Paroquianos de S. B. Nexe e Estoi estão contra saída do padre Jesus, mas decisão é «irrevogável»

Cerca de três dezenas de paroquianos de Santa Bárbara de Nexe e Estoi, vestindo camisolas com a frase “Je Suis […]

Cerca de três dezenas de paroquianos de Santa Bárbara de Nexe e Estoi, vestindo camisolas com a frase “Je Suis Jesus” (Eu Sou Jesus), manifestaram-se este domingo, antes da missa de tomada de posse do cónego José Pedro, contra a saída do anterior pároco, Jesus Ejocha, que assumiu funções em Monchique.

Os paroquianos gostaram do trabalho desenvolvido ao longo do último ano pelo padre que, segundo António Casimiro, um dos manifestantes, desenvolveu «extraordinariamente a vida na Igreja. As pessoas que se estavam a afastar, começaram a regressar. As igrejas estão a ficar reduzidas a bancos vazios e paredes, porque há uma ação do tipo intelectual, em vez de vivencial. O padre Jesus fazia com que isso acontecesse. As pessoas, dos mais pequenitos aos mais idosos, começaram a regressar satisfeitas por estarem naquele ambiente».

António Casimiro

As homilias do padre Jesus Ejocha, em que o sacerdote percorre os corredores da igreja interpelando os paroquianos são um dos motivos dos elogios de António Casimiro.

«Ele fazia homilias em que participava com as pessoas e, com isso, a comunidade começou a desenvolver-se. De repente, em Julho, somos confrontados com a situação que ele ia ser deslocado daqui. Para nós é incompreensível, o que desejamos é que continue a obra que começou que a termine como deve ser», considera.

Manifestantes reuniram-se à porta da igreja

Os paroquianos descontentes, que já entregaram ao Bispo do Algarve um abaixo assinado com 500 subscritores, vão mesmo pedir ao Papa Francisco «para analisar a situação. Em Portugal, só o Bispo do Algarve pode atuar e, sendo que o Bispo, que é a pessoa responsável, não fez nada, em termos de organização eclesiástica, só o Vaticano pode intervir», diz António Casimiro.

Apesar dos esforços deste grupo de paroquianos, o padre Miguel Neto, do Gabinete de Informação da Diocese do Algarve, diz que a decisão de D. Manuel Quintas é «irrevogável» e que o padre Jesus Ejocha «aceitou sair».

«As pessoas têm direito a manifestarem-se, mas esta saída do padre Jesus Ejocha não é um ato isolado. Este ano pastoral, houve mudanças em 32 paróquias. É uma mudança que se insere num contexto global para fazer face às necessidades da Igreja Católica na diocese».

Segundo Miguel Neto, «o padre Jesus foi substituir o padre José Águas que estava em Monchique. Com 74 anos, tinha um concelho inteiro e vasto a seu cargo e, há um ano ou dois, teve um acidente de carro. Era preciso alguém com mais força física, alegria e alguém que conhecesse bem a terra, foi isso que motivou a escolha do senhor Bispo».

Para o responsável da comunicação da diocese, «qualquer pessoa com inteligência percebe que a mudança tem lógica».

Por outro lado, «a necessidade de vir para aqui o cónego José Pedro, que estava na Sé, na Cidade de Faro, com imensa população, prende-se com o facto de que já não conseguia pela sua idade e força física, corresponder a todas as necessidades. Vem para uma terra mais pequena, com menos população, com menos necessidades pastorais e vem ocupar um lugar de um jovem que vai para a paróquia mais cristã do Algarve».

 

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