Algarve volta a ter INEM a funcionar a 100 por cento em 2017

O Governo vai reabrir a Direção Regional do Algarve do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e devolver à região […]

instalacoes-inem-marf_4O Governo vai reabrir a Direção Regional do Algarve do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e devolver à região as valências que tinham sido perdidas em 2012, entre as quais um Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) totalmente operacional.

O secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado esteve ontem nas instalações centrais do INEM na região, localizadas no Mercado Abastecedor da Região do Algarve (MARF), em Faro, e anunciou que o procedimento para devolver à delegação algarvia do instituto a importância de outrora vai ser colocado já em marcha e deverá estar concluído «no início de 2017».

Esta é  uma boa notícia para a região, não só por «devolver ao Algarve um serviço de maior proximidade e por aumentar a segurança das populações», mas também porque significa a criação de postos de trabalho – muitos dos quais perdidos há cerca de 4 anos – e investimento.

«Estão pensados para aqui três tipos de investimentos: Pessoas, equipamentos e viaturas. Em 2017, queremos investir em viaturas novas, quer em ambulâncias, quer em Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER). Como pudemos ver aqui no parque [de estacionamento do INEM no MARF], já há aqui pelo menos uma viatura de 2016, mas queremos continuar a refrescar os equipamentos disponíveis para acudir as pessoas», afirmou Manuel Delgado.

«Por por outro lado, o facto de dotarmos esta delegação regional de uma autonomia operacional, vai permitir reforçar algumas componentes em termos de recursos humanos», acrescentou o membro do Governo.

 

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Uma decisão aplaudida pelo presidente do Conselho Diretivo do INEM Luís Meira, que não tem dúvidas que o fecho da direção regional, em 2012, por decisão do anterior Governo, foi «um erro».

«O que tem de ser feito é reverter aquela que eu considero que foi uma má decisão, a de fechar a direção regional do Algarve. Na altura, o objetivo era que deixássemos de ter aqui instalações. Continuaríamos com meios, como nas outras regiões, mas sem que houvesse um centro de formação, ou um Centro de Orientação de Doentes Urgentes, que hoje mantém uma atividade residual e carece de ser revitalizado», defendeu Luis Meira.

«Esta medida também nos vai permitir, recorrendo eventualmente a recursos humanos da região, apoiar os outros CODU [há mais três no país], que neste momento estão sob grande tensão. Com um quarto CODU a funcionar em pleno, teremos uma capacidade de resposta muito maior», garantiu o presidente do INEM.

Em termos práticos, a grande diferença será a quantidade de pessoal afeto a este serviço de triagem e coordenação da resposta médica de emergência. Como a comitiva presidida pelo secretário de Estado da saúde pôde verificar, na ampla sala do CODU de Faro só estava a trabalhar um operador, quando há postos equipados para, pelo menos, uma dezena.

Isto acarreta problemas. «Com a extinção da Direção Regional, perdemos capacidade de decisão. Por exemplo, imaginemos que há um evento que carece de coordenação ao nível de dirigentes do INEM. Nós teremos alguma dificuldade em colocar rapidamente cá alguém», exemplificou Luis Meira.

Este é um cenário que o presidente do INEM conta ver alterado, muito em breve. «O que nós já tínhamos, antes de 2012, eram sete postos de trabalho a funcionar aqui no CODU, com médicos, operadores e apoio de psicólogos. Neste momento, o que temos é simplesmente a fase de acionamento de meios, que é assegurada por um ou dois operadores», ilustrou. A ideia é «voltar à situação anterior».

 

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Formação em Suporte Básico de Vida reforçada no Algarve

O reabertura da Direção Regional do Algarve do INEM foi o tema central da visita de ontem de Manuel Delgado às instalações do instituto, no MARF, mas não foi aquilo que trouxe ali o membro do Governo. O secretário de Estado da Saúde esteve no local para apadrinhar a assinatura de um protocolo entre o INEM e a Administração Regional de Saúde  (ARS) do Algarve, que permitirá a esta segunda entidade dar formação em Suporte Básico de Vida e em Desfibrilhação Automática Externa.

Esta delegação de competências está, ainda assim, ligada ao reafirmar da importância do INEM Algarve, a nível nacional. Nas modernas instalações do instituto em Faro há um centro de formação, que passa a ser utilizado, também, pela ARS.

«Este protocolo pretende acreditar a ARS do Algarve para que possa, ela própria, fazer essa formação. No fundo, trata-se de capacitar os recursos que existem na ARS para que também possam levar a cabo este tipo de ações e que não seja apenas o INEM a usar o centro aqui existente, melhorando as competências dos profissionais da região», ilustrou Luis Meira.

Já o presidente da ARS algarvia João Moura Reis salientou que este protocolo vai permitir um trabalho conjunto entre as duas entidades, «tendo em vista tornar mais seguro o destino Algarve», até porque está previsto que possa ser dada formação específica a entidades privadas, como hotéis e não só, nestas áreas, no âmbito de outro protocolo, assinado com a Região de Turismo do Algarve.

Por outro lado, salientou Moura Reis, isto permitirá à ARS do Algarve e ao INEM «começar a trabalhar em articulação, algo que é fundamental dentro dos serviços de saúde e numa região que acaba por ser o espelho de Portugal e tem valor económico muito grande».

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