Misteriosa Escrita do Sudoeste invade a zona ribeirinha de Silves

A exposição de arqueologia “Quem nos Escreve desde a Serra”, dedicada às estelas com escrita do Sudoeste e à Idade […]

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Exposição «Quem nos escreve desde a Serra» na zona ribeirinha de Silves – foto de António Baeta

A exposição de arqueologia “Quem nos Escreve desde a Serra”, dedicada às estelas com escrita do Sudoeste e à Idade do Ferro, chegou à zona ribeirinha de Silves, junto ao Rio Arade. A inauguração oficial está marcada para amanhã, dia 1 de julho, às 19h00.

Esta mostra dedicada a esta escrita característica da serra que separa o Algarve do Alentejo e mais antiga manifestação do género da Península Ibérica, que está, ainda hoje, por decifrar, dará a conhecer ao público este tema, bem como os materiais arqueológicos com ele relacionados, levando o espaço cultural “Museu” para fora de portas.

Patente ao ar livre na margem do Arade, a exposição apresenta conteúdos escritos bilingues (português e inglês) devidamente ilustrados e está organizada em temas: a Idade do Ferro, a escrita do Sudoeste, onde habitavam e como viviam e morriam essas comunidades, os seus investigadores e os conjuntos arqueológicos conhecidos.

Haverá, ainda, informação sobre os achados relacionados com este tipo de escrita feitos no concelho de Silves.

Depois de ter estado patente ao público em Salir, Penina (Benafim), Ameixial, Quarteira, Lisboa e Loulé, visita agora a cidade de Silves.

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A instalação contemporânea de Ângela Menezes – foto de António Baeta

Como complemento à exposição, o artista plástico El Menau e Ângela Menezes apresentam, cada um, um painel com uma pintura mural e uma instalação, no espaço contíguo à exposição.

Ângela Menezes criou ainda uma instalação contemporânea que representa as vogais da escrita do Sudoeste (AEIOU), realizada com ferro de obra e redes de pesca reutilizadas, que não só complementa o conteúdo da exposição como cativa visualmente quem visita e transita naquele espaço. Esta revela múltiplas perspetivas conforme o visitante se desloca, havendo ainda uma metamorfose noturna através da sua iluminação “retroiluminada”.

A exposição é organizada pelas Câmaras Municipais de Silves e Loulé e pelo Projeto ESTELA, com a colaboração do Museu Nacional de Arqueologia (Direção-Geral do Património Cultural), do Museu Municipal de Faro e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Fragmento de estela encontrada na zona de Benaciate, no concelho de Silves
Estela I com escrita do Sudoeste, de Benaciate (Silves), que apresenta uma figura humana montada de lado num cavalo. Foi recolhida pelo silvense e entusiasta da arqueologia José Luís Cabrita na década de 70 do século passado. Atualmente pode ser vista no Museu Municipal de Arqueologia de Silves – foto: Projeto ESTELA|Pedro Barros

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