Associações de defesa dos animais contra «mega» canis intermunicipais

As associações de proteção animal algarvias manifestaram-se esta quarta-feira contra a intenção da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve de […]

As associações de proteção animal algarvias manifestaram-se esta quarta-feira contra a intenção da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve de instalar dois canis intermunicipais na região, que apelidam de «megaestruturas». Esta posição saiu de uma reunião que juntou 19 associações da região, realizada esta semana.

Para os defensores dos animais, a medida proposta pela AMAL não dá resposta ao problema do abandono de animais, «que nunca será resolvido através do mero “armazenamento” de cães e gatos encontrados nas rua» e que «o modelo proposto não serve a região».

Isto porque, consideram, «não está a ser devidamente acautelado aquele que deve ser o princípio basilar deste tipo de decisões: a garantia do bem-estar animal».

As associações defendem que «a distância colocará problemas logísticos diversos e implicará custos acrescidos que não podem ser ignorados», e que esta solução desincentiva «o envolvimento da comunidade e dos voluntários desta causa, disponíveis para ajudar, nomeadamente na socialização e na componente do exercício físico dos animais». Desta forma, reduzir-se-ão «substancialmente as hipóteses de adoção».

As associações «exigem ser ouvidas» e defendem «a aposta em novas abordagens, mais consentâneas com as necessidades destes animais e com a urgência em encontrar respostas eficazes para o flagelo que assola a região algarvia».

Os defensores dos animais acrescentam que é preferível a construção de centros de recolha oficiais de menores dimensões, disseminados pelo território, de carácter municipal ou envolvendo dois a três municípios, já que «a construção de centros de recolha de forma isolada não resolve o problema, sendo absolutamente necessária uma atuação integrada que incorpore diferentes medidas».

Ao mesmo tempo, querem que as autarquias, «diretamente ou em colaboração com organizações zoófilas, promovam campanhas de esterilização massiva de animais de rua e a preços especiais para famílias carenciadas, bem como campanhas de adoção, educação e sensibilização dos cidadãos, garantindo também todas as condições materiais para que os médicos veterinários municipais possam cumprir cabalmente as suas funções».

Também exigem «uma melhor e mais abrangente fiscalização, para fazer cumprir os normativos legais de forma efetiva, nomeadamente a colocação de microchip e o registo dos animais». Parte das receitas obtidas pela aplicação de coimas e taxas seriam, na ideia das 19 associações, canalizadas «para a concretização de medidas de proteção e bem-estar animal e, consequentemente, para garantir a defesa da saúde pública».

Esta posição foi tomada, em conjunto pelas associações PRAVI Faro, PRAVI Albufeira, grupo CIAA (Faro), Animais de Rua (Faro), MAF – Faro, Coração 100 Dono (S. Brás de Alportel), 2NdHand4Footers (S. Brás de Alportel), SOS Algarve Animals (Loulé), Goldra Dog Sanctuary (Loulé), 3AT (Tavira), ADOTA (Tavira), GUADI (Vila Real de Santo António), Refúgio dos Burros (Lagoa), grupo Tiny Shelter (Albufeira), CCCatz (Lagoa), ADAP (Portimão), Cadela Carlota (Lagos), AEZA (Alzejur) e APAR (Olhão).

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