-democratas, a Circular Norte a Loulé foi «iniciada e concluída em mais de dois terços, em 2009, pelo executivo social-democrata liderado por Seruca Emídio, sendo então primeiro-ministro José Sócrates».

«Os custos para a autarquia resultantes do protocolo de contrapartidas do aterro sanitário, assinado ainda nos anos 90, eram de 35 % do valor das expropriações e 17,5% do valor da obra», acrescenta José Graça.

Por causa dos «atrasos em tomar decisões» do atual executivo camarário, acusa a candidatura social-democrata, «todos iremos pagar a mais, por uma obra que tinha uma conclusão fácil e muito mais barata. É que agora haverá custos adicionais para a autarquia, pois o projeto inicial foi completamente desvirtuado, já que passa das  quatro faixas planeadas para apenas duas faixas».

«Perante isto, o PSD nunca poderia, em consciência, votar favoravelmente um acordo que viola os mais elementares princípios dos investimentos públicos», conclui a candidatura de José Graça.

Por seu lado, o PS ataca, afirmando que PSD e BE ignoraram «de forma irresponsável os superiores interesses públicos do município e das populações, numa atitude de pura e despudorada propaganda eleitoral».

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