Interrogações sobre a Villa Romana de Vilamoura motivam novo livro

O livro “A villa romana de Vilamoura. Uma visita”, da autoria de Miguel de Aragão Soares, vai ser apresentado na […]

Cerro da VilaO livro “A villa romana de Vilamoura. Uma visita”, da autoria de Miguel de Aragão Soares, vai ser apresentado na sexta-feira, 22 de Julho, às 22h00, o Cerro da Vila, em Vilamoura.

O livro procura dar a conhecer junto de um público alargado a História da villa romana do Cerro da Vila, em Vilamoura, um dos sítios arqueológicos mais bem preservados e de maior interesse do Algarve, sobre o qual, contudo, persistem diversas interrogações.

Com o intuito de adivinhar a natureza e as funções da villa ao longo dos séculos, o ensaio debruça-se sobre as interligações do local com a sua área envolvente e a zona de influência de Ossónoba (Faro), contextualizando a análise no quadro das relações entre a Lusitânia e a Bética.

Atribui uma especial atenção ao espaço do Estreito de Gibraltar e aos circuitos comerciais dos produtos marinhos, em que se destacava a célebre conserva do garum, de uma importância capital na economia algarvia do início do Baixo-Império. Não esquece, também, todas as outras possíveis vertentes do sítio (rural, industrial ou administrativa).

O texto começou a ser escrito no ano em que se comemorava o bimilenário do desaparecimento de César Augusto, o fundador do império e o presumível fundador da villa.

A sua biografia (as motivações da sua ascensão ao poder, a forma como o exerceu, as suas ligações com a Hispânia, as suas crenças, as suas relações privadas, os seus dramas pessoais) perpassa, como pano de fundo, ao longo da exposição, com o intuito de dar a conhecer alguns traços da mentalidade do homem romano da época.

A História da villa de Vilamoura, além de permitir diversas ilações do maior significado de ordem económica e cultural sobre o período da presença de Roma, ilustra algumas constantes geoestratégicas de Portugal, nomeadamente as decorrentes das ligações com o Atlântico Norte e a Inglaterra. É esse igualmente um dos fios condutores do estudo que se dá agora à estampa.

Miguel de Aragão Soares é licenciado em Direito pela Universidade Católica Portuguesa e exerce funções na Direção Geral do Ambiente da Comissão Europeia em Bruxelas, onde é responsável pelo contencioso referente a Portugal e pelo controlo da aplicação da legislação em matéria de Qualidade do Ar em todo o espaço da UE.

Ocupa os seus tempos livres com a investigação histórica e a poesia. Publicou, pelo Arquivo Histórico de Loulé, em 2010, os textos Napoleão e Uma Família Patrícia de Loulé e A Bélgica, Portugal e o Algarve numa Tapeçaria de Viena.

No domínio da História publicou também o ensaio O Espaço ibero-magrebino durante a presença árabe em Portugal e Espanha (Do Al-Garbe à expansão portuguesa em Marrocos) – Palimage, 2012. É ainda autor da recolha de poesia A Terra com que Escrevo – Palimage, 2013.

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