Bolsas de Excelência já se tornaram «boa tradição» na Universidade do Algarve

Já são 41 os alunos do primeiro ano da Universidade do Algarve beneficiados pelas Bolsas de Excelência e a perspetiva […]

Bolsas Excelência UALG 2016_Maria Carolina Brito
Maria Carolina Brito foi a aluna que ingressou com a nota mais elevada na UAlg, este ano, com 18,4 valores

Já são 41 os alunos do primeiro ano da Universidade do Algarve beneficiados pelas Bolsas de Excelência e a perspetiva é que este número venha a subir. A quantidade de empresas que se associaram a esta que já é uma «boa tradição» da Instituição de Ensino Superior algarvia aumentou em 2016/17, bem como número de bolsas atribuídas, um sinal que esta iniciativa está para durar.

Alunos que ingressaram na universidade algarvia este ano com médias superiores a 15 valores receberam incentivos de diversas empresas, da região e de âmbito nacional, numa cerimónia que teve lugar no sábado, no Grande Auditório do Campus das Gambelas da UAlg.

Ao palco, subiram mais três bolseiros que no ano passado, em virtude do aumento de número de bolsas atribuídas, que cresceu de 38 para 41. Atualmente, são 35 as empresas que atribuem bolsas a alunos de primeiro ano de excelência da UAlg, mais duas que no ano anterior. O valor das bolsas é de 969 euros, o equivalente a um ano de propinas do 1º ciclo da UAlg.

Bolsas Excelência UAlg_empresários«Este é um grande projeto de responsabilidade social. Tenho realçado de ano para ano a coragem e ousadia destas empresas, que reconhecem que a formação superior é importantíssima para o desenvolvimento do país», considerou o reitor da UAlg António Branco, que admite que esta é já uma «boa tradição» da instituição.

«É a quinta vez que atribuímos as bolsas e não temos nenhum sinal de que o programa será interrompido. Pelo contrário: as indicações que temos é que ele está a evoluir positivamente, porque há mais empresas a aderir e o número de bolsas está a aumentar». acrescentou.

Pelo quinto ano consecutivo, representantes dos mecenas, estudantes apoiados e respetivas famílias e amigos juntaram-se para receber os diplomas de mérito e participar no ato simbólico de atribuição das bolsas. E ainda houve tempo para o testemunho e para alguns conselhos bem humorados de um ex-aluno da instituição, Élio Vicente, hoje alto responsável do parque Zoomarine, e para a garantia da aluna que conseguiu a melhor nota de ingresso, Maria Carolina Brito, que os empresários «não se vão arrepender» do apoio que atribuíram.

Élio Vicente é, de resto, presença habitual nas cerimónias de atribuição das Bolsas de Excelência da UAlg, já que o Zoomarine é uma das empresas que se associou à iniciativa logo desde a primeira edição. E a razão para o ter feito é simples, na visão do ex-aluno da UAlg. «Foi muito fácil. Um dos primeiros cursos desta universidade foi Biologia Marinha, no qual eu me licenciei anos mais tarde. Quando se criou um programa desta natureza, que integra os valores que defendemos, fazia todo o sentido associar-nos», revelou Élio Vicente, à margem da sessão.

O Zoomarine também inovou, ao decidir manter o apoio de pagamento das propinas a uma da aluna a quem atribuiu bolsa, em 2014, a estudante que teve a mais elevada nota de ingresso na UAlg nesse ano e que deixou um relato comovente de determinação em continuar os seus estudos, apesar disso implicar uma mudança de Fátima para o Algarve e das dificuldades financeiras vividas pela sua família.

Bolsas Excelência UALG 2016_Élio Vicente«A Ana fez um discurso que nos deixou a todos com o coração nas mãos. Ela revelou-nos que não sabia se conseguiria voltar após as férias de Natal, devido às dificuldades financeiras dos pais, que estavam ambos desempregados. Assim que acabou o discurso e viemos para a rua, vários de nós, incluindo eu e o reitor [António Branco], conversámos e dissemos que teríamos de encontrar uma forma de continuar os seus estudos», contou Élio Vicente.

Os alunos contemplados agradecem a disponibilidade das empresas que atribuem as bolsas, já que este apoio lhes permite começar a sua vida universitária de forma mais tranquila, a nível económico. E há já quem já aposte forte no bom desempenho durante o secundário, para tentar garantir este prémio.

É o caso do jovem Olhanense Tiago Graça, que entrou este ano no curso de Psicologia da UAlg com uma média de 17,5 valores. «Já tinha alguma esperança de ser um dos contemplados. Fiquei a saber da existência deste programa quando andava no 11º ano, porque um amigo meu foi contemplado, e tentei manter a média mais elevada no 12º para ver se conseguia», revelou.

Tiago e os demais contemplados com o prémio de mérito, este ano letivo, estão apenas a começar o seu percurso académico, mas há muitos colegas seus mais velhos que beneficiaram do mesmo prémio que já terminaram os seus estudos. Neste campo, o investimento parece estar, mesmo, a compensar, já que dos 29 alunos que receberam Bolsas de Excelência e que já podiam ter acabado o curso, 24 acabaram-no nos três anos regulamentares e  apenas um teve uma média final de curso inferior a 15 valores. Dos cinco que ainda não terminaram a sua licenciatura, apenas dois continuam a estudar na UAlg. Há ainda dois alunos em cursos de cinco anos, ou seja, que ainda não contam para esta estatística.

As 41 bolsas atribuídas neste ano letivo motivaram um investimento de mais de 40 mil euros da parte das empresas envolvidas, que se juntam aos 143 mil euros já atribuídos nas quatro anteriores edições das Bolsas de Excelência da UAlg. A lista completa de mecenas e todos os alunos contemplados pela medida pode ser consultada aqui.

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