Terreno do Parque de Campismo da Praia Faro é para realojar pescadores em risco

O antigo Parque de Campismo da Praia de Faro vai servir para realojar pescadores cujas habitações estão em risco. Esta […]

O antigo Parque de Campismo da Praia de Faro vai servir para realojar pescadores cujas habitações estão em risco. Esta solução já tinha sido avançada pelo Ministro do Ambiente, em Setembro, e são esses os planos da Câmara Municipal para aquele espaço, confirmou ao Sul Informação o presidente Rogério Bacalhau.

O futuro do Parque de Campismo vai voltar a ser discutido na Assembleia Municipal descentralizada, marcada para esta segunda-feira à noite, no Grande Auditório do Campus de Gambelas da Universidade do Algarve, na freguesia de Montenegro, que também abrange a Praia de Faro.

Segundo apurou o nosso jornal, a bancada da CDU vai apresentar uma moção que sugere à Câmara o início da reabilitação do Parque de Campismo da Praia de Faro e a denúncia do protocolo de comodato do espaço. Esta moção é em tudo semelhante à proposta aprovada em reunião de Câmara, em Abril de 2015, com os votos a favor dos vereadores do PS e da CDU e com os votos contra do PSD.

Em votação, vai também estar uma segunda moção, proposta pelo deputado municipal socialista Carlos Sengo da Costa, que propõe ao executivo «a cessação imediata da ocupação do espaço do antigo Parque de Campismo da Praia de Faro», o «despejo das pessoas e bens que se encontrem a ocupar» o local, o «realojamento de emergência das situações de primeira habitação já identificadas» e «a conversão do espaço em zona de estacionamento automóvel e zona de lazer no lado ribeirinho, a tempo da sua utilização pública na próxima época balnear».

Rogério Bacalhau

No entanto, segundo o presidente da Câmara Rogério Bacalhau, o que está previsto para o espaço é o realojamento de pescadores com habitações em zonas de risco.

«Em 2012, quatro casas foram levadas pelo mar nessa zona e é preciso relocalizar aquela comunidade que ali está, sob pena de termos um Inverno mais rigoroso que pode criar questões complicadas», disse o autarca ao Sul Informação.

Rogério Bacalhau revelou que o processo está a avançar, envolvendo o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana e o Ministério do Ambiente.

Ao todo, há cerca de uma centena de famílias a necessitar de realojamento, mas nem todas serão instaladas no local onde agora existe o Parque de Campismo.

«Há muitas pessoas que vivem naquela área geográfica e a ligação que têm com mar é de proximidade e afetividade, mas não é efetiva em termos laborais. No entanto, há profissionais da pesca que têm os seus apetrechos, os seus barcos e dependem das marés, logo precisam de estar localizados junto ao mar», acrescentou o autarca.

Além do Parque de Campismo, que pode receber metade destas famílias, «temos um terreno no Montenegro, que foi adquirido para construção» e que pode receber os restantes agregados.

O presidente da Câmara explica que a questão foi colocada ao ministro do Ambiente e «as alternativas que temos são muito poucas ou nenhumas. Da análise que se faz da localização da comunidade, o único espaço que existe disponível e infraestruturado, na Praia de Faro, na zona desafetada, é o do antigo Parque de Campismo. Estudaram-se outras possibilidades que implicam Estudos de Impacte Ambiental e têm um conjunto de análises e restrições que as inviabilizam».

Por isso, Rogério Bacalhau disse que a requalificação do Parque de Campismo «não se coloca», porque «estaríamos a fazer um investimento para, no ano seguinte, haver o realojamento».

Os utentes do Parque de Campismo já fechado, que continuam a ocupar o espaço, celebraram uma anterior decisão da Câmara de reabilitar o equipamento e o autarca está preparado para o eventual descontentamento que esta nova solução venha a causar.

Os protestos são «legítimos que aconteçam, mas o espaço é público. Na minha casa mando eu, posso fazer obras, mas aquele é um espaço público, e aquelas pessoas não têm, nem adquiriram, direito sobre ele. No dia em que houver utilidade para o local, terão que o desocupar», conclui o autarca.

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