Presidente da República recebido em Faro com protesto contra a exploração de petróleo

Os grupos Preservar Aljezur e Stop Petróleo Vila do Bispo vão aproveitar a presença do Presidente da República e do […]

Os grupos Preservar Aljezur e Stop Petróleo Vila do Bispo vão aproveitar a presença do Presidente da República e do Ministro da Economia em Faro, no sábado, dia 18 de Março, para se manifestar contra a prospeção e exploração de hidrocarbonetos ao largo da Costa Vicentina, numa ação que começa às 9h00 e dura todo o dia.

Marcelo Rebelo de Sousa e Manuel Caldeira Cabral vão estar no Congresso «Pela Excelência da Economia do Algarve», que a Algfuturo vai promover na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve.

Os ativistas saem à rua depois de terem endereçado uma carta aberta ao Governo, onde apelidam de «vergonhoso» o discurso da ministra do Mar Ana Paula Vitorino numa iniciativa promovida pelo Atlantic Council (ver vídeo abaixo), onde o membro do Governo assegurou que investimentos norte-americanos na exploração de hidrocarbonetos eram bem-vindos e anuncia a execução de um furo de prospeção num local onde «se estima que haja hidrocarbonetos suficientes para alimentar as necessidades do país durante uma década».

«Vergonhoso porque até à data mais de 42.200 cidadãos não obtiveram resposta à consulta pública, nem aos pedidos de resposta enviados. E o governo fez cumprir a vontade de uns parcos 4 a favor da atribuição do TUPEM – Título de Utilização Privativa do Espaço Marítimo. Vergonhoso porque todos vocês estão a violar directivas europeias, a rede natura 2000, e acordos que assinam e a seguir pisam. O silêncio e a conivência tornam a todos culpados e cúmplices: onde está a posição do Turismo, do Ambiente, das Pescas, da Agricultura, da Conservação da Natureza, da Saúde, da Justiça? Que desígnios vos levam a calar? Que desígnios vos levam a consentir?», questionam os dois grupos, numa carta aberta dirigida «a todos os membros do Governo».

A missiva refere ainda a afirmação da ministra Ana Paula Vitorino «literacia oceânica» à população e autarcas portugueses, desafiando-a a mostrar «o estudo de impacto que esteve na base da decisão de autorizar o furo, porque tanto quanto sabemos não houve nenhum».

«Como é que assinam a autorização do novo TUPEM na junção de placas tectónicas, onde existem falhas activas? Acreditam que os azares só acontecem aos outros? Arriscam as nossas vidas e o nosso país a esse ponto? Demonstram uma total falta de respeito pela população e pelos seus representantes locais. Desrespeitam a Democracia, que assassinam a cada dia! Hoje, não vos sentimos como nossos representantes e não queremos continuar a ter o país nas mãos de um Governo que assim nos maltrata e tão mal representa», concluem os grupos de ativistas anti-petróleo da Costa Vicentina.

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