Morreu Luís Guerreiro

Luís Guerreiro, presidente da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, de Querença (Loulé), de 56 anos, morreu esta madrugada no Hospital de […]

Luís Guerreiro, presidente da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, de Querença (Loulé), de 56 anos, morreu esta madrugada no Hospital de Faro, vítima de doença prolongada.

Natural de Querença, Luís Manuel Mendes Guerreiro era licenciado em engenharia civil pelo Instituto Superior Técnico, mas há muitos anos que tinha trocado os números pelas letras.

Quando terminou a licenciatura começou a trabalhar na Câmara de Loulé, na Divisão de Saneamento Básico, mas, como escreveu o seu amigo e jornalista Idálio Revez num artigo no jornal Público, «pouco depois trocava a inspeção às canalizações da cidade pelos corredores das bibliotecas e arquivos, descendo ao subterrâneo da cultura local».

De tal forma que Joaquim Magalhães, antigo reitor do Liceu de Faro, lhe haveria de chamar «engenheiro das letras», epíteto que Luís Guerreiro, no mesmo artigo do Público, disse que não fazia bem o seu estilo. «Costumo dizer que sou um engenheiro não praticante», explicou.

Ao longo dos anos, Luís Guerreiro dedicou-se à investigação, em especial sobre temas da história do Algarve. Reuniu também, na sua biblioteca pessoal, cerca de dois mil livros sobre a região algarvia.

Presidindo à Fundação Manuel Viegas Guerreiro, que tem sede na sua Querença natal, foi ainda o principal criador, há dois anos, do Festival Literário Internacional de Querença (FLIQ). Mas muitos outros projetos têm estado a ser desenvolvidos por esta Fundação, grande parte deles em parceria com a Universidade do Algarve.

Mesmo já lutando contra a doença que hoje o havia de levar, Luís Guerreiro foi o autor da proposta de criação de uma Hemeroteca Digital do Algarve, projeto candidatado ao Orçamento Participativo Portugal, na qual ainda se pode votar até dia 15 de Setembro.

Para já, ainda não há informação sobre o local do velório e do funeral, mas essa informação será aqui publicada logo que seja divulgada.

O Sul Informação endereça à família, amigos e à Fundação Manuel Viegas Guerreiro os seus mais sentidos pêsames por esta grande perda para a cultura portuguesa.

 

Biografia de Luís Guerreiro:
Luís Manuel Mendes Guerreiro nasceu a 4 de setembro de 1960, em Querença. Licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, na década de 80 ingressou no setor de Saneamento Básico da Câmara Municipal de Loulé, mas cedo os seus interesses e a sua atividade no Município direcionaram-se para as áreas ligadas à Cultura, Turismo ou Comunicação.

Foi responsável pelo Gabinete de Turismo e Desenvolvimento Rural, entre janeiro de 1990 e março de 1991, altura em que foi nomeado Adjunto do então presidente da Câmara Municipal de Loulé, Joaquim Vairinhos.

No exercício destas funções, coordenou, por delegação do presidente, uma vasta atividade no domínio da Cultura, nomeadamente a política editorial do Município, coordenação da Agenda Cultural, realização de exposições, apoio às associações concelhias, geminações e outras iniciativas culturais.

Enquanto dirigente desta Autarquia, foi ainda Chefe do Gabinete de Apoio ao Presidente (1997/99), Coordenador do Gabinete de Imprensa (1994 a 2002), Chefe de Divisão de Turismo, Desenvolvimento e Animação (1999/2004), Chefe de Divisão de Cultura (2004/2013) e Coordenador do Gabinete de Eventos, Comunicação e Imagem (2013 até ao presente).

Desempenhou ainda diversas atividades em associações socioculturais: integrou a Comissão Instaladora da Fundação António Aleixo, foi Cooperador e Presidente da Assembleia Geral da CEUPA – Cooperativa de Ensino Universitário do Algarve, membro da direção do Círculo Teixeira Gomes e Coordenador Técnico da Candidatura de Sagres a Património da Humanidade.

Foi igualmente diretor, responsável editorial e colaborador assíduo do Jornal “A Voz de Loulé”. Foi, até ao presente, presidente da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, em Querença.

Investigador da História regional e local, participou em diversos encontros e congressos e publicou inúmeros trabalhos, com destaque para “Bibliografia do Concelho de Loulé” (em coautoria com João Sabóia), “Loulé no ano da Revolução” (XX Aniversário do 25 de Abril) ou “Duarte Pacheco – O Edificador”. Possuía um dos maiores acervos documentais privados sobre o Algarve.

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