PSD aponta «falhas graves» na saúde no Algarve, PS diz que a culpa é de Passos Coelho

O PSD Algarve quer que o Governo tome «prontas medidas» para corrigir um «um conjunto de episódios inquietantes a respeito […]

Hospital de Faro

O PSD Algarve quer que o Governo tome «prontas medidas» para corrigir um «um conjunto de episódios inquietantes a respeito da saúde no Algarve», como «falhas graves no serviço de urgência dos hospitais de Faro e Portimão», em vários serviços, e inexistência de médicos em escala no Serviço de Urgência Básica de Albufeira e Loulé. 

O PS, por seu lado, diz que foi devido às opções do Governo PSD/CDS-PP, liderado por Pedro Passos Coelho, que «os problemas se agudizaram e as dificuldades se agravaram, não sendo humanamente possível reverter num dia o que foi desmantelado e destruído durante quatro anos e meio».

Em nota enviada às redações, o PSD diz que «há registos comprovados» das falhas e «a isto soma-se o Centro Hospitalar do Algarve funcionar há mais de cinco meses sem diretores dos departamentos clínicos por nomear, após o pedido de demissão dos anteriores».

Os social-democratas denunciam que «no Verão, com o triplo dos cidadãos para cuidar, o Algarve está com menos recursos e serviços do que no Inverno».

O PSD lembra que em Março de 2016, quando tomou posse o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve foi assumido o compromisso de «resolver a maioria dos problemas que estão identificados no SNS do Algarve até 31 de Maio». «Nem em 2016, nem em 2017», dizem os social-democratas.

O maior partido da oposição diz que há agora «piores indicadores, mais tempo de espera nas urgências e para consultas, menos cirurgias realizadas, menos primeiras consultas, mais utentes internados nas urgências, e a região e os seus cidadãos mais dependentes dos hospitais de Lisboa e, por isso, mais desprotegidos e com menor acesso à saúde».

O PSD assume, no entanto, «que o Algarve tem neste domínio problemas estruturais. O primeiro, e sem o qual nada se resolve, é a escassez crónica de médicos, para o qual se exigem medidas legislativas».

Hospital de Portimão

Por outro lado, consideram os social-democratas, «o Algarve carece de um novo hospital central», sendo que, «o Governo despromoveu o Algarve na lista de prioridades estabelecida em 2006. O Algarve figurava em segundo lugar e foram inscritos quatro hospitais no Orçamento de Estado, não sendo qualquer deles o do Algarve».

O PS assume, também em nota enviada às redações, problemas na Saúde do Algarve, mas, no que diz respeito ao «problema histórico» da falta de médicos, alega que a «política da governação PSD/CDS-PP veio agravar ainda mais a situação, com cortes salariais, cortes nas horas extraordinárias e o aumento da conflitualidade laboral que levou muitos médicos, designadamente os mais experientes, a abandonar o Centro Hospitalar do Algarve por outras unidades de saúde do próprio SNS e pela atividade privada que, na nossa região, cresceu de forma exponencial».

Os socialistas dizem que «à dificuldade em atrair novos médicos juntou-se à vontade de sair de muitos dos que aqui trabalhavam perante a inépcia do Governo de direita».

O PS recorda que «a sangria de recursos humanos levou à perda da idoneidade formativa, na cirurgia geral e na ortopedia, criando ainda maiores dificuldades na fixação de novos profissionais».

Já sobre os concursos abertos pela Administração Regional de Saúde do Algarve, prosseguem os socialistas, «ficavam invariavelmente desertos, sem que qualquer médico quisesse vir trabalhar para o sul do país, tanto nas unidades hospitalares como nos cuidados de saúde primários, onde a taxa de utentes sem médico de família chegou a atingir os 70% nalguns concelhos do Barlavento algarvio».

O PS Algarve acredita que «o novo modelo de gestão hospitalar, o Centro Hospitalar Universitário do Algarve, conferindo maior autonomia de gestão operacional e clínica a cada um dos pólos hospitalares, virá colmatar algumas das dificuldades que hoje ainda experimentamos».

No entanto, prosseguem os socialistas, «não temos dúvidas de que vão ser necessários vários anos para repor a qualidade do Serviço Nacional de Saúde aos níveis que desejamos e que os algarvios merecem».

Sobre as críticas dos social-democratas, os socialistas dizem não aceitar «que o PSD faça o mal e a caramunha, isto é, aqueles que agora vêm para os jornais queixar-se da falta de profissionais de saúde, são os mesmos que empurraram os médicos para fora dos hospitais do Algarve, para fora do Serviço Nacional de Saúde, engrandecendo a capacidade de resposta dos hospitais privados na nossa região», conclui o comunicado.

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