Nova Estação Elevatória do Algoz acaba com lançamento de efluentes não tratados nas ribeiras

Com a ligação da freguesia de Algoz/Tunes ao Sistema de Águas Residuais de Albufeira, Lagoa e Silves «deixa de haver […]

Estação Elevatória de Algoz_inauguração_01Com a ligação da freguesia de Algoz/Tunes ao Sistema de Águas Residuais de Albufeira, Lagoa e Silves «deixa de haver necessidade de lançar águas residuais para as ribeiras», o que é «fundamental» para a «qualidade ambiental do Algarve». As palavras são de Joaquim Peres, presidente do Conselho de Administração da empresa Águas do Algarve, na inauguração da nova Estação Elevatória de Algoz, na sexta-feira passada.

A entrada em funcionamento da nova Estação Elevatória e a ligação dos esgotos da freguesia ao sistema geral permitiu desativar a antiga ETAR do Algoz, que já não conseguia assegurar um grau de tratamento suficiente, tendo originado «sucessivas violações do seu normativo de descarga, com os graves problemas ambientais daí resultantes».

Por outro lado, a vila de Algoz situa-se numa zona de Área de Infiltração Máxima dos aquíferos subterrâneos, que deve ser preservada da poluição.

Daí que Rosa Palma, presidente da Câmara de Silves, tenha considerado este investimento como «muito importante para o concelho e para o Algarve». Joaquim Peres reforçou: «é fundamental para a conservação da Natureza, da qualidade das águas e de toda a economia que gravita à volta do Turismo».

Ao todo, foram investidos 2 milhões de euros, na construção de três Estações Gravíticas, de uma Conduta Elevatória com 1,4 quilómetros de extensão e de uma Conduta Gravítica, com 3,3 quilómetros. Um valor que se junta aos milhões já investidos ao longo dos anos na resolução dos problemas dos esgotos desta zona do Algarve.

Tudo isto permite agora encaminhar os esgotos das localidades existentes entre Algoz e Montes Raposos (incluindo Vale de Margem e São Lourenço do Palmeiral), conduzindo-os para a Estação Elevatória situada em Montes Raposos e daí para o Sistema de Águas Residuais de Albufeira Poente, de modo a tratá-los na ETAR de Albufeira Poente.

 

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Carlos Martins, secretário de Estado do Ambiente, profundo conhecedor dos problemas do Algarve uma vez que foi o anterior presidente do Conselho de Administração da empresa Águas do Algarve (AdA), admitiu que esta é uma «obra com pouco de visível».

Mas sublinhou que é importante pelo «valor acrescentado que dá aos territórios», permitindo «finalizar o subsistema gerido pela AdA». A empresa, salientou o governante, vai «deixar de ter problemas de primeiro nível para resolver».

Durante a visita à nova EE, sob um sol abrasador, João Sousa, diretor de Infraestrutruras das Águas do Algarve, explicou que a Estação Elevatória é «um pouco diferente» das restantes, uma vez que inclui um tanque de retenção, que garante uma mais eficiente gestão de todo o sistema.

A presidente da Câmara de Silves aproveitou a presença do secretário de Estado do Ambiente para reclamar menos constrangimentos no acesso das autarquias aos financiamentos do PO SEUR, na área do Ambiente. «Há obras fundamentais na área do saneamento que não é possível candidatar», lamentou a autarca.

Em resposta, Carlos Martins anunciou a intenção do Governo de «tentar fazer um desvio de verbas para alocar um pouco mais ao setor da água». De qualquer modo, o secretário de Estado anunciou que se pretende «ajudar os municípios a ter um papel mais central», e que irão ser privilegiados os «municípios que possam, numa escala supramunicipal, resolver melhor os problemas nas baixas, fazendo uma gestão otimizada das águas e saneamento»., até «com reflexos nas tarifas». «Juntos, os municípios poderão ter mais eficiência».

O governante terminou recordando que estão, neste momento, a decorrer obras importantes na área do saneamento, no Algarve: a ETAR da Companheira, em Portimão, e a ETAR de Faro/Olhão, cujos trabalhos vão começar em Agosto.

 

Fotos:Elisabete Rodrigues|Sul Informação

 

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