A Associação Almargem pediu, esta terça-feira, à Agência Portuguesa do Ambiente (APA/ARH Algarve), que as obras no loteamento das Alagoas Brancas, em Lagoa, sejam embargadas, devido à caducidade do parecer desta entidade, e também devido ao facto de o organismo ter considerado que naquela zona existe «uma massa de água de má qualidade».
O parecer da APA/ARH-Algarve, que deu permissão à execução das obras, é datado de 16 de Julho de 2013, sendo que, de acordo com a Almargem, «os trabalhos do loteamento em questão deveriam ter-se concluído no prazo de dois anos». Por isso, a associação ambientalista questiona a APA «acerca da enventual caducidade do título emitido», uma vez que «passaram já três anos e meio sem que as obras tenham avançado».
Além disso, a Almargem pede que a APA/ARH-Algarve, que considera no parecer que a massa de água é de má qualidade, se desloque «urgentemente ao local de forma a reavaliar a área em questão, uma vez que, na nossa opinião, as Alagoas Brancas são uma zona húmida com valores naturais suficientemente significativos de forma a dever ser integralmente preservada».
Para fundamentar este ponto, a Almargem diz que, na zona, está referenciada a presença de «pelo menos 71 espécies de aves», algumas delas protegidas, como o tartaranhão-ruivo-dos-pauis, íbis-preto, o peneireiro-cinzento, o falcão-peregrino, a garça-branca-grande, ou o guarda-rios.
A Almargem destaca também que as Alagoas Brancas «albergam uma vasta colónia de cágado-mediterrânico» e diversas espécies «igualmente protegidas de anfíbios como a rela-meridional».
A associação ambientalista pede também que seja confirmado o estatuto de parte das Alagoas Brancas como “charco temporário mediterrânico”.
A Almargem considera que «as obras em curso deveriam ser embargadas» até que se avalie «devidamente a importância deste local em termos de valores naturais».
Esta nova área de urbanização corresponde à expansão da zona industrial atrás da Fatacil e integra sete lotes industriais, dos quais, no âmbito das cedências obrigatórias, dois, situados ao pé do campo de futebol, serão cedidos à Câmara de Lagoa. Um dos lotes restantes deverá vir a albergar mais uma grande superfície comercial, a terceira naquele mesmo local.
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