«Sismo de 1755 e Futuro dos Oceanos da Terra» é tema de conferência no CCV de Lagos

«Sismo de 1755 e Futuro dos Oceanos da Terra» é o tema da conferência que o investigador João Duarte (Universidade […]

«Sismo de 1755 e Futuro dos Oceanos da Terra» é o tema da conferência que o investigador João Duarte (Universidade de Lisboa | Instituto Dom Luiz) dá esta sexta-feira, dia 17, às 20h30, no Centro Ciência Viva de Lagos. A entrada é gratuita.

Uma das perguntas a que o cientista irá tentar responder, à luz dos conhecimentos e teorias mais recentes, é «Quando é que o Oceano Atlântico irá desaparecer?»

«No dia 1 de Novembro de 1755, um sismo de grande magnitude e subsequente tsunami atingiram Portugal, matando cerca de 100 000 pessoas, tendo sido sentido de Cabo Verde à Alemanha. Em 1969, um outro sismo de grande magnitude voltou a ocorrer na Margem Continental Portuguesa, contribuindo estes dois fenómenos para o desenvolvimento da Teoria da Tectónica de Placas. De acordo com esta teoria, existem margens passivas (Tipo Atlântico), que se geram quando os supercontinentes se fragmentam e nascem novos oceanos, e margens ativas (Tipo Pacífico), que levam ao fecho destes oceanos. Um dos enigmas atuais da Teoria da Tectónica de Placas é o de saber como se processa a transformação de uma margem passiva numa margem ativa, parecendo estar a Margem Continental Portuguesa a passar por este processo de transformação, ou seja, o Oceano Atlântico parece estar a fechar-se lentamente. Quando é que o Oceano Atlântico irá desaparecer?», interroga João Moedas Duarte, em “Uma breve história da reactivação tectónica da Margem Continental Portuguesa” (GEONOVAS N.º 29: 87 a 94, 2016),

João Duarte receberá no próximo mês de Abril, em Viena, o Prémio Arne Richter para Outstanding Early Career Scientists da European Geosciences Union (União Europeia das Geociências).

A União Europeia das Geociências (EGU) atribui anualmente um prémio que reconhece atividade científica de exceção a nível mundial, realizada por cientistas desta área na fase inicial da carreira.

Este galardão foi atribuído pela primeira vez a um investigador a trabalhar em Portugal. João Duarte é investigador do Instituto Dom Luiz (IDL) e do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e recebe este prémio pelo seu trabalho na área da geologia marinha e tectónica, bem como pela sua atividade na área da divulgação científica.

O trabalho deste investigador foi já várias vezes alvo da atenção dos media nacionais e internacionais, tais como as revistas de referência New Scientist e National Geographic.

 

João Duarte coordena o grupo de geologia e geofísica marinha do IDL e desenvolve investigação na área de interpretação de dados geofísicos do fundo do mar e de modelação física e numérica.

O investigador explora assuntos tão diversos como a localização das falhas tectónicas que geraram o grande sismo de Lisboa de 1755, o processo de início de subducção no Atlântico e o futuro dos oceanos e a formação de supercontinentes. O seu trabalho é realizado em colaboração com equipas internacionais.

João Duarte é licenciado em Geologia e Recursos Naturais, em 2005, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e Mestre em Cartografia Geológica, em 2007, na Universidade de Évora. Doutoramento em Geologia, em 2012, na Universidade de Lisboa. Post Doc na Universidade de Monash, Melbourne (Austrália), entre 2011 e 2014. Em 2015, foi Investigador na Universidade de Monash.

No início de 2016, regressou à Universidade de Lisboa, como investigador do Instituto Dom Luiz e é, desde Dezembro, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Instituto Dom Luiz e Departamento de Geologia).

Desde 2015 que coordena o Grupo de Geologia Marinha e Geofísica do Instituto Dom Luiz, sendo também membro da direção da Divisão de Tectónica e Geologia Estrutural da European Geosciences Union, como representante dos investigadores em início de carreira.

Em 2011, recebeu o IPGP Foreign PhD Student Award 2011 (Institute de Physique du Globe de Paris). Em 2015, recebeu o Discovery Early Career Researcher Award (DECRA) do Australian Research Council. Em 2017, receberá o Arne Richter Award for Outstanding Early Career Scientists da EGU (European Geosciences Union).

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