Algarve acaba 2017 «com mais médicos de família que em 2016»

O Algarve vai acabar 2017 «com mais médicos de família que em 2016», muito graças aos 24 especialistas em Medicina […]

Crédito: Depositphotos

O Algarve vai acabar 2017 «com mais médicos de família que em 2016», muito graças aos 24 especialistas em Medicina Geral e Familiar que vão começar a trabalhar nos Centros de Saúde do Algarve, em Outubro.

Estes médicos chegam na sequência do mais recente concurso para colocação nos serviços de Cuidados de Saúde Primários de especialistas recém-formados em Medicina Geral e Familiar, no âmbito do qual foram abertas 290 vagas a nível nacional, 33 das quais na região algarvia. Destas, 24 acabaram ocupadas.

Em declarações ao Sul Informação, o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve Paulo Morgado considerou o resultado do mais recente concurso nacional para colocação de clínicos «muito positivo», tendo em conta que a adesão às vagas existentes no Algarve foi maior do que é habitual.

«Seria muito melhor ter as 33 vagas preenchidas. Mas tendo em conta que, nos últimos concursos, tivemos cerca de 50 por cento das vagas ocupadas e que, desta vez, temos mais de 70 por cento, o resultado é bom», considerou.

«Isso permitir-nos-á cumprir o objetivo a que nos propusemos, o de acabar 2017 com mais médicos de família que em 2016», acrescentou o presidente da ARS do Algarve.

As boas notícias são, principalmente, para os utentes, já que este reforço de clínicos permitirá dar médico de família a mais 45 mil pessoas. Um número significativo, que permitirá diminuir ainda mais a percentagem dos algarvios “sem médico”.

«Neste momento, estamos à volta dos 80% de cobertura, ao nível dos médicos de família. A chegada destes novos profissionais vai permitir aumentar esta percentagem, embora ainda não tenha uma ideia exata dos números finais», disse.

 

Paulo Morgado, presidente da ARS Algarve

Apesar de se manterem «grandes carências» em vários concelhos do Algarve, nomeadamente no Barlavento, o resultado deste concurso permitiu aliviar as dificuldades, em alguns locais. Com este concurso, os Centros de Saúde de Albufeira, Portimão, Lagos, Lagoa, Faro e Loulé ganharam novos médicos. Já as vagas que foram abertas para Aljezur, Silves, Vila do Bispo e Tavira ficaram por ocupar.

Paulo Morgado salientou o facto de «muitos destes médicos [14] virem de fora, grande parte deles da zona do Grande Porto, mas também de outros pontos do país». «Ou seja, estamos a atrair profissionais doutras regiões e a fixar os que formamos aqui», resumiu.

Também indicativo do crescimento da atratividade da região é o facto de dez dos 11 internos que fizeram a sua especialidade nos Cuidados de Saúde Primários, no Algarve, terem decidido ficar por cá.

E porque é que há mais médicos a aceitar estabelecer-se na região? «Penso que o regime de incentivos à fixação em zonas consideradas carenciadas, criado este ano, deu um grande contributo», acredita o responsável máximo pela ARS algarvia.

Os profissionais que se fixarem em locais «como Albufeira ou a zona do Barlavento», que estão entre aquelas onde há mais dificuldades, têm estímulos «ao nível do vencimento e outro tipo de benefícios».

«Por outro lado, há o facto de estarmos a estimular a criação de novas Unidades de Saúde Familiar (USF). Estes projetos novos são sempre estimulantes para médicos em início de carreira, que se sentem atraídos por iniciativas como esta, que garante um outro nível de qualidade», acrescentou.

Segundo Paulo Morgado, há diversas novas USF  «na calha», embora prefira não adiantar, para já, quantas surgirão, no futuro, nem em que locais, já que os processos ainda não estão fechados.

Até final do ano, o presidente da ARS do Algarve conta que seja aberto um concurso nacional para colocação de especialistas nos hospitais. Também aqui é aguardada uma maior adesão de clínicos, «até porque os incentivos são extensíveis aos cuidados hospitalares».

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