PSD não tem cabeças-de-lista para todas as Câmaras do Algarve pela primeira vez

Esta é a primeira vez que o PSD não apresenta cabeças-de-lista a todas as Câmaras Municipais do Algarve. É que, […]

Esta é a primeira vez que o PSD não apresenta cabeças-de-lista a todas as Câmaras Municipais do Algarve. É que, em Portimão, a candidatura da qual os social-democratas fazem parte é encabeçada pelo CDS, através de José Pedro Caçorino, vereador naquela autarquia eleito em 2013 e líder dos centristas no Algarve.

De resto, o PSD candidata-se a todas as restantes 15 autarquias da região, sozinho (em Albufeira, com Carlos Silva e Sousa, em Lagoa, com José Inácio, em Lagos, com Nuno Serafim, em Monchique, com Rui André, em Silves, com Rogério Pinto, em Tavira, com Elsa Cordeiro, e em Vila Real de Santo António, com Conceição Cabrita), ou em coligação, com o CDS, com o Movimento Partido da Terra (MPT) e o Partido Popular Monárquico (PPM), em conjunções variáveis segundo os concelhos.

Os social-democratas recandidatam quatro dos seus cinco presidentes em exercício: Carlos Silva e Sousa, em Albufeira, Rogério Bacalhau, em Faro, Rui André, em Monchique, e Francisco Amaral, em Castro Marim.

O quinto presidente laranja é Luís Gomes, em Vila Real de Santo António, que já não pode voltar a candidatar a esta Câmara, por ter atingido o limite de três mandatos consecutivos. Curiosamente, Gomes é agora cabeça-de-lista do PSD à Assembleia Municipal do concelho vizinho, Castro Marim.

Mas o PSD volta a candidatar também dois antigos presidentes, que perderam as suas Câmaras para o PS nas Autárquicas de 2013: José Inácio, em Lagoa, e Rogério Pinto, em Silves.

Entre os novos candidatos, a maior incógnita parece ser a capacidade de Conceição Cabrita manter a Câmara que é liderada pelo PSD desde há 12 anos. Em Vila Real, o PS, curiosamente, foi repescar como candidato António Murta, que tinha perdido esta autarquia para o social-democrata Luís Gomes, em 2005. Mas há ainda a considerar a candidatura da CDU, com Álvaro Leal, uma vez que os comunistas também gostariam de recuperar uma Câmara que já governaram.

Em alguns concelhos, as trocas e baldrocas de candidatos de uns partidos para os outros poderá ter fragilizado as pretensões do PSD. São os casos de Portimão, Olhão, Vila do Bispo e até de Castro Marim.

Em Portimão, o PSD, como já se disse, aceitou integrar uma coligação com o CDS (e o MPT e PPM), mas onde o cabeça-de-lista é o líder regional centrista José Pedro Caçorino.

Sob a sigla «Servir + Portimão», esta coligação em que os laranjas perdem protagonismo levou a que houvesse debandada de social-democratas quer para as listas do PS, quer para uma lista do «Nós, Cidadãos», que pela primeira vez se candidata à Câmara de Portimão.

Em Olhão, tal como em Vila do Bispo, o PSD deu guarida a elementos do PS que se zangaram com os atuais presidentes de Câmara socialistas de ambos os concelhos.

Em terras olhanenses, Luciano Jesus, o ainda presidente da Junta de Freguesia de Olhão, eleito em 2013 pelo PS, desentendeu-se com o presidente da Câmara António Miguel e saiu.

Ainda se falou na hipótese de avançar com uma candidatura independente, mas o ex-socialista Luciano acabou por negociar com o PSD e é agora o cabeça-de-lista dos social-democratas à Câmara de Olhão.

Em Vila do Bispo, a divisão também afetou o PS, que governa a Câmara através do recandidato Adelino Soares. Um vereador (Afonso Nascimento) e o presidente da Assembleia Municipal (Nuno Amado), eleitos pelos socialistas em 2013, bateram com a porta e passaram-se de armas e bagagens para a lista encabeçada pelo PSD. Afonso Nascimento é agora o candidato dos social-democratas no concelho mais ocidental do Algarve.

Só que isso não deixou contentes os membros e simpatizantes do PSD daquelas bandas. O processo da candidatura pelos social-democratas de Afonso Nascimento foi decidido pela Distrital do partido e criou muitas divisões nas hostes laranja no concelho.

Isso levou ao surgimento da candidatura independente de Fernando Cortes, à frente do movimento «Vila do Bispo tem Futuro», enquanto em Sagres, Luís Paixão, o atual presidente da Junta de Freguesia, eleito pelo PSD em 2013, também se afastou do partido e agora candidata-se pelo movimento «Paixão por Sagres».

Finalmente, em Castro Marim também foi de divisões internas dos social-democratas que surgiu uma candidatura de cidadãos, denominada «Castro Marim Primeiro» e chefiada por José Estevens. Mas aqui a história foi outra.

É que o PSD, a nível nacional, definiu a regra de voltar a apoiar a candidatura de quem já era presidente da Câmara, como é o caso do atual edil de Castro Marim, Francisco Amaral.

Ora, Estevens, que tinha sido presidente da mesma autarquia até 2013, mas não se pôde recandidatar nesse ano àquela Câmara por limite de mandatos (candidatou-se ao vizinho concelho de Tavira, mas perdeu), queria agora voltar a ser o cabeça de lista em Castro Marim. O PSD Nacional não aceitou e Francisco Amaral recandidata-se. Isso levou Estevens a demitir-se do seu partido de sempre e a avançar com uma candidatura dita independente. Que estragos poderá ela fazer à recandidatura de Amaral ver-se-á no domingo.

Falta falar dos restantes candidatos – em São Brás de Alportel, o PSD (+CDS+MPT+PPM) aposta no jovem Bruno Costa para tentar roubar a autarquia aos socialistas. Em Loulé, é José Graça (ex-vice presidente no tempo de Seruca Emídio) que tenta reaver a Câmara, perdida em 2013 para Vítor Aleixo (PS).

Em Aljezur, o candidato é o estreante Helder Cabrita (PSD+CDS+MPT), enquanto em Alcoutim é Jorge Inácio (que junta ao leque de partidos da coligação o PPM), que também concorre pela primeira vez.

Em resumo: nas Eleições Autárquicas de 1 de Outubro, os social-democratas vão tentar manter as cinco Câmaras Municipais que governam (Albufeira, Castro Marim, Faro, Monchique e VRSA), mas, de caminho, vão também tentar conquistar novas, como Olhão e Vila do Bispo. No próximo domingo logo se verá se o conseguem.

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