O Festival F arrancou para a sua 3ª edição ontem, em Faro. O primeiro dia trouxe várias iniciativas à Vila Adentro: desde os concertos de Ana Moura e GNR, passando pela tertúlia literária, de Ricardo Araújo Pereira e Carlos Vaz Marques, sem esquecer o artesanato.
Os grandes cabeças de cartaz do dia – Ana Moura e GNR – contaram com casa cheia nos respetivos concertos, no Palco Muralha , vibrando ao som de músicas como “Efetivamente” ou “Fado dançado”.
Os GNR cumpriram a promessa e levaram Rita Red Shoes a Faro para cantar “Dançar Sós”. Enérgico em palco, o vocalista da banda Rui Reininho fez questão de se afirmar contra a exploração de petróleo no Algarve. «Não há coisa mais linda do que a natureza», disse, em palco.
Ana Moura também pôs em prática aquilo que havia prometido: pôs o público a dançar o fado.
Antes destes concertos, as tertúlias musicais, políticas e literárias também chamaram a atenção dos (muitos) visitantes do Festival F. Joaquim Guerreiro, diretor do Teatro das Figuras e coordenador do Festival, participou, em conjunto com João Carvalho, diretor do Festival Paredes de Coura, e Álvaro Costa, conhecido radialista, na tertúlia musical. «Quando começámos o Festival F, as pessoas estavam muito céticas. Hoje, na terceira edição, são essas pessoas que já perguntam quando é que o festival começa e querem participar», confessou Joaquim Guerreiro, orgulhoso.
Já a tertúlia política, que contou com a presença de Rui Ramos, historiador, e do jornalista Paulo Ferreira, fez-se sobre o tema dos populismos. Os dois oradores concordaram com a ideia de que «qualquer regime populista dá à população mais a ideia de facilidades do que dificuldades».
O Largo da Sé, para o qual o recinto do F se alargou este ano, pareceu pequeno para acolher quem quis assistir à tertúlia literária. No palco, Ricardo Araújo Pereira e Carlos Vaz Marques falaram de livros, mas também de humor. «A literatura não serve para nada. Até uma esfregona tem mais utilidade», disse Ricardo Araújo Pereira, motivando o riso geral. De forma mais séria, acrescentou: «a literatura é também perceber o que é que é isto de estar vivo».
Carlos Vaz Marques reconheceu a possibilidade que a literatura dá de viver inúmeras vidas. «Muitas delas ainda bem que só as vivi de forma fictícia de tão trágicas que são», disse.
Longe dos palcos, pelas ruas e ruelas do Festival F, também foi possível visitar exposições de arte, bancas de artesanato ou as famosas roulottes de street-food.
E hoje… há mais
O Festival F encerra hoje, com os concertos, no Palco Muralhas, de Jimmy P (21h30), Pedro Abrunhosa (23h30) e Richie Campbell (01h45).
Já no palco da Sé, atuam Marta Ren (21h00), Gisela João (23h00) e Regula (01h00). Para o Quintalão, estão agendados os concertos dos Sensible Soccers (20h30), Best Youth (00h45) e DJ Ride (03h00).
No palco Castelo, atuam oLUDO (20h15), Benjamim (22h30) e Da Chick (02h30), ao passo que, para o palco Museu, ficam reservados os concertos de Senhor Vulcão (19h45) e B Fachada (22h45).
As tertúlias de hoje ficam a cargo de Miguel Miranda, Pedro Inocêncio, David Machado e Nuno Camarneiro, na literária, e a José Manuel Fernandes e Helena Garrido na política. A tertúlia musical terá como oradores Da Chick e Marta Ren.
Fotos de: Pedro Lemos|Sul Informação
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