José Luís Cacho vai liderar portos de Sines e Algarve

José Luís Cacho, que foi presidente do porto de Aveiro e do porto da Figueira da Foz até Março de […]

cruzeiros em PortimãoJosé Luís Cacho, que foi presidente do porto de Aveiro e do porto da Figueira da Foz até Março de 2015, vai ser o novo presidente da Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), noticiou o jornal Público.

José Luís Cacho vai assim substituir João Soares Franco, o administrador público mais antigo em funções, uma vez que o Governo se prepara para mudar todos os atuais membros do Conselho de Administração da APS, que atualmente ainda integra o algarvio José Pedro Soares.

O Público acrescenta que o nome do novo gestor já foi enviado para análise da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CRESAP) e a decisão também foi comunicada ao atual presidente do conselho de administração João Soares Franco.

Na terça-feira, o ainda presidente da APS teve um encontro com jornalistas no Porto de Sines, em jeito de balanço e despedida, onde garantiu que deixa a empresa com «enorme solidez financeira» e «excelente relação com todos os concessionários». Mas esses bons resultados são apenas garantidos pela performance do Porto de Sines, uma vez que os portos do Algarve – Portimão e Faro – apresentam uma realidade bem diferente.

Assim, em 2016, o porto de Sines vai atingir perto de 48,4 milhões de toneladas de carga movimentada, superando as estimativas iniciais, que eram de 45,5 milhões (atingidas já este mês de Setembro, até dia 12). Com este resultado, o porto alentejano, de acordo com a APS, afirma-se como terceiro maior da Península Ibérica em carga movimentada, atrás dos portos de Algeciras e Valencia e à frente de Barcelona.

Cimento da Cimpor prestes a ser carregado no Porto de Faro

Por seu lado, os portos do Algarve representam 0,5% do volume de negócios da APS e empregam cerca de três dezenas trabalhadores, mas enfrentam uma situação difícil, apesar dos dois milhões de euros de investimento feito nos últimos anos.

João Soares Franco afirmou que «Faro não é negócio», uma vez que a atividade deste porto está atualmente apenas dependente de um único cliente, a cimenteira Cimpor, de Loulé, empresa que tem vindo a enfrentar dificuldades e por isso reduziu a sua produção e as exportações que fazia, precisamente através do porto farense.

Para evitar o encerramento da estrutura, o administrador defendeu que é preciso encontrar alternativas, que poderão passar pela reparação naval, recolha de barcos ou uso para barcos de recreio. Também já se falou na reativação da ligação marítima entre Faro e Tânger (Marrocos), mas o projeto parece estar agora posto de lado.

Em Portimão, porto vocacionado para receber navios de cruzeiro, faltam, segundo Soares Franco, «decisões políticas». A APS, revelou, está a preparar opções de investimento, entre 12 a 35 milhões de euros, para apresentar ao Governo em 2017, destinadas a aumentar a bacia de manobras e o cais de acostagem, de modo a poder receber navios de maiores dimensões, que atualmente têm de ficar ao largo.

No entanto, o ainda presidente da APS disse que «o negócio de cruzeiros nunca pagará o investimento, mesmo na opção mais reduzida», pelo que, além de implicações ambientais, a ampliação do porto de Portimão terá pouca viabilidade económica.

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