Poeta Ibn Ammâr é o “convidado” da Feira Medieval de Silves

 A XIV Feira Medieval de Silves realiza-se de 11 a 20 de Agosto, no centro histórico daquela cidade, e este […]

 A XIV Feira Medieval de Silves realiza-se de 11 a 20 de Agosto, no centro histórico daquela cidade, e este ano a personagem em destaque será o poeta Ibn Ammâr. 

«Elementos como a dança, a música e a poesia são fundamentais neste cenário, mostrando a vitalidade e a diversidade das artes no quotidiano árabe medieval e dando a conhecer uma cidade vibrante no que à cultura e às artes diz respeito», diz a Câmara de Silves.

«Entre as 18h00 e a 1h00 os visitantes terão oportunidade de viver aventuras únicas, experiências memoráveis que os farão regressar a outras épocas, aos tempos áureos em que Silves era a capital do Al-Gharb», acrescenta. Sempre com o mote… “Ibn Ammâr, de poeta a vizir”.

Dois torneios a cavalo por dia, animação exclusiva no Castelo de Silves, manjares medievais, dança e animação, levarão os visitantes numa verdadeira viagem no tempo, onde será possível ter uma visão do que a cidade terá sido outrora e da sua importância na história da região.

«A azáfama nas ruas do centro histórico será constante, respirando-se uma atmosfera com características particulares, num ambiente e cenário únicos, constituídos pelo traçado peculiar do tecido urbano e pela imponência dos seus monumentos», considera a Câmara de Silves.

Abû Bacr Muhammad Ibn Ammâr (1031-1086) terá nascido em Sannabus (atual Estômbar) ou mais provavelmente em São Brás de Alportel (Xanbras). Certo é que nasceu no Algarve, nesse Gharb al-Andaluz do século XI, e, apesar de ter origem numa família humilde, acabou por ser considerado uma das maiores figuras da poesia luso-árabe.

A sua habilidade na poesia, e sobretudo a sua beleza, atraíram o jovem rei al-Mu’tamid, que o nomeou primeiro-ministro após a morte do seu pai.

Ibn Ammâr, além de grande poeta, era conhecido pela sua invencibilidade no jogo de xadrez. A sua vitória num jogo convenceu Alfonso VI de Castela a abandonar Sevilha.

Mas a sua ambição desmedida levou-o a planear a anexação de Múrcia ao reino de Sevilha, tendo, para isso, convencido al-Mu’tamid a nomeá-lo seu governador.

O passo seguinte foi proclamar-se a si próprio como rei e cortar relações com al-Mu’tamid. Rapidamente viria a cair em desgraça, tendo sido capturado numa emboscada e feito prisioneiro em Sevilha. Foi o próprio rei al-Mu’tamid quem o matou, de forma violenta.

Ibn Ammâr era cerebral, ambicioso, astuto, um homem de grande habilidade diplomática e de muito engenho político, mas viria a ficar na história como um dos poetas mais brilhantes e célebres da época dos reinos das taifas no al-Andalus.

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