Dália Paulo, antiga diretora regional de Cultura e atual diretora do Departamento de Coesão e Desenvolvimento da Câmara de Loulé, é a comissária do novo Programa de Apoio às Artes no Algarve.
O programa pretende articular Cultura e Turismo no Algarve, deverá ser dotado de 1,5 milhões de euros (suportados pela Secretaria de Estado do Turismo) e destina-se a apoiar projetos a apresentar na região, dando prioridade às estruturas culturais regionais, entre Novembro deste ano e Maio de 2017.
Ou seja, será tudo o que o Allgarve não foi: destina-se a promover a oferta cultural na chamada época baixa do turismo, de modo a tornar a região algarvia mais atrativa ao longo do ano e a esbater a sazonalidade, apostando em projetos de raiz regional.
A oficialização da escolha de Dália Paulo para ser a comissária da estrutura autónoma que irá gerir este novo Programa das Artes deverá ter lugar durante a próxima semana. Mas o projeto em si só deverá ser apresentado formalmente lá para o fim de Julho.
Em resposta a um email do Sul Informação com questões sobre o programa, a assessora de imprensa da Secretaria de Estado da Cultura respondeu apenas que «neste momento, o projeto ainda não é público, pelo que remetemos a resposta às várias questões para o final deste mês, quando temos previsto apresentá-lo publicamente».
Ainda assim, o nosso jornal conhece já muitos dos contornos deste projeto, que foi apresentado no dia 17 de Junho, numa reunião em Faro, que juntou os secretários de Estado da Cultura e do Turismo, a diretora regional de Cultura, o presidente da Região de Turismo do Algarve e convidados, nomeadamente os responsáveis por algumas das principais estruturas culturais do Algarve, como Luís Vicente, da ACTA, José Gameiro, diretor científico do Museu de Portimão, ou Emanuel Sancho, diretor do Museu do Trajo de São Brás de Alportel, entre outros.
Sendo esta a primeira edição do programa, e pretendendo-se que ele comece, com espetáculos já em cena, em Novembro próximo, os prazos para as candidaturas foram muito apertados, devendo tudo estar concluído ainda durante esta semana. Acontece que os agentes culturais algarvios têm manifestado, desde a reunião inicial em meados de Junho, muitas dúvidas sobre como todo o processo irá decorrer.
José Gameiro, por exemplo, considera que há muitos pormenores importantes que falta definir e que são fundamentais para as estruturas culturais algarvias – no caso, o Museu de Portimão – saberem que projetos poderão apresentar.
«Disseram-nos que há um milhão e meio de euros para este programa. Mas o financiamento total a atribuir a cada projeto candidato é de quanto? De 50%? De 80%? É que é muito diferente, para cada programador, saber em concreto com que fatia de financiamento poderá contar», explicou.
Outra dúvida que persiste é saber «se as candidaturas só podem ser submetidas por entidades do Algarve ou se pode haver co-produções. Até que tudo isto esteja definido e bem claro, andamos a brincar às programações», avisou José Gameiro.
Todas estas dúvidas deverão agora ser esclarecidas com a nomeação de Dália Paulo como comissária do novo Programa de Apoio às Artes no Algarve, uma vez que ela conhece a realidade cultural algarvia como poucos.
Entretanto, o Sul Informação sabe que o novo cargo exigirá dedicação total, pelo que Dália Paulo sairá do seu atual lugar como diretora do Departamento de Coesão e Desenvolvimento da Câmara de Loulé, ficando a trabalhar a 100% no novo projeto e sob a dependência direta do secretário de Estado da Cultura.
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