A nova campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar contra a Fome realiza-se este fim de semana, de 27 e 28 de Maio, e passará por todos os concelhos do Algarve, em cerca de 145 lojas, de supermercados a hipermercados.
Em entrevista ao Sul Informação, Nuno Cabrita Alves, presidente do Banco Alimentar contra a Fome no Algarve, adiantou que o objetivo é recolher «o máximo possível de toneladas de alimentos» fixando um número «entre as 130 e 140».
Quanto a voluntários serão entre 1800 a 2000 por toda a região. «Há sempre alguma dificuldade em algumas zonas no Algarve em formar as equipas, mas estamos a reforçá-las», disse Nuno Cabrita Alves. É que, apesar disto, «ainda fazem falta alguns voluntários».
Esta ação, com o mote “Fazer deste dia um dia especial está em cada um de nós. É preciso mais para que falte ainda menos”, vai decorrer em Portugal Continental e nos Açores e Madeira, em mais de 2000 hiper e supermercados.
A campanha “Fazer deste dia, um dia especial está em cada um de nós” vai estar, assim, presente na maioria das grandes superfícies das zonas de Lisboa, Porto, Évora, Coimbra, Aveiro, Abrantes, Setúbal, Cova da Beira, Leiria-Fátima, Algarve, Portalegre, Braga, Santarém, Viseu, Viana do Castelo, Beja, Oeste, Castelo Branco, São Miguel, Terceira e Madeira.
Quanto aos alimentos a doar, Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa de Bancos Alimentares contra a Fome, sintetiza: «todo o tipo de alimentos são bem-vindos, mas a prioridade são os produtos básicos como leite, massas, arroz, azeite, cereais e enlatados como feijão, atum, salsichas, entre outros, que permitam uma distribuição mais alargada no tempo».
Nuno Cabrita Alves reforça dizendo ao nosso jornal que «quem tiver um pouco mais de posses e quiser fazer a diferença» pode, também, doar alimentação para crianças até aos 3 anos.
Durante todo o fim de semana, mais de 40000 voluntários vão oferecer, por todo o país, o seu tempo e esforço nesta ação de recolha, que em 2016 reuniu 1967 toneladas de alimentos.
O Banco Alimentar contará ainda com o apoio de várias empresas e entidades, que se associam, disponibilizando equipamentos e serviços tais como transportes, publicidade, comunicação, seguros, segurança ou alimentação.
Os 21 Bancos Alimentares apoiam de forma regular 2663 instituições e através destas levam apoio alimentar a 420 mil pessoas com carências comprovadas.
«Todos os dias é travada uma luta contra o desperdício alimentar e nos primeiros três meses do ano já foram recuperados mais de seis milhões de quilos de alimentos», avança o Banco Alimentar contra a Fome no Algarve.
Em 2016, foram recolhidos, ao longo de todo o ano, quase 26 milhões de quilos de comida, números, que o Banco Alimentar contra a Fome no Algarve, diz serem «enormes embora ainda insuficientes para ajudar todos aqueles que precisam»
«É necessário mais apoio e mais voluntários. Deixamos um apelo aos portugueses para que não deixem de participar nesta campanha, expressando a sua solidariedade para com os mais desfavorecidos mas, simultaneamente, mostrando que não se conformam com o facto de existirem ainda tantos portugueses que vivem com enormes dificuldades. Participar com tempo e com produtos é expressão de cidadania ativa e contribui para uma sociedade mais justa e coesa» reforça, por sua vez, Isabel Jonet.
Embora o número de pessoas apoiadas não tenha registado aumentos desde 2015 e 2016, é facto que também não baixou. «A maioria dos carenciados são famílias que recebem apoio do Banco Alimentar porque estão em situação de desemprego, têm pensões muito baixas ou, tendo trabalho, não têm o suficiente par viver, porque se encontram sobre-endividados ou auferem salários que não chegam para pagar todas as despesas», diz Isabel Jonet.
Além da campanha de recolha de alimentos com voluntários, decorre entre 27 de Maio e 4 de Junho também a campanha “Ajuda Vale” em supermercados e nos postos da Galp e BP.
No mesmo período decorre ainda a campanha online, aqui, que permite a qualquer pessoa apoiar esta causa a partir de casa ou mesmo estando fora do país.
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