“Melancolia” dos algarvios Mopho já pode ser vista e ouvida

O primeiro tema do novo trabalho dos Mopho já tem vídeo. A banda algarvia apresentou “Melancolia”, o primeiro tema do seu […]

O primeiro tema do novo trabalho dos Mopho já tem vídeo. A banda algarvia apresentou “Melancolia”, o primeiro tema do seu novo trabalho “Estranho em Mim”, e, a 3 de Agosto, revelou o videoclip da música.

A faixa “Melancolia” é o cartão de visita do primeiro longa duração do grupo, que irá sair em Setembro e se segue ao EP homónimo lançado em 2014, onde se destacou o tema “Quadro”.

A sua apresentação coincide com o lançamento de um suporte visual, uma opção que é óbvia e facilmente explicada pela banda. «A tecnologia está muito acessível e é essencial haver um vídeo», explicou Paulo Duarte “Piky” ao MusicáliaSul Informação.

Ter a imagem a potenciar o áudio é uma ferramenta que, nos dias de hoje, as bandas não podem deixar passar. Hoje é mais fácil encontrar quem tenha meios para filmar um videoclip, tendo em conta que uma câmara DSRL, ou um telemóvel, já o podem fazer com qualidade e não é obrigatório usar muitos meios.

«Esse é um dos grandes truques e um dos erros que vejo em vídeos de bandas mais pequenas. Querer fazer grandes produções com poucos meios», afirma o guitarrista. Uma boa ideia, criativa, pode cumprir o propósito e evitar um mau resultado. «Muitas vezes é mais importante a ideia do que os meios que se utilizam», complementa.

E experiência neste campo não falta a Paulo Duarte “Piky”, tendo em conta que anda neste mundo há muito tempo e já apostava na criação de vídeos, mesmo quando estes corriam o risco de ser vistos por poucos. Enquanto membro dos Imune, banda que esteve ativa durante os anos 90, esteve envolvido na produção de um videoclip que «o único canal onde passou foi no extinto Sol Música», que, na altura, «era o único sítio».

«O que não falta agora são canais para passar… já não faz sentido ser de outra forma», defendeu.

Ao contrário do vídeo do tema “Quadro”, onde havia uma ilustração da letra, a opção passou por fazer algo diferente, não repetindo a ideia e apenas filmar a banda a tocar. A pesquisa do local foi feita pelo realizador, Tiago Pereira, da Visuals, e recaiu numa casa na zona de Benagil. «Ficou um filme honesto, é a prestação da banda, é aquilo que somos, o que tocamos», revelou “Piky”.

Paulo Duarte

Das 11 faixas do novo álbum, “Melancolia” foi a eleita como amostra, por considerarem que seria «o que melhor representa a banda nesta altura». Os temas de “Mopho” «não são imediatos», não entram logo no ouvido, não se cantarolam “à primeira”, obrigam a várias escutas. «Quando o disco sair, vão perceber que tem vários ambientes, este é um deles. É uma das facetas do “Estranho em Mim”», adianta o músico.

Antes da escolha do single, a banda reuniu «pessoas que têm opiniões nas quais confiávamos» e organizou uma escuta coletiva, não só para a escolha, ou confirmação, do tema de avanço, mas para uma recolha de opiniões sinceras e honestas sobre todo o disco.

«Expusemo-nos e conseguimos o que queríamos: uma opinião honesta. Disseram-nos o que gostaram, mas também o que não lhes tinha soado tão bem, ou que não estava tão bem conseguido», confessa Paulo Duarte.

Como compositores e intérpretes, não é fácil para a banda conseguir o distanciamento necessário para uma avaliação imparcial. «É fácil queremos defender a nossa dama», diz o músico.

A abertura a contribuições do exterior já tinha acontecido na elaboração do disco. Pela primeira vez, os “Mopho” decidiram ter um produtor – Carlos Rocha – que, quando os temas estavam quase prontos, os ouviu, levou para casa, analisou e deu a sua opinião. «Houve coisas que foram alteradas, o que me fez muita confusão na altura, mas agora já não», revela o guitarrista.

O resultado final está o que banda pretendia: «um disco muito forte, muito bom». Sendo baterista de formação musical, Carlos Rocha tem a fama de conseguir um excelente registo da percussão, o que fez a diferença. «Num disco de rock como este, a base é a secção rítmica e, mais importante, a bateria, e estão muito boas! Mas tudo o resto acompanha essa qualidade», considera o elemento dos “Mopho”.

Os anos que “Piky” leva de salas de ensaio, de gravação de discos e de palco, levam-no a estar visivelmente orgulhoso deste seu último trabalho. «É a melhor música que eu fiz até hoje, enquanto Mopho, em termos de composição, arranjos e trabalho de guitarra», assegurou.

O álbum “Estranho em Mim” tem lançamento apontado para Setembro, com apresentação em Faro e em Setúbal. Há mais datas a ser acertadas, ainda não reveladas, mas que serão combinadas com bandas locais, para que haja parcerias, para levar o som do Mopho para fora do Algarve e ainda para trazer novas sonoridades de outros pontos do país até Faro.

Mopho são:

Pedro Bandeira – voz
Ricardo Rosa – Guitarra e Programações
André Gomes – Baixo
Rúben Azevedo – bateria
Paulo Duarte – guitarra

 

Mopho – Melancolia

Oiça a entrevista completa com Paulo Duarte:

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