CCDR Algarve acolhe exposição em tapeçaria sobre a Europa, 60 anos depois

A exposição “Europa 60 anos depois. A vida na arte “, um dos eventos de comemoração dos 60 anos da […]

A exposição “Europa 60 anos depois. A vida na arte “, um dos eventos de comemoração dos 60 anos da assinatura dos Tratados de Roma e dos 30 anos do programa Erasmus, é inaugurada esta tarde, dia 24, às 17h30, na Sala de Exposições da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, no largo da Pontinha, em Faro.

Organizada pela CCDR Algarve e Centro Europe Direct Algarve, esta mostra abre logo após a realização da sessão comemorativa #EU60 e arranca um dia antes das celebrações oficiais do Tratados de Roma que instituíram a atual União Europeia, e que se assinala amanhã, 25 de Março.

A sessão comemorativa, marcada para esta sexta-feira, e promovida pela CCDRA e pela Universidade do Algarve, contará com as participações do professor Adriano Moreira, da chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal, Sofia Alves, do presidente da CCDR Algarve Francisco Serra, do reitor da UAlg António Branco e do professor António Covas, da UAlg.

Esta sessão será visionada em direto via Skype por alunos das Escolas Secundárias de Portimão, que, à mesma hora, participam na iniciativa «Meeting Europa Jovem», dinamizada pelo Centro Europe Direct Algarve e pela Loja Europa Jovem de Almancil.

Sobre a exposição de tapeçaria, Ana Sousa, docente da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e curadora da mostra, que apresenta trabalhos de alunos de Erasmus, salienta que se trata de «obras que revelam o que é viver, estudar e criar, no contexto proporcionado pela adesão à União Europeia», salientam os organizadores. Trata-se de «diferentes olhares perante uma mesma realidade: infância, velhice, identidade, género, empatia, partilha, conetividade, transformação, tempo. Olhares de que sobressaem três valores basilares: paz, liberdade e diversidade, comuns à arte e à vida na Europa».

«Estudar hoje, numa universidade europeia, é certamente diferente do que era há 60 anos. No caso das belas-artes, embora os intercâmbios já acontecessem (alguns dos jovens artistas deslocavam-se e passavam longas temporadas em Itália ou em França), a verdade é que a dimensão e a diversidade de culturas que coabitavam no mesmo espaço de aprendizagem eram consideravelmente menores. Enquanto docentes na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, podemos afirmar que, hoje, o espírito e a partilha são outros. Se desde a criação das academias de belas-artes, nomeadamente as de Roma e de Paris, estas constituíam exemplos, sendo que os movimentos artísticos gravitavam à volta do espírito académico, constituindo-se grupos que, a favor ou contra os modelos vigentes, criavam escola; hoje a realidade, ou melhor, as realidades revelam uma outra tendência: a da convivência de jovens artistas de muitas nacionalidades, com origens e culturas diversas e, por conseguinte, com diferentes modos de pensar e fazer arte», afirma a curadora Ana Sousa.

«Reportando-nos ao exemplo que melhor conhecemos, a prática artística da tapeçaria na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, distinguimos claramente o tempo em que éramos alunos, do tempo de hoje, em que a diversidade é tanta que, a maioria das vezes, comunicamos em inglês, língua comum entre alunos alemães, americanos, austríacos, brasileiros, finlandeses, franceses, húngaros, ingleses, iranianos, israelitas, polacos, portugueses, russos. Estudar na Europa também é isto: conviver com colegas, não só europeus, mas oriundos das mais distantes partes do mundo e perceber que temos características e identidades próprias, mas, ao mesmo tempo, como diz a letra: “é muito mais o que nos une, que aquilo que nos separa”», acrescenta Ana Sousa.

Os trabalhos ora expostos demonstram-no: «por um lado, são reveladores da paz e tranquilidade que os alunos experimentaram na sua infância, o que lhes permitiu, crescer e amadurecer em harmonia; paz e tranquilidade essa, por vezes, procurada por outras culturas, que vieram a conviver com a nossa, integrando-se e integrando-nos naqueles que não eram, mas se tornaram os nossos hábitos, o nosso estar, que depressa começa a enraizar-se no nosso ser.
E ser europeu, para os nossos alunos, reside precisamente no paradoxo de conservar um legado histórico que trespassa na nossa arquitetura, nas nossas ruas, nos letreiros, mas também no património imaterial, na música, nas estórias, nos costumes, na gastronomia… e, simultaneamente, ser tão entusiasta na adesão a novos mundos, sendo capaz de assimilar, integrar e se apropriar de outros legados. Para uns tradição, para outros é desta mistura que emanam projetos inovadores, combinações inusitadas, imprevistas. É nesta alquimia de múltiplos olhares e sentires que a Europa renasce: uma Europa velha e nova, tradicional e inovadora, harmoniosa e revolucionária. A Europa. E a arte que nela vive», refere ainda a curadora.

A exposição ficará patente ao público de 27 de Março (segunda-feira) a 30 de Abril, entre as 10h00 e as 18h00, na Sala de Exposições da CCDR Algarve, na Praça da Pontinha, em Faro. A entrada é grátis.

Para marcação de visitas organizadas com grupos, contacte com Ana Paula Lopes, no Centro Europe Direct, através do email [email protected]

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