A Igreja do Convento de Nossa Senhora da Conceição, em Almodôvar, é o palco escolhido para o Concerto de Páscoa “Via Crucis” (Via Sacra), que faz a estreia mundial de uma composição dos músicos almodovarenses Rui Santana e Filipe Pilar, marcado para sábado, 19 de Março, às 21h00.
O concerto irá representar as catorze estações da Via Sacra, através da música contemporânea, composta para sintetizadores com base na liturgia cristã.
Os dois compositores (Rui Santana e Filipe Pilar) pretendem, com a apresentação ao vivo desta obra, em estreia absoluta na Igreja do Convento de Nossa Senhora da Conceição, “demonstrar que é possível a música eletrónica contemporânea abordar esta importante temática de cariz sacro”.
A obra apresentada está dividida em catorze partes, correspondendo às catorze estações da Via Sacra e foi composta em Almodôvar entre o final de 2015 e o início de 2016, com o patrocínio do Município de Almodôvar e o apoio fundamental da Paróquia de Almodôvar.
Quem são os compositores?
Rui Santana, 49 anos, natural de Loulé, licenciado em História e professor desta disciplina desde 1989. Autodidata na música eletrónica desde 1986, frequentou durante alguns meses o Conservatório do Algarve e foi membro do Agrupamento musical Os Malteses.
Sempre ligado à Música à Arte e ao Património, exerce funções de docente no Agrupamento de Escolas de Castro Verde, onde é professor do quadro.
Filipe Pilar, 42 anos, natural da Alemanha, licenciado no curso de Professor do Ensino Básico, variante de Educação Musical, leciona Educação Musical desde 1998.
Frequentou durante dois anos a Academia de Música de Beja e foi membro da Filarmónica de Almodôvar. Encontra-se a lecionar desde 2004 no Agrupamento de Escolas Júlio Dantas, onde é professor do quadro.
Depois de iniciarem as primeiras atividades musicais de composição entre 1992/93, criaram o seu primeiro trabalho de originais na área da música eletrónica, «Rosa dos Ventos», ao qual se seguiu, em 1994, o segundo álbum de originais intitulado «Terranostra».
Entre 1995 e 1999 compuseram «Commvnicare», «Além Mediterrâneo», «Planície», «Para Além» e «Encontro XX-XXI», executados ao vivo em Almodôvar, Castro Verde, Ourique, Beja, Faro e Évora.
Em 2005, compuseram e executaram ao vivo o «Concerto para Ondas Cerebrais», no Cineteatro Municipal de Almodôvar.
Depois de um longo período em que se dedicaram à gravação e masterização de diversos trabalhos, que vão desde o rock à música etnográfica, e à produção de um programa para a Rádio Castrense, compuseram, entre 2011/12, especialmente para as comemorações do quinto centenário da Reforma do Foral Manuelino de Almodôvar, o álbum «500».
Em 2014/15, celebraram o seu vigésimo aniversário, através de diversos concertos ao vivo em Lagos, Castro Verde, Ourique, Almodôvar, Faro, Albufeira e Beja.
Em Fevereiro de 2015, apresentaram ao vivo, em Entradas, no Museu da Ruralidade, a banda sonora original «Bailado Rural». Compuseram ainda nesse ano a banda sonora para dois documentários patentes no Museu Arqueológico e Etnográfico Manuel Vicente Guerreiro, em Santa Clara-a-Nova.
Durante o corrente ano de 2016, regravaram e editaram a coletânea «XX Anos de Música Eletrónica», apresentada recentemente em Almodôvar e Castro Verde.
Sinopse do concerto «Via Crucis»
Este trabalho procura interpretar de forma original, as catorze estações da Via Sacra, através da música contemporânea composta para sintetizadores com base na liturgia cristã.
Os dois compositores pretendem, com a apresentação ao vivo desta obra, em estreia na Igreja do Convento de Nossa Senhora da Conceição, demonstrar que é possível a música eletrónica contemporânea abordar esta importante temática de cariz sacra.
De formação cultural e religiosa católica, os dois músicos e compositores vêem neste trabalho o seu contributo para uma homenagem àquele que foi, e é, a fonte de inspiração para todos os cristãos, Cristo e toda a experiência de sofrimento por ele vivido, no momento crucial da sua vida, que o levou à morte e Ressureição.
Numa reflexão contemporânea, os compositores vêem nestes momentos difíceis vividos por Cristo, não só o caminho para a salvação, mas também a abertura para um novo tempo, para novos caminhos e horizontes de esperança, num mundo atual tão marcado pelo sofrimento, pela violência, pelas dificuldades e dúvidas.
A obra apresentada está dividida em catorze partes, correspondendo às catorze estações da Via Sacra, e foi composta em Almodôvar entre o final de 2015 e o início de 2016, com o patrocínio do Município de Almodôvar e o apoio fundamental da Paróquia de Santo Ildefonso.
As catorze estações da Via Sacra que serão interpretadas:
I Estação
Jesus é condenado à morte
Iesus condemnatur ad mortem
II Estação
Jesus carrega a cruz
Iesus oneratur ligno crucis
III Estação
Jesus cai pela primeira vez
Iesus procumbit primum sub onere crucis
IV Estação
Jesus encontra a sua Mãe
Iesus fit perdolenti Matri obvius
V Estação
Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a cruz
Iesus in baiulanda cruce a Cyrenaeo adiuvatur
VI Estação
Verónica limpa o rosto de Jesus
Iesus Veronicae sudário abstergitur
VII Estação
Jesus cai pela segunda vez
Iesus procumbit iterum sub onere crucis
VIII Estação
Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
Iesus plorantes mulieres alloquitur
IX Estação
Jesus cai pela terceira vez
Iesus procumbit tertium sub onere crucis
X Estação
Jesus é despojado de suas vestes
Iesus vestibulos spoliatur
XI Estação
Jesus é pregado na cruz
Iesus clavis affigtur cruci
XII Estação
Jesus morre na cruz
Iesus moritur in cruci
XIII Estação
Jesus é descido da cruz
Iesus deponitur de cruce
XIV Estação
Jesus é sepultado
Iesus sepulcro conditur
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