Espólio da Livraria Simões “reforçou” bibliotecas públicas, mas há mais para oferecer

O espólio da antiga Livraria Simões “reforçou” as estantes de várias entidades públicas da região, entre as quais as bibliotecas […]

O espólio da antiga Livraria Simões “reforçou” as estantes de várias entidades públicas da região, entre as quais as bibliotecas municipais de Faro e Olhão e a da Universidade do Algarve, mas ainda há cerca de 600 mil livros que qualquer pessoa poderá ir buscar à antiga loja do alfarrabista de Faro, no sábado, entre as 10h00 e as 12h30.

A APOS – Associação de Valorização do Património Cultural e Ambiental de Olhão está a ajudar o proprietário do espaço onde funcionou a livraria, antes de falir em 2015, numa tentativa de dar uma casa às centenas de milhar de livros que ainda continuam da loja, após uma primeira seleção feita de diversas entidades regionais.

Carlos Simões, que mantém a sua atividade de alfarrabista, antes de a loja fechar já se tinha mudado para um armazém noutra zona da cidade de Faro e também ficou com muitos livros.

Num primeiro momento, foi feito «um levantamento exaustivo e a catalogação do que existia», um trabalho levado a cabo por técnicos da Biblioteca Municipal de Faro, após a Câmara farense ter mostrado interesse neste espólio e ter obtido a autorização do proprietário para retirar o que entendesse.

«Após a ação de despejo, nós entrámos em contacto com o proprietário do espaço e disponibilizámo-nos a analisar o espólio e a retirar aquilo que tivesse interesse», revelou ao Sul Informação Paulo Santos, vice-presidente e vereador da Cultura da Câmara de Faro.

O dono da loja aceitou e uma equipa da biblioteca «passou muito tempo, mais de um mês, a analisar e inventariar tudo o que havia de importante e com valor histórico e literário». Feito este trabalho de base, a Câmara de Faro «apelou às diferentes entidades que pudessem ter interesse para que viessem buscar livros e documentos», o que aconteceu.

«Houve muitas entidades que lá foram e a Biblioteca da Universidade do Algarve, por exemplo, ficou com muitos livros. Mas houve muitas outras entidades, como a Biblioteca de Faro e o Museu Municipal, além de serviços da Câmara de Faro, como o desporto ou o jurídico, que também aproveitaram para ficar com alguma da documentação», segundo Paulo Santos.

Como ilustrou Vítor Matias, presidente da APOS, em declarações ao Sul Informação, «os livros mais importantes  já terão sido levados», o que não impede «que haja livros que possam interessar às pessoas», tendo em conta a quantidade de publicações que ainda ficaram na loja.

«Estamos a dar apoio ao dono da loja para que este espólio não se perca. Qualquer dia, o senhor pega no que lá está e envia para reciclagem. Desta forma, damos uma oportunidade a quem queira de ficar com alguns dos livros», ilustrou Vítor Matias.

E há um pouco de tudo, desde sebentas escolares dos anos 70, a romances dos anos 50, entre muitos outros. Isto porque o alfarrabista Simões comprava muitos dos livros a peso, além de receber muitas ofertas. «Não me parece que deitasse qualquer livro fora», acredita Vítor Matias.

O presidente da APOS admite voltar a abrir a loja, numa ocasião posterior, «caso se justifique» e dependendo da adesão à iniciativa de 4 de Fevereiro.

Para já, quem for no sábado de manhã à antiga Livraria Simões, no nº86 da Rua do Alportel, em Faro, poderá explorar este vasto espólio e, quem sabe, descobrir um livro que há muito procurava, mas não encontrava, ou encontrar-se com alguma memória, que hoje em dia descansa numa das prateleiras da agora inativa loja.

Mas a APOS aconselha a levar uma lanterna, porque o espaço não tem eletricidade e ainda há corredores e corredores de prateleiras para explorar.

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