UAlg decreta três dias de luto académico pela morte de Mário Ruivo

O professor Mário Ruivo, que era Doutor Honoris Causa pela Universidade do Algarve (UAlg), morreu hoje, dia 25 de Janeiro, […]

O professor Mário Ruivo, que era Doutor Honoris Causa pela Universidade do Algarve (UAlg), morreu hoje, dia 25 de Janeiro, aos 89 anos.

A Universidade do Algarve decretou, no seguimento desta notícia, três dias de luto académico. 

António Branco, reitor da UAlg, manifesta «publicamente o mais profundo pesar pelo falecimento de Mário Ruivo», endereçando «à família e aos amigos as mais sinceras e sentidas condolências».

Mário Ruivo foi um investigador «pioneiro na defesa dos oceanos». Na cerimónia de entrega do Honoris Causa, este professor reconheceu que «a Universidade do Algarve tem estado particularmente ativa na reflexão e mobilização da comunidade científica do mar» e que «tem contribuído para uma análise factual da situação e delineado elementos para uma estratégia que responda aos requisitos».

Na mesma cerimónia disse que a atribuição deste título académico se devia à sua «longa navegação, real e concetual, por mares e Oceano, que cabe agora prover de condições para que novas e futuras gerações a possam aprofundar».

Ana Paulo Vitorino, ministra do Mar, também já reagiu à morte de Mário Ruivo, agradecendo o seu «apoio ativo na elaboração de estratégias inovadoras para o Mar português».

As cerimónias fúnebres do oceanógrafo vão decorrer a partir das 17h00 de hoje, dia 25 de Janeiro, na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, onde o corpo irá estar em câmara ardente. Amanhã, dia 26, às 15h00, o funeral sairá desta Gare para o Cemitério dos Prazeres.

Mário Ruivo, que nasceu em 1927, é reconhecido como um dos pais do novo regime do Oceano e da integração deste nos objetivos do desenvolvimento sustentável. Dedicou-se à investigação, ensino, promoção da cooperação em assuntos do mar e sensibilização de governos e opinião pública a uma governação responsável do Oceano.

Biólogo de formação pela Universidade de Lisboa desde 1950, especializou-se em Oceanografia Biológica e Gestão dos Recursos Vivos Marinhos na Universidade de Paris – Sorbonne, Laboratoire Arago (1951-54). Era também Doutor Honoris Causa pela Universidade dos Açores.

Desempenhou cargos dirigentes no sistema das Nações Unidas, como na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, de 1961 a 1974, e na Comissão Oceanográfica Intergovernamental, da UNESCO, de que foi secretário de 1980 a 1989. Foi, ainda, Conselheiro Científico da EXPO’98 e membro/coordenador da Comissão Mundial Independente para os Oceanos.

Participou no processo respeitante ao estabelecimento, em Lisboa, da European Maritime Safety Agency (EMSA), em 2002, e foi promotor e presidente do European Centre for Information on Marine Science and Technology, de 2002 a 2008. Era representante da Fundação para a Ciência e Tecnologia no European Marine Board.

Foi agraciado com ordens honoríficas nacionais e estrangeiras e outras distinções e prémios, sendo, por fim, autor de várias publicações sobre Oceanografia e Governação e Cooperação em Assuntos do Oceano.

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