Largo de S. Sebastião de São Brás de Alportel com menos carros e duas caras

Menos lugar a carros e à circulação automóvel, mais espaço para a mobilidade suave e para a natureza e uma […]

Menos lugar a carros e à circulação automóvel, mais espaço para a mobilidade suave e para a natureza e uma “personalidade” que muda com a chegada da noite. O largo de São Sebastião, em São Brás de Alportel, foi reinaugurado esta quinta-feira, dia 1 de Junho, após uma remodelação que visou devolver este espaço à população e a quem visita a vila.

Este largo, situado no centro de São Brás de Alportel e onde existe uma estátua de homenagem ao poeta são-brasense Bernardo de Passos, esteve durante décadas “ao serviço” da circulação automóvel, algo que a Câmara de São Brás, que fez a obra, quis mudar.

«Esta intervenção visou, desde logo, devolver a dignidade àquele espaço. Retirámos alcatrão, retirámos 14 lugares de estacionamento. O monumento ao poeta Bernardo de Passos estava sempre rodeado de carros, as pessoas nem sabiam onde atravessar a rua. Quem não conhecia o concelho, chegava lá e não sabia se aquilo era uma rotunda e se havia de ir para a esquerda ou para direita», ilustrou o presidente da Câmara de São Brás Vitor Guerreiro, em declarações ao Sul Informação.

A autarquia são-brasense aproveitou a celebração do Dia do Município para inaugurar esta obra e a de construção do Parque da Vila, uma obra que permitiu criar uma bolsa de estacionamento para 25 carros junto ao terminal rodoviário. São Brás de Alportel celebrou hoje 103 anos da elevação a concelho e, garante Vítor Guerreiro, a história da vila também foi tida em conta, na remodelação que foi operada no largo de São Sebastião.

Segundo Vítor Guerreiro, uma das preocupações foi «homenagear a nossa história, os nossos antepassados». «Daí a poesia que está inscrita no chão e a passadeira em calçada artística, que remete para a festa das Tochas Floridas. Trabalhámos com materiais locais, nomeadamente com a pedra de São Brás de Alportel – a brecha, o calcário e o xisto», contou.

O património natural não foi esquecido. As árvores que foram plantadas, um sobreiro e vários freixos, «são espécies autóctones» e a cortiça é o elemento principal de uma nova obra de arte pública que agora existe neste largo.

Uma aposta que foi salientada pela secretária de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza Célia Ramos, que disse que «a biodiversidade não está só nos Parques Naturais, também está nos terrenos agrícolas, nos espaços públicos, nos nossos jardins e nos pequenos canteiros».

A autarquia também teve em conta a circulação de pessoas com mobilidade reduzida. Além de ter preparado o próprio largo, a Câmara fez a ligação à rede de passeios acessíveis, vista como um exemplo a nível nacional.

A obra também «introduziu a frescura da água» neste espaço central da vida, que, aliada a uma «iluminação cénica», permite que este largo «tenha uma cara durante o dia e outra durante a noite». «O aspeto visual e a envolvência permitem criar dois ambientes totalmente distintos», considerou Vítor Guerreiro.

A cerimónia de inauguração do largo também serviu para assinar o protocolo de geminação entre São Brás de Alportel e o município francês de Roche-la-Moliére, um concelho com uma dimensão semelhante ao português (tem 10 mil habitantes) e que também evoluiu em torno de um recurso, o carvão, à semelhança do concelho algarvio, onde a indústria corticeira sempre teve um grande peso.

Veja as fotos da cerimónia solene do Dia do Município de São Brás de Alportel:

Fotos: Ana Madeira | Sul Informação

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