A Volta ao Algarve vai ser o primeiro teste à equipa de ciclismo do Sporting/Tavira e a «ansiedade é muita» para começar a época. O diretor desportivo Vidal Fitas diz que a equipa está bem fisicamente, mas que a prova algarvia «é a mais mais difícil de abordar porque temos as dúvidas todas».
Vidal Fitas falou aos jornalistas no fim de um dia em que a equipa do Sporting/Tavira saiu para a estrada para treinar, com direito a passagem pelo alto do Malhão. Para além da antevisão da Volta ao Algarve, o diretor desportivo falou do novo projeto, que alia o Sporting ao Clube de Ciclismo de Tavira, e admite que o símbolo leonino traz mais responsabilidade.
«Os objetivos não mudaram. Felizmente, o ciclismo de Tavira tem lutado por Voltas a Portugal, e já as ganhou por 4 vezes, não é por aí que mete medo. Mas, de facto, [o Sporting] traz uma dimensão diferente às coisas, temos de ser realistas. Noutras alturas, vocês [jornalistas] não estariam aqui e agora estão, e não é pela minha cara bonita, é porque está por detrás uma instituição, que é das maiores do país, e que traz outra dimensão e responsabilidade. Mas, em relação aos objetivos, estamos habituados a lutar por eles, não os estranhamos», considerou Vidal Fitas.
A chegada do Sporting ao ciclismo de Tavira é bem-vinda para o diretor desportivo que não teme uma perda de identidade de um clube histórico do pelotão nacional. «Penso que o clube não perde identidade. É evidente que a marca Sporting é muito forte e não é nosso objetivo que o Clube de Ciclismo de Tavira perca identidade. Aliás espero que a parceria seja por muitos anos. A história do Clube de Ciclismo de Tavira fica enriquecida e do Sporting também».
Sobre a Volta ao Algarve, Vidal Fitas diz que a equipa vai partir com a «filosofia de quem vai para ganhar a prova», mas espera dificuldades. Para além de ser a prova «mais difícil do ano de abordar, porque temos as dúvidas todas», o pelotão vai estar recheado de “estrelas”.
«Do top 50 [de ciclistas], há 30 na Volta ao Algarve e, dos 30 há 10 que já ganharam corridas este ano. Há uma equipa que, num mês, ganhou dez corridas e eu, se calhar, não vou ganhar, no ano todo, dez corridas. Isto só para verem com quem vamos lutar», explicou.
No plantel do Sporting/Tavira há também uma “estrela”, que conta no currículo com um 12º lugar no Tour de France, num ano (2009) em que vestiu a camisola amarela durante oito etapas: Rinaldo Nocentini.
O chefe de fila do Sporting/Tavira, agora com 38 anos, é a maior esperança para uma vitória na Volta a Portugal, um dos objetivos da equipa para este ano, reforçada com a parceria com o clube de Alvalade.
«A Volta a Portugal traz sempre responsabilidade a todas as equipas e, com uma marca como o Sporting por detrás, o número de adeptos é maior, o foco é maior, e não nos vão pedir outra coisa que não seja lutar pela vitória», assume Vidal Fitas.
Sobre o ciclista italiano, o diretor desportivo considera «evidente que pode ganhar uma Volta a Portugal. Sozinho tem mais palmarés que as equipas portuguesas todas. Não conhece as estradas, o nosso ciclismo? Não conhece, passa a conhecer. Não é como se chegasse em junho para fazer a Volta a Portugal em agosto. Temos oito nove meses para trabalhar, há bastante tempo».
No entanto, Vidal Fitas diz que Nocentini não é a única esperança da equipa para atingir bons resultados ao longo do ano porque «a equipa tem mais gente com qualidade, que pode lutar pela vitória na Volta».
A qualidade do plantel é, aliás, motivo de satisfação para Vidal Fitas: «é muito forte, quando chegarmos ao final da temporada, diremos se é de sonho ou não. Para já, o que temos é uma equipa de muita qualidade e potencialidade», concluiu.
Já Rinaldo Nocentini, que também falou aos jornalistas, espera «dar vitórias, transmitir experiência aos jovens» e assume estar «muito feliz» no Sporting/Tavira.
Sobre a participação na Volta ao Algarve, Nocentino diz que ainda não está a 100%, mas diz que está «já numa boa condição. É uma pequena equipa, mas estou muito bem e espero já na Volta ao Algarve dar uma satisfação ao Sporting/Tavira».
Para ajudar o italiano a conseguir o objetivo está David Livramento, um dos atletas que permaneceu na equipa. O corredor diz que o conjunto está «com vontade de começar as corridas» e assume que com a parceria com o Sporting a «equipa deu um salto muito grande, nota-se na logística e nas condições, e esperamos que consigamos fazer bons resultados no futuro e subir de nível», concluiu.
Comentários