Sabia que os navios naufragados também se adotam?

O destroço do caça-minas «Roberto Ivens» foi incluído na lista dos destroços do programa “Adopt a Wreck”, da organização britânica […]

Estado atual do destroço Roberto Ivens – imagem resultante de sonar de varrimento lateral resultante da prospeção geofísica realizada em conjunto com a Marinha Portuguesa

O destroço do caça-minas «Roberto Ivens» foi incluído na lista dos destroços do programa “Adopt a Wreck”, da organização britânica Nautical Archaeology Society, sendo o Instituto de História Contemporânea (IHC) da Universidade Nova de Lisboa a entidade adotante.

Esta iniciativa surge como resultado da investigação de Paulo Costa, estudante de mestrado e investigador no IHC na área da arqueologia náutica e subaquática contemporâneas, e responsável pela equipa que descobriu a localização do navio naufragado.

O caça-minas «Roberto Ivens» afundou-se na barra do rio Tejo a 26 de Julho de 1917, em resultado da colisão com uma mina submarina colocada pelo submarino imperial alemão UC54.

A descoberta da sua localização, quase cem anos depois e numa posição distinta daquela onde as fontes oficiais apontavam a perda do navio (foi encontrado a Sul do farol do Bugio), trouxe uma nova luz sobre a real dimensão da ameaça submarina em águas territoriais portuguesas durante a I Grande Guerra.

O estudo das circunstâncias do seu afundamento insere-se nos trabalhos desenvolvidos pelo IHC sobre o envolvimento português na I Grande Guerra.

O programa “Adopt a Wreck” tem como objetivo envolver a comunidade civil na inventariação, proteção, estudo e divulgação de destroços com valor patrimonial.

Assim sendo, a Nautical Archaeology Society incentiva a “adoção” dos destroços por associações, clubes, instituições estatais e académicas, ou até mesmo indivíduos, que assumem a função de desenvolver investigação e monitorizar a conservação dos destroços.

 

Autor: Instituto de História Contemporânea
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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