Eleições AAUAlg: “Rodrigos” até concordam em muita coisa, a diferença está nas prioridades

Os dois candidatos a presidente da Direção Geral da Associação Académica da Universidade do Algarve partilham o mesmo nome próprio, […]

debate-rodrigo-raziel-vs-rodrigo-teixeiraOs dois candidatos a presidente da Direção Geral da Associação Académica da Universidade do Algarve partilham o mesmo nome próprio, Rodrigo, estão em sintonia em muitos dos temas mais “quentes” da campanha, mas, como mostraram num frente-a-frente que o Sul Informação e a Rádio Universitária do Algarve dinamizaram em conjunto, não têm exatamente as mesmas prioridades.

Rodrigo Teixeira, atual presidente da AAUAlg e recandidato ao cargo (Lista A), diz querer acabar o que começou e deixar as contas da associação mais próximas do equilíbrio. Rodrigo Raziel, que avançou com uma lista alternativa (Lista B), admite que a continuidade da recuperação financeira da académica tem de ser um dos principais focos de uma próxima Direção Geral, mas defende que também tem de ser prioritária uma maior proximidade com os alunos, algo que, na sua visão, tem faltado.

As propostas das duas listas candidatas à Direção Geral e as das demais listas que se apresentam às eleições dos diferentes órgãos da associação, vão ser escrutinadas na terça-feira, 6 de Dezembro. E se, em 2015,  a lista encabeçada por Rodrigo Teixeira não teve oposição nas urnas, este ano avançou uma lista alternativa, liderada por Rodrigo Raziel, que veio animar a disputa e, naturalmente, o debate em torno do futuro da associação.

Rodrigo Raziel, que pertence há dois anos ao Núcleo Pedagógico da sua unidade orgânica, a Faculdade de Ciências e Tecnologias,  diz ter decidido avançar com uma lista por sentir que a AAUAlg está afastada dos seus sócios, perceção que, garante, é partilhada por muitos outros alunos da instituição.

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Rodrigo Raziel

Isto leva, na sua opinião, a que haja pouca participação dos alunos e um alheamento em relação à AAUAlg. «O ponto principal da nossa candidatura é tentar que os estudantes vejam a associação académica como uma casa, onde possam encontrar apoio, abrigo e, principalmente, uma palavra de ajuda em todos os aspetos possíveis», assegurou o líder da Lista B.

E se a atual Direção Geral, «em termos da representatividade lá fora, tem feito um trabalho excelente», para Rodrigo Raziel o mesmo não aconteceu a nível interno. «Acho que falta algo mais. É preciso cativar os estudantes desde o primeiro dia e manter essa relação até ao dia em que acabem os cursos», disse.

Este tema acabou por ser um dos mais fraturantes, num frente-a-frente entre os dois candidatos que decorreu num tom quase sempre cordial, já que Rodrigo Teixeira defende que, durante o seu mandato, «as coisas melhoraram muito», no que toca à proximidade com os alunos. Esta foi, de resto, uma das suas bandeiras, quando se candidatou há cerca de um ano.

«Um dos objetivos que traçámos foi uma aproximação aos estudantes. Fizemos mais reuniões com os alunos e mais Assembleias Magnas, o que permitiu que nós estivéssemos mais perto dos estudantes para saber a opinião deles. Dou os exemplos das Magnas em que se discutiu as propinas, onde aprovámos uma moção com a qual conseguimos travar o aumento das propinas, e a assembleia em que conseguimos aprovar, finalmente, o regulamento de traje e de praxe», disse Rodrigo Teixeira.

Ainda assim, admitiu ser difícil alimentar mais a relação com os alunos da Universidade do Algarve «quando se tem de passar tantas horas na sede a resolver problemas», nomeadamente os ligados à situação financeira da instituição.

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Em 2012, uma auditoria às contas da associação revelou um passivo de quase 800 mil euros, dívida que tem vindo a ser saldada pelas últimas direções gerais.

«De ano para ano, as coisas estão cada vez melhores. Este ano, demos um avanço para que a dívida seja, finalmente, saldada, e, no próximo ano, temos de continuar esse trabalho para que os futuros dirigentes possam chegar à Associação Académica, alguns com dívida a zero e outros mesmo com uma almofada financeira, para que possam aplicar o dinheiro nos estudantes, que é para isso que a associação serve», acrescentou o ainda presidente da AAUAlg.

Segundo o atual dirigente, em 2017 será concluído o pagamento de um empréstimo à banca, que «vai libertar 7 ou 8 mil euros por mês, que serão usados para pagar mais dívida».

Rodrigo Raziel admitiu, por ser lado, ser difícil fazer planos financeiros quando não se conhece a fundo as contas, apesar de salientar que um dos elementos da sua lista é o antigo administrador da atual Direção Geral, que se afastou da equipa «por divergências pessoais» com o projeto de Rodrigo Teixeira. Desta forma, há uma ideia mais concreta da situação da entidade.

O candidato que se apresenta como alternativa à atual liderança assegurou que vai dar continuidade ao processo de consolidação financeira, mas não enjeita fazer algum investimento, nomeadamente nos serviços geridos pela AAUAlg.

«Aqui no Centro de Cópias das Gambelas, só há um computador a funcionar. Isso leva a que se acumulem grandes filas e há alunos que preferem ir lá fora fazer as suas fotocópias, para não ter de esperar. Porque não adquirir mais um computador? Dessa forma, poderia haver mais alunos a usar este serviço», considerou.

Rodrigo Teixeira assegurou que, por sua vontade, já tinha investido em novo material informático. «Mas, no dia em que fizermos investimento, os credores escrevem-nos uma carta a exigir o pagamento integral do que lhes devemos», contrapôs. A solução, acredita, passa pela candidatura a um programa gerido pelo IPDJ, que garantiu ser sua intenção realizar, caso venha a ser reeleito.

 

Oiça a entrevista/debate com Rodrigo Teixeira e Rodrigo Raziel na íntegra:

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