Olhão «cumpre sonho» na área social e coloca novas esculturas no seu Caminho das Lendas

A inauguração de um novo centro comunitário junto do Bairro Social da Armona, no Siroco, que foi o culminar de […]

Dia da Cidade de Olhão_2016_Centro Comunitário Ana Dias_4A inauguração de um novo centro comunitário junto do Bairro Social da Armona, no Siroco, que foi o culminar de um percurso «longo e emotivo», e de duas novas estátuas do Caminho das Lendas, percurso turístico que atravessa os bairros da Barreta e do Levante, junto à Ria Formosa, marcaram as comemorações do Dia da Cidade de Olhão, que se assinalou esta quinta-feira.

O ponto alto foi mesmo a inauguração do Centro Comunitário Ana Dias, que servirá de segunda casa a muitas crianças deste bairro e terá também uma componente de apoio a idosos. Este espaço será gerido e dinamizado pela associação Verdades Escondidas, criada em 2008 para enfrentar o problema da gravidez na adolescência, em Olhão.

À cerimónia de inauguração do centro não faltou uma vincada vertente emotiva. Porque, mais do que inaugurar um novo equipamento social, este foi, para os responsáveis pelo projeto e para o presidente da Câmara de Olhão António Pina, o culminar de um processo nem sempre fácil, marcado pelo desaparecimento de alguns dos que se dedicaram «voluntariamente» a este projeto, nomeadamente uma das fundadoras e primeira presidente da associação, Ana Brito Dias, que deu nome ao novo centro.

«Este equipamento permitirá fazer um trabalho fundamental junto das crianças, mas também dos idosos. Também há a carga emocional que a inauguração tem, pelo processo que decorreu ao longo dos anos e pelo facto de termos perdido a presidente, no meio deste percurso, por motivos de saúde», disse o edil olhanense.

Segundo o autarca, este era o único bairro social do concelho onde não havia uma resposta deste género. Para o criar, foi necessário investir «uma verba na ordem dos 650 mil euros», grande parte dos quais, cerca de meio milhão de euros, veio da União Europeia.

Durante a cerimónia, António Pina não deixou de referir as polémicas que surgiram em relação a esta obra, que foi lançada no último mandato do seu antecessor Francisco Leal e sobre as quais foram levantadas dúvidas, legais e não só, por forças da oposição.

António Pina considerou «inaceitável atacar pessoas que se dedicaram a este projeto de forma exclusivamente voluntariosa», já que as suspeitas levantadas, nomeadamente durante a campanha eleitoral para as últimas Autárquicas, levaram a que alguns dos elementos das Verdades Escondidas fossem chamados a prestar declarações à Polícia Judiciária.

O edil olhanense não nomeou quem eram os alvos da sua crítica, defendendo que este «é um recado para a população», mas fez questão de ilibar «o PS, o PSD e a CDU», que considera terem tido uma boa postura, neste caso.

 

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O simbolismo do Dia da Cidade, que evoca a vitória dos populares olhanenses sobre os franceses, durante as Guerras Napoleónicas, esteve sempre presente. António Pina falou em «alma olhanense», momentos antes de fazer uma homenagem «aos heróis da Restauração», que combateram, por duas vezes, as tropas francesas, dando início a um movimento que expulsou os homens de Napoleão da região.

O Caminho das Lendas tem muito a ver com a «alma olhanense» que nasceu no dia 16 de Junho de 1808, que está, igualmente, muito ligada à tradição local. Este percurso turístico tem, desde ontem, dois novos habitantes.

«Inaugurámos duas esculturas que acrescentam ainda mais vida aos largos destes bairros típicos. Falta apenas uma, que contamos inaugurar em Agosto. Têm uma grande importância naquilo que é a nossa identidade, têm esse peso e esse valor. Vêm no seguimento daquilo que temos feito, que é a criação desta marca da identidade olhanense», segundo António Pina.

As peças foram criadas por Isa Fernandes, «uma artista olhanense que se disponibilizou e apresentou um projeto de forma graciosa. É de realçar, isto, porque a autora ofereceu o seu trabalho, com a autarquia a custear, apenas, os materiais».

A última escultura, que também será da autoria de Isa Fernandes, evocará «a lenda do Arraúl , o último atlante» que, segundo a tradição oral, «construiu as ilhas-barreira». «Será uma estátua que, tenho a certeza, as pessoas gostarão», disse António Pina.

Pelo meio, foi pré-inaugurado o novo relvado sintético do Estádio Municipal, um investimento de cerca de 150 mil euros, que permitiu renovar um piso cuja data de validade já tinha expirado «há dois anos».

Durante a Sessão Solene do Dia da Cidade, Olhão homenageou duas personalidades naturais de Olhão, o conceituado advogado António Cabrita, bem conhecido no Algarve e que insiste em manter o seu escritório em Olhão, e o jornalista Augusto Madureira, que é atualmente Grande Repórter da SIC, ambos com a Medalha de Mérito Municipal – Grau de Ouro. Também receberam galardões duas funcionárias da autarquia que completaram 25 anos de serviço.

A cerimónia serviu, ainda, para premiar os melhores alunos do Secundário, do concelho, com um diploma e um cheque de 250 euros.

A aluna do 10º ano premiada foi Mariana Lopes, que acabou o ano com uma média de 18,67. No 11º ano, quem mais se destacou foi Igor Miguel, que teve uma média de 16,86. Miguel Rodrigues, que acabou o 12º com média de 17,8, e Priscila Viegas, aluna de um Curso Profissional que conseguiu média de 17,4, também foram distinguidos.

 

Veja as fotos das comemorações:

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