CHUA nasce nos próximos dias depois de receber luz verde do Presidente da República

O Centro Hospitalar e Universitário do Algarve  (CHUA) vai “nascer” nos próximos dias, depois do Presidente da República ter promulgado […]

O Centro Hospitalar e Universitário do Algarve  (CHUA) vai “nascer” nos próximos dias, depois do Presidente da República ter promulgado esta quinta-feira, dia 17 de Agosto, o diploma do Governo que prevê a criação desta nova estrutura, que substituirá o atual Centro Hospitalar do Algarve.

A luz verde de Marcelo Rebelo de Sousa, anunciada hoje no site da Presidência da República, era o trâmite necessário para que o Governo pudesse publicar em Diário da República (DR) o diploma que aprovou em Conselho de Ministros a 20 de Julho, o que deverá acontecer «na próxima semana», espera o presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve.

«Após a promulgação do Presidente da República, o diploma será enviado à Secretaria de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, para, depois ser ratificado pelo primeiro-ministro e ser enviado para publicação. A minha perspetiva é que isso possa acontecer durante a próxima semana. Esta semana já será difícil, tendo em conta que hoje é quinta-feira», disse Paulo Morgado ao Sul Informação.

A partir desse momento, os hospitais do Algarve passam a estar associados não apenas entre si, mas também com o Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul (CMR Sul) e com o Centro Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve, ligado à Universidade.

Outro efeito imediato da publicação deste diploma em DR é a queda do atual Conselho de Administração do CHA, liderado por Joaquim Ramalho. Embora ainda não haja uma decisão oficial, a opção do Governo deverá ser a de substituir os atuais administradores dos hospitais algarvios.

Segundo avançou o jornal Público e o Sul Informação confirmou junto de várias fontes, estão em cima da mesa os nomes de Ana Paula Gonçalves, antiga presidente do Conselho de Administração do Hospital de Faro, que deverá ocupar o cargo de presidente do CA do CHUA, e de Hugo Nunes, atual vice-presidente da Câmara de Loulé, que se perfila para ser o número dois da nova estrutura.

Paulo Morgado voltou a escusar-se a comentar os nomes dos futuros administradores do CHUA, tendo em conta que a sua escolha é uma decisão «que cabe ao Conselho de Ministros». Ainda assim, mostrou-se esperançado que os gestores da nova estrutura entrem ao serviço «no início de Setembro». Até lá, os ministros irão reunir-se por duas vezes, a 24 e 31 de Agosto, sendo mais provável que uma eventual decisão só aconteça no último encontro deste mês.

Até à entrada da nova equipa, o CHUA ficará em gestão corrente, o que não deverá impedir que alguns dos processos mais urgentes avancem, como é o caso do reforço de pessoal no CMR Sul. «Espero que as contratações para o CMR Sul comecem já em Setembro. Aliás, é mais do que uma expetativa, vou fazer com que as coisas aconteçam, dadas as grandes necessidades desta unidade», assegurou o presidente da ARS do Algarve.

Com a criação do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), a região volta a ter «duas unidades hospitalares, uma em Portimão/Lagos e outra em Faro, o Centro de Medicina e Reabilitação Física do Sul e um polo de investigação e de ligação com a Universidade do Algarve», que gozarão «de grande autonomia».

«O objetivo é aumentar a atratividade do CHUA para que possa receber mais médicos, enfermeiros e outros técnicos de saúde, e ao mesmo tempo reforçar a ligação à Universidade, nomeadamente fortalecer e potencializar o curso de Medicina, para poder oferecer aos profissionais de saúde uma oportunidade de crescer também no plano de investigação e dessa maneira criar uma estrutura hospitalar forte, atrativa e dinâmica», segundo a ARS do Algarve.

No caso do Centro Académico, o diploma prestes a ser publicado em DR introduz uma alteração à portaria que criou o centro, em Abril de 2016, incluindo a ARS do Algarve na parceria. «Aprofunda um pouco mais e cria uma interação com a ARS, que não existia, possibilitando aos nossos profissionais um envolvimento nas atividades de investigação do centro, criando uma dinâmica regional que inclui também os Cuidados de Saúde Primários e não apenas os hospitalares», explicou Paulo Morgado.

A criação deste novo modelo para os hospitais algarvios visa resolver o problema crónico da falta de médicos no Algarve, tendo em conta que os clínicos se têm mostrado pouco interessados em ocupar as muitas vagas que são abertas para posições na região, concurso após concurso.

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