Projeto TASA já “anda” sozinho e caminha para a sustentabilidade

O  TASA – Técnicas Ancestrais, Soluções Atuais está quase pronto para sair debaixo da asa da Comissão de Coordenação e […]

Apresentação Novos Produtos TASA 2016_6O  TASA – Técnicas Ancestrais, Soluções Atuais está quase pronto para sair debaixo da asa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve e até já começou a dar passos pelo seu próprio pé.

A diretora de serviços do Desenvolvimento Regional desta entidade Catarina Cruz vê no lançamento de 12 novos produtos TASA, oficialmente apresentados na semana passada, um sinal de maturidade do projeto e de que a sustentabilidade económica está ao virar da esquina.

Esta crença é justificada pelo facto destes produtos surgirem fora de um ciclo de financiamento comunitário e de serem fruto de uma iniciativa que envolveu três autarquias da região. «O projeto está num excelente caminho. Até a mim me surpreendeu como foi possível, em poucos meses, envolver tantos artesãos e criar tantos novos produtos», confessou.

Esse sucesso é, em parte, explicado pelo modelo que foi utilizado, para desenvolver os mais recentes produtos TASA. Numa altura em que já acabou o financiamento comunitário que tem ajudado a alavancar o projeto desde o seu lançamento, em 2010, e ainda se espera por verbas do CRESC, o novo Quadro Comunitário de Apoio, a empresa ProActiveTur, que gere o TASA, não ficou de braços cruzados e propôs às Câmaras do Algarve fazer um trabalho de levantamento das artes tradicionais do seu território e desenvolvimento de novos produtos, com o espírito TASA.

O repto foi aceite por Alcoutim e Silves, que se juntaram a Loulé, que já tem uma relação mais antiga com o projeto e onde já estavam referenciados muitos artesãos. Depois desta colaboração, o TASA ganhou dez novos fazedores, descobriu uma técnica única na região e foi encontrar detentores de saberes milenares que não estavam ainda referenciados pelas autarquias dos territórios onde vivem.

Apresentação Novos Produtos TASA 2016_10

 

Com o bichinho da valorização dos saberes milenares algarvios a espalhar-se, a CCDR do Algarve já não vê o TASA como algo só seu seu, mas sim como um projeto de toda a região. «Ficamos felizes por perceber que já há autarquias que olham para o artesanato como algo de futuro. Isto era algo que vínhamos tentando há muito, mas não tínhamos conseguido», disse a dirigente da entidade.

«Ficamos muito contentes com  a evolução que o TASA está a ter, porque o nosso objetivo é desenvolver projetos que consideramos que possam ter futuro. E um dia temos de os largar e só podemos ficar felizes quando alguém os agarra», acrescentou.

Isso não significa que a CCDR do Algarve se afaste do projeto, até porque ainda falta garantir a passagem dos saberes tradicionais para as novas gerações. Para isso, está já a ser preparada uma nova candidatura a fundos europeus, que será essencialmente focada na área da formação profissional.

«Estamos a fazer o caminho para a 3ª fase do TASA. Envolveu-se novos artesãos e utilizaram-se novas técnicas, o que é muito bom. Falta agora a parte da formação, que é muito importante, mas também será  mais difícil», considerou a diretora de serviços do Desenvolvimento Regional da CCDR do Algarve.

«Estamos à espera que abra um aviso [do Portugal 2020] em que se enquadre este projeto. É difícil encaixar este tipo de formação, muito específica para cada um dos ofícios e que sai daquilo que está normalizado e é apoiado e financiado por fundos da União Europeia. Mas acreditamos  que conseguiremos co-financiamento», disse Catarina Cruz.

Esta verba será canalizada, essencialmente, para projetos de formação e passagem do conhecimento para uma nova geração, tendo em vista a sua preservação.

No outro lado, o da rentabilidade económica, há bons sinais. Como ilustrou João Ministro, responsável pela ProActiveTur, na apresentação dos novos produtos TASA, muitas das peças da coleção do projeto são já exportadas e há pontos de venda em diversas cidades do país. «A criação de novos produtos permitirá estimular essa parte, que eu sinto que está muito bem encaminhada», acrescentou Catarina Cruz.

«Por vezes notamos que há iniciativas que estão a ser apoiadas por fundos da União Europeia e, mal acaba o financiamento, elas morrem. Este projeto não. Nós apoiámos e eles estão a desenvolver-se», mesmo sem a ajuda de dinheiros da Europa.

 

Veja os novos produtos TASA:

Fotos: Hugo Rodrigues| Sul Informação

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