Há uma cerveja que dá novo significado à expressão «beber uma abaladiça»

A primeira cerveja artesanal do concelho de Loulé dá novo significado à expressão «beber uma abaladiça». Trata-se da marca chamada […]

A primeira cerveja artesanal do concelho de Loulé dá novo significado à expressão «beber uma abaladiça». Trata-se da marca chamada precisamente «Abaladiça», cujo primeiro produto, a «35ºC/95ºF», produzida pelo jovem Tiago Caldeira, é uma cerveja de trigo aromatizada com lima kaffir, «para lhe dar um toque cítrico e tropical», ideal para combater o calor de um domingo de Agosto, como hoje.

A cerveja foi lançada no renovado Café Calcinha, em Loulé, que é um dos locais onde está agora à venda. Mas a cerveja pode ainda ser encontrada no restaurante vegan «Outro Lado», em Faro, e na loja de cervejas artesanais do Mercado de Loulé.

Tiago Caldeira explicou ao Sul Informação que esta sua «Abaladiça» é igual à abaladiça dos cafés e tabernas do Portugal profundo: «mesmo que seja anunciada como a última, nunca se consegue beber apenas uma».

E porquê o nome «35ºC/95ºF» para a primeira versão da cerveja? «Porque, no ano passado, durante as ondas de calor do Verão, reparei que os nossos 35ºC de temperatura correspondem aos 95ºF e achei curioso. É só por isso», acrescentou o jovem cervejeiro, com um sorriso.

A história desta cerveja começa com uma viagem de Tiago Caldeira a Amesterdão, que o inspirou a lançar-se na produção de cerveja caseira. Após um par de anos e umas quantas experiências, tomou-lhe o gosto e decidiu fazer da cerveja a sua profissão.

Para aprofundar o seu conhecimento do negócio, fez um estágio na cervejeira dinamarquesa com o nome impronunciável de Refsvindinge. Esteve por lá três meses, nos quais teve a oportunidade de aprender com o experiente cervejeiro Jonh Rasmussen e de lançar uma cerveja no mercado dinamarquês. E

E porque escolheu a Dinamarca? «É um país de muita tradição cervejeira e eu tinha uns contactos de pessoas que já conhecia. Por isso, acabei por estagiar neste cervejeira que é das mais antigas desse país, com muita tradição».

Após estagiar na Dinamarca, lançou-se ao trabalho, na sua produção situada na Goldra de Cima, e o resultado está agora à frente de todos na primeira Abaladiça, esta «35ºC/95ºF». No lançamento, ainda em fase de testes, foram produzidos 80 litros de cerveja, mas as coisas têm estado a correr muito bem.

 

Ainda em Agosto, Tiago Caldeira prevê lançar a sua segunda cerveja artesanal, a «Not So Black», que descreve como «uma IPA fora do comum». E está já a desenvolver outra cerveja, mais apropriada para o tempo frio, a «Medronhaut», um stout com medronho.

Tiago Caldeira, de 37 anos, que já trabalhou em cozinha e em publicidade, pretende agora aprofundar esta sua faceta de mestre cervejeiro. A sua «Abaladiça» destina-se, para já, «ao mercado local, de Loulé e Faro. Mas depois vamos ver».

No lançamento da «Abaladiça» no Café Calcinha, estiveram os responsáveis pelo novo espaço, os também jovens empresário João Apolónia e Bruno Inácio. Este último salientou que o Calcinha é agora «um espaço de portas abertas aos novos projetos de Loulé».

Por seu lado, Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, entidade proprietária do Café Calcinha, sublinhou que, à sua autarquia, «interessa promover a economia local», nomeadamente através destes pequenos projetos empresariais que trazem «grandes mais valias» ao concelho.

Entre as muitas pessoas, amigos, familiares e curiosos, que quiseram provar a primeira cerveja artesanal louletana, estava Artur Nascimento, proprietário do restaurante «Outro Lado», em Faro, que a vende. «É completamente diferente das outras cervejas artesanais que já bebi, é uma cerveja leve de Verão, não tem aquele sabor amargo das outras cervejas artesanais, é muito aromática», explicou ao Sul Informação.

A refrescante «35ºC/95ºF», primeira versão da «Abaladiça», custa 3 euros na sua venda ao público. Por isso, agora só resta prová-la!

 

Fotos: Elisabete Rodrigues|Sul Informação

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