Até que ponto a tua cidade é criativa?

Estás a desfrutar dos festivais de Verão? A aproveitar os concertos e o cinema ao ar livre, por exemplo no […]

Tibor Navracsics

Estás a desfrutar dos festivais de Verão? A aproveitar os concertos e o cinema ao ar livre, por exemplo no jardim da Gulbenkian em Lisboa, ou os eventos nos museus locais? E da entrada gratuita nos museus nacionais portugueses ao domingo?

Para ajudar as cidades europeias a encontrar melhores formas de tirar partido do potencial dos setores cultural e criativo, a Comissão Europeia desenvolveu uma nova ferramenta interativa que convido a todos a usar: o Observatório das Cidades Culturais e Criativas.

Esta nova ferramenta, explora o papel da cultura e da criatividade nas cidades como catalisador do crescimento económico, da criação de emprego e do reforço da coesão social. Foram recolhidos e analisados dados abrangentes sobre 168 cidades de 30 países europeus, proporcionando uma base factual sólida que, com as ideias e contribuições das cidades e dos cidadãos, vai sendo atualizada e desenvolvida para se tornar cada vez mais útil.

Portugal é um país particularmente dinâmico do ponto de vista cultural. Lisboa ocupa o lugar cimeiro em termos de infraestruturas culturais. Desde 1994, quando foi Capital Europeia da Cultura, organizou vários eventos internacionais, como a Expo 98, o Euro 2004 e o Web Summit em 2016, impulsionando o desenvolvimento de infraestruturas e atividades culturais locais.

Em zonas urbanas reabilitadas surgiram espaços de trabalho partilhados, laboratórios de ideias e incubadoras de empresas.

A cidade tem acolhido vários eventos internacionais de arte e criatividade como a Trienal de Arquitetura de Lisboa, o Lisboa Fashion Week, o Lisbon & Estoril Film Festival e o European Creative Hubs Forum. Lisboa desfruta ainda de um rico património cultural, com dois monumentos considerados Património Mundial da UNESCO: a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos.

A histórica cidade de Coimbra acolhe a mais antiga instituição académica do mundo lusófono, a Universidade de Coimbra, cujos edifícios foram classificados como património mundial pela UNESCO. Bem classificada na categoria «Novos empregos em setores criativos», esta é a cidade onde surgiu o tradicional género musical «Fado» e tem uma vida musical contemporânea muito dinâmica.

E estes são alguns exemplos. Não existe uma cidade europeia «perfeita», cada uma dispõe de características diferentes. Celebraremos essa rica diversidade ao longo de 2018, o Ano Europeu do Património Cultural. Portugal promoverá múltiplas atividades que abrangem museus, palácios, monumentos, municípios, fundações, associações de património, associações de profissionais do setor do património e museológico e outras organizações da sociedade civil de todo o país.

Para continuarem a ser atrativas e prosperas no século XXI, as cidades portuguesas e do resto da Europa devem empenhar-se ainda mais nas suas realizações culturais e criativas – a União Europeia está aqui para as apoiar com os instrumentos e as políticas necessárias para serem bem-sucedidas.

 

Autor: Tibor Navracsics é o Comissário Europeu para a Educação, Cultura, Juventude e Desporto

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