Faro certifica qualidade dos restaurantes para se consolidar como destino gastronómico

É, acima de tudo, um selo que atesta a qualidade dos restaurantes do concelho a vários níveis. Mas o galardão […]

É, acima de tudo, um selo que atesta a qualidade dos restaurantes do concelho a vários níveis. Mas o galardão “Faro Excelência na Restauração” quer ser bem mais que isso e servir para consolidar a posição dos estabelecimentos de restauração da capital algarvia no mapa dos roteiros gastronómicos da região.

A Câmara de Faro e a Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA) apresentaram o projeto que dinamizam em conjunto esta terça-feira, dia 22 de Agosto, numa sessão que serviu para explicar o que é, exatamente, esta distinção e quais os seus objetivos, mas também como apelo aos empresários do setor para que se candidatem à sua obtenção.

O período de candidaturas já está aberto e qualquer restaurante de Faro pode submeter uma proposta, onde devem constar não só documentos como a licença e provas de que estão certificados ao nível da higiene e segurança no trabalho (HACCP), mas também uma ementa.

A partir daqui, as propostas são avaliadas por uma comissão, que além de elementos da autarquia farense e da associação empresarial, conta com representantes da Universidade do Algarve e da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve. Do processo de atribuição do selo “Faro Excelência na Restauração”  fazem parte auditorias aos estabelecimentos comerciais.

Segundo Natacha Alentejano, da AIHSA, esta Comissão Consultiva irá analisar diversos parâmetros, nas suas visitas aos estabelecimentos. Além da segurança alimentar e da higiene e segurança no trabalho, será avaliado o serviço e a qualidade do atendimento. Neste último campo, serão tidos em conta fatores como a simpatia e hospitalidade, mas também a formação dos funcionários.

Outro fator que influenciará a atribuição do selo são as instalações do restaurante, nomeadamente a sua acessibilidade e as condições de trabalho que oferece. Ao mesmo tempo, serão verificadas as boas práticas ao nível da sustentabilidade (ou ausência delas).

E, como seria de esperar, para receber o selo “Faro Excelência na Restauração”, os estabelecimentos também terão de se destacar na vertente gastronómica. Aqui, «será valorizada a cozinha tradicional e a dieta mediterrânica», sendo ainda «dada preferência a restaurantes que tenham vinhos algarvios na sua ementa», segundo Natacha Alentejano.

Isso não significa que restaurantes que não sirvam a gastronomia típica fiquem de fora. «Qualquer restaurante se pode candidatar, seja qual for o tipo de pratos que sirva, mesmo não sendo sócio da AIHSA. Há consumidores para todo o tipo de gastronomia», ilustrou a representante da associação empresarial.

Agora, a bola está do lado dos cerca de 400 restaurantes existentes no concelho de Faro. Segundo Paulo Santos, vice-presidente da Câmara de Faro, «ainda é prematuro prever quantos restaurantes poderão receber o selo», já que isso depende, desde logo, «do número de candidaturas» e, claro, da capacidade dos estabelecimentos em cumprir os critérios.

O que está estipulado, à partida, é que «não há limites». «O nosso objetivo não é criar aqui uma espécie de elite. Queremos que seja uma distinção o mais alargada possível», disse.

Até porque a ideia é consolidar Faro enquanto «destino gastronómico de qualidade», como ilustrou Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro. «As palavras chave, neste projeto, são diferenciação e qualidade, não apenas gastronómica, mas também de serviço. O melhor marketing é o que é feito de boca em boca», defendeu.

Faro conta com este fenómeno orgânico para promover o selo e os estabelecimentos que este certifica, mas não vai ficar à espera dos efeitos do boca em boca. «A partir do momento em que atribuirmos os primeiros selos, faremos uma campanha de divulgação em diferentes meios, a nível nacional e internacional», revelou Paulo Santos.

A promoção do selo “Faro Excelência na Restauração” será feita através de brochuras, das redes sociais, dos meios de comunicação social e em anúncios em locais estratégicos, como o Aeroporto de Faro.

Também o Posto de Turismo de Faro será um local onde os que visitam a capital algarvia podem obter informação sobre o selo e saber o que procurar, quando forem em busca de um local para almoçar ou jantar.

Este projeto foi, de resto, enaltecido pelo presidente da Região de Turismo do Algarve Desidério Silva. Rogério Bacalhau “quebrou” o protocolo e desafiou o responsável máximo pelo turismo algarvio a sentar-se à mesa, para dizer de sua justiça.

«Este é um projeto que devia ser alargado a todos os concelhos do Algarve, pois a diferenciação da região passa muito pela gastronomia. Qualquer ação que vise valorizar e promover deve ser acarinhada», ilustrou Desidério Silva.

E se nos postos de turismo não se pode nem se deve «indicar este ou aquele restaurante» a quem pede informação, a existência de uma distinção desta natureza permite dar uma referência aos turistas.

Todos os custos do projeto “Faro Excelência na Restauração”, avaliados em 15 mil euros, serão suportados pela Câmara de Faro, ao abrigo de um protocolo que fez com a AIHSA e outras duas associações que representam comerciantes: a Associação de Comércio da Baixa de Faro e a ACRAL.

A autarquia destinou 65 mil euros para ajudar cada uma das coletividades e os seus associados, 15 mil dos quais se destinam a um projeto específico, que no caso da AIHSA é este selo de excelência.

Para manter o galardão atribuído pela Câmara e pela associação empresarial, os estabelecimentos comerciais terão de passar por reavaliações anuais.

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