Os concessionários da Praia de Monte Gordo querem mais tempo para levar a cabo a renovação dos apoios que têm nesta zona balnear.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já notificou os donos dos estabelecimentos comerciais que têm até dia 22 de Fevereiro para demolir as estruturas, mas estes alegam que os quatro meses dados para deitar abaixo o que existe, construir as novas estruturas e equipá-las, são curtos.
A demolição dos atuais apoios de praia será feita no âmbito do plano de requalificação da Praia de Monte Gordo, que está a ser promovido pela Câmara de Vila Real de Santo António e pela APA.
Em Junho, foram deitadas abaixo duas estruturas abandonadas nesta zona balnear. Entretanto, as entidades responsáveis pela intervenção elaboraram um plano de requalificação, que vai arrancar na primeira quinzena de Fevereiro. A construção de um passadiço pedonal sobrelevado com 2 quilómetros de extensão, ao longo de toda a frente marítima, e de 18 novos apoios de praia, «que irão substituir os antigos, à medida que as novas estruturas forem sendo construídas», são algumas das medidas que contempla.
Os proprietários dos apoios de praia já se mostraram descontentes com o que está programado, mas «não por estarem contra a requalificação da frente de mar da Praia de Monte Gordo, antes pelo contrário», garantiu Victor Hugo Palma, líder do CDS do Baixo Guadiana. Elementos das concelhias de VRSA e Castro Marim deste partido estiveram reunidos com os proprietários dos apoios de praia esta semana e garantem que o que é questionado é apertado prazo para fazer as intervenções e o mês escolhido para lançar o plano, que, na visão dos donos dos estabelecimentos, devia ser em Outubro.
Após a reunião com os concessionários, ficou «claro» para o CDS «que os 4 meses propostos para a execução das obras, demolir as estruturas existentes, construir as novas e equipá-las é um prazo muito curto».
Também é questionado o timing da intervenção, já que esta apanha o período da Páscoa, «uma época importante para o turismo na região».
Os atuais concessionários tem, de resto, a garantia de poder construir novos apoios, pese o facto de cada um custar 95 mil euros, já que, segundo o presidente da Câmara de VRSA Luís Gomes, o aumento do número de estruturas a instalar, que subiu dos oito inicialmente previstos para 18, «significa que todos os empresários que detinham atividade na praia e possuam a sua situação regularizada não necessitarão de submeter-se a concurso, pondo-se fim ao sistema de licenças precárias que vigorava até ao momento».
Já no que toca ao timing da intervenção, as pretensões dos concessionários esbarram na “pressa” que a Câmara de VRSA tem de ver requalificada esta zona balnear do concelho, principalmente depois da base de entendimento conseguida com a APA, que permitiu avançar com uma obra há muito reclamada pela autarquia este ano.
«Há quem tenha medo de demolições. Nós, em VRSA, não. Nós aqui queremos que elas avancem! Porque significa qualificação e dar oportunidade aos agentes económicos que já lá estão de trabalhar mais e melhor» assegurou o edil, no Verão passado, à margem de uma sessão que serviu para inaugurar o novo posto de turismo municipal da Manta Rota e a nova imagem das praias desta zona do concelho.
Na altura, Luís Gomes exigiu ao Governo um esforço para «lançar os procedimentos para a requalificação da frente de praia de Monte Gordo», o que acabou por acontecer, com a elaboração do plano que será agora posto em prática.
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